Festa para o homem do arpão

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Emerson Abreu, ferido enquanto praticava caça submarina, terá culto de ação de graças ao deixar hospital.
O pescador amador Emerson de Oliveira Abreu, de 36 anos, será recebido em casa com um almoço festivo neste sábado, quando deixar o Hospital de Saracuruna, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Ele ficou famoso em todo o país após sofrer um inusitado acidente na semana passada – o arpão com que praticava caça submarina na Ilha do Governador, bairro onde vive, resvalou numa pedra e atingiu sua face. O ferimento, profundo, por pouco não atingiu seu olho e a artéria carótida, que irriga o cérebro, o que seria fatal. As imagens de Emerson com a lança, de 50 centímetros, enterrada no crânio correram o mundo. A família, que frequenta a Assembleia de Deus da Cacuia há mais de dez anos, considera o fato uma demonstração da ação divina: “Somos evangélicos e posso afirmar que Emerson viveu um milagre”, comemora sua mulher, Cristiane.Como Emerson ainda está se recuperando do acidente que poderia tê-lo matado, a família prefere uma comemoração simples. “Vou consultar o médico para saber a dieta que ele deverá seguir por enquanto e preparar um almoço especial”, avisa Cristiane. Segundo ela, o filho caçula do casal, Samuel, de sete anos, está ansioso para abraçar o pai. “Ele não pôde entrar no hospital para visitá-lo, mas agora está mais animado e cheio de saudade”. O paciente sairá do hospital numa verdadeira caravana, composta por parentes, amigos e irmãos da igreja. “Vamos marcar um culto de ação de graças para agradecer a Deus pelo seu restabelecimento”, promete o pastor Ezequiel Oliveira.
Emerson pratica caça submarina há vários anos e é considerado pelos companheiros de pescaria como experiente e cauteloso no mar. Mergulhador profissional, Paulo Augusto Pinto é um dos amigos que o acompanham no esporte. “Ele já fez curso de mergulho. Mesmo assim, sempre há o risco de acidentes como este”, lembra. Segundo a equipe médica que o atendeu, Emerson não deve apresentar nenhuma sequela do acidente, embora o arpão tenha ficado a milímetros de áreas vitais e do nervo ótico, que, se rompido, acarretaria cegueira irreversível. “Eu até cheguei a pensar em arrancar o arpão quando saí da água, mas meus amigos não me deixaram fazer isso”, lembra. Agora, Cristiane não quer mais que o marido mergulhe. “Ele pesca os peixes que comemos desde o namoro, mas agora prefiro ir à peixaria”, brinca.

(Com reportagem de O Dia)

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