Um dos rapazes seria garoto de programa, segundo polícia. Corpo do religioso foi encontrado na terça (16).
A polícia pediu nesta terça-feira (16) a prisão temporária de três dos quatro suspeitos de assassinar um padre assessor nacional do setor de juventude da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) no Distrito Federal. O quarto suspeito, menor de idade, foi levado para a Delegacia da Criança e do Adolescente. O corpo do padre foi encontrado no mesmo dia às margens da DF-445, no Incra 6, área rural de Brazlândia, cidade próxima a Brasília.
O delegado Willy Borges Amorim acredita que o religioso tenha sido atraído para um encontro. “Um dos suspeitos é conhecido por fazer programas com homossexuais e tem-se a notícia de que ele contactou outra pessoa antes e ele não atendeu, mas o padre atendeu”, afirma o delegado. “Já estava premeditado que a morte ia acontecer”.
Ele foi localizado quase 30 horas depois de a CNBB notar o desaparecimento dele. O padre João Périus, de Brazlândia, conhecia o religioso e foi até o local fazer o reconhecimento. “Era um padre jovem, cheio de vida, de projetos para ajudar no bem comum, e acabar numa situação assim é muito triste”, lamenta.
Na noite de segunda-feira (15), uma denúncia anônima levou policiais militares a localizarem o carro do padre na Vila São José em Brazlândia, com dois rapazes, um deles menor de idade. “Através do grupo tático, localizamos o veículo na Vila São José e os indivíduos disseram que pegaram o carro emprestado com outro rapaz”, relata o comandante da 9ª Companhia de Polícia Militar Independente, major Edgar Rojas.
Na manhã de terça-feira, esse terceiro rapaz foi preso e, à tarde, um quarto integrante da quadrilha, que seria um dos principais suspeitos de ter disparado contra o padre, segundo a polícia. Na chegada à delegacia, a mãe de um dos bandidos tentou agredir o rapaz.
O padre teria sido abordado em Taguatinga, no domingo (14) à noite, e levado até a área rural de Brazlândia, onde foi morto. Segundo a perícia, ele levou um tiro no rosto e dois na cabeça. Os policiais ainda encontraram com o menor um cheque de R$ 1 mil assinado pelo padre. Segundo a polícia, os bandidos também levaram cartões de crédito. Depois de executarem o padre, tentaram fazer saques no banco mas não conseguiram.
O padre era assessor nacional do setor de juventude da CNBB. Em nota, a entidade lamentou o assassinato e disse que ele foi vítima da violência que tentava combater. “O que tem por enquanto são especulações, segundo a polícia, informações contraditórias prestadas por cada um dos suspeitos”, comenta o advogado da Igreja Católica João Paulo Rodrigues.
G1/padom.com
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