Deputado confia na Justiça para manter seu mandato

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PTB discriminava Jefferson, parlamentar com base eleitoral na região
O deputado federal Jefferson Campos deixou o PTB, ingressou no PSB e corre o risco de perder o mandato porque o PTB não gostou da sua saída e foi à Justiça. Jefferson afirma que “estava cada vez mais difícil sua convivência dentro da sigla” e por isso saiu.

O deputado não quer polemizar, mas o BOM DIA apurou que Jefferson vivia num isolamento político no PTB: nunca foi chamado para eventos do partido, nunca gravou participação no horário eleitoral de TV e nunca era convidado para eventos do governo apoiados por seu antigo partido. Além disso, Jefferson, que é pastor evangélico, sofria discriminação em relação a seus pares de legenda. Em Sorocaba, onde o PTB faz parte da bancada de apoio ao governador José Serra, ele nunca foi chamado sequer para dar algum palpite sobre quem deveria ocupar a delegacia regional de esportes.

“O partido mudou radicalmente seu ideário, estou tranquilo e confio na justiça”, diz o deputado.

Jefferson passa por constrangimento
Jefferson Campos passou por constrangimento na inauguração da Delegacia Participativa de Sorocaba. Na ocasião, o governador chamou dois deputados federais e um estadual (todos do PSDB) para discursar, mas ignorou a presença de Jefferson que estava no palanque. “É uma verdade esse fato, o PTB é da base do governador, mas o governador não me deu nenhum espaço”, diz o deputado.

PTB também quer o mandato de vereador
O PTB também entrou com pedido no TRE (tribunal Regional Eleitoral) de São Paulo para reaver o mandato do vereador Carlos Cezar. O parlamentar, que é pastor da Igreja Quadrangular e cunhado do deputado Jefferson, se filiou ao PSC.

Ao BOM DIA Carlos Cezar disse que o motivo da sua saída foi a mesma do deputado Jefferson. A falta de espaço dentro do partido o fez mudar de legenda.

Em 2006, PTB abandonou parlamentar
O deputado federal Jefferson Campos sofreu outros transtornos no PTB. Ele confirma que na ocasião da fusão do PAN com PTB, mesmo pertencendo à executiva do partido, nunca foi consultado para opinar sobre a fusão da legenda. “Calaram minha voz em uma importante decisão”, diz o deputado.

Na ocasião das eleições de 2006, o repasse de recursos do partido também mostra o descaso com que Jefferson foi tratado no PTB. Enquanto candidatos à reeleição receberam cerca de R$ 300 mil em recursos para campanha, o parlamentar sorocabano recebeu do partido apenas R$ 1.795,00, conforme consta em sua prestação de contas. O deputado confirma essa questão e, sem esconder sua mágoa, também confirma sua situação de abandono, por parte do PTB, após a eleição quando foi derrotado. “Sem o mandato nunca fui procurado pela direção do partido para qualquer tipo de participação político partidária, muito menos recebi votos de solidariedade e apoio da direção da legenda enquanto estive fora da Câmara Federal”, afirma ele.

Jefferson ficou como o primeiro suplente do PTB e assumiu a vaga de deputado com a morte do deputado Ricardo Izar há dois anos.

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