Sou esposa de pastor, por que não sou feliz?

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esposa-pastor-infelizEssa declaração parece ser contraditória, porque a maioria das pessoas na igreja vê o pastor como um MARIDO e PAI generoso, educado, gentil, afetuoso, equilibrado, honesto, carinhoso, perdoador, solidário, grato, companheiro, fiel, romântico, carinhoso, presente, protetor, amigo, sensível, cavalheiro e humilde. Resumindo, um homem de Deus. Quantas mulheres ao ouvir o pastor pregando no domingo à noite, disseram para elas mesmas: – Como eu gostaria que meu marido fosse assim!

REPUTAÇÃO é o que as pessoas pensam que você é; CARÁTER é aquilo que você realmente É.

Uma pergunta que muitos gostariam de fazer para a esposa e os filhos do pastor, é essa: Como ele (o pastor) é na sua casa? Que nota vocês dariam para ele como marido, pai, cunhado, filho e irmão? Por causa do meu trabalho como terapeuta familiar, com freqüência sou procurado por esposas e filhos de pastores que buscam um conselho em relação aos problemas de relacionamento em casa.

É claro que não posso generalizar, conheço muitos pastores que tem um bom relacionamento familiar e um casamento dentro do razoável. O que me preocupa, é que aumenta a cada dia o número de pastores que se vêem obrigado a viver uma vida conjugal de fachada, mostrando um “casamento equilibrado que na verdade não existe”, usando sempre um verniz religioso, disfarçando certa piedade, só para não perder o “seu ganha pão”, que é o ministério. Essa afirmação não é uma conjectura, mas sim uma realidade constatada a partir da confissão de esposas de pastores nas cartas, e-mail’s, aconselhamento e desabafos entre amigas. Vamos conhecer algumas dessas confissões:

  • Preferia ser apenas uma ovelha dele, nunca esposa.
  • Ele dá tudo de si para a igreja e nunca sobra o suficiente para suprir as minhas necessidades. Eu sou a ovelha mais carente da igreja.
  • Já ouvi dele, se não fosse o meu ministério, já teria me separado de você.
  • Ele nunca prega sobre relacionamento, por que o nosso casamento é um fracasso.
  • Se a igreja soubesse quem ele é dentro de casa, não o aceitaria como pastor.
  • Meus filhos não vão à igreja por causa da hipocrisia do pai. Ele prega aquilo que não vive.
  • Meu marido-pastor não pode ver um “rabo de saia”, cobiça mulheres na minha frente.
  • Estou cansada de ouvir dele: Eu não te amo mais…
  • Por duas vezes o peguei vendo pornografia, o pior é que ele se irrita por eu ser contra esta imoralidade.
  • Já ficamos mais de um mês sem conversar dentro de casa.
  • Já passamos três meses dormindo em camas separadas.
  • Ele já me agrediu fisicamente antes de sair para a igreja onde iria dirigir um culto de oração.
  • Nós não temos vida sexual já faz seis meses.

Por pior que seja a esposa, nada justifica estas atitudes e palavras que revelam um coração que não tem nada a ver com o coração de um autêntico pastor. Aqueles que se dizem pastor e não praticam os princípios básicos do Evangelho, manifestando dupla personalidade e séria deformidade de caráter, a Bíblia os define como: “…manchas em vossas festas de amor, banqueteando-se convosco, e apascentando-se a si mesmos sem temor; são nuvens sem água, levadas pelos ventos de uma para outra parte; são como árvores murchas, infrutíferas, duas vezes mortas, desarraigadas; Ondas impetuosas do mar, que escumam as suas mesmas abominações; estrelas errantes, para os quais está eternamente reservada a negrura das trevas”. (Jd 12,13)

O apóstolo Paulo ao instruir Timóteo sobre as viúvas que podiam assistir sua família, mas negligenciava esse cuidado, disse: “Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua família, negou a fé, e é pior do que o infiel“. (1 Tm 5.8) Infelizmente, muitos lideres que deveriam ser o exemplo dos fieis, tem se comportado dentro da sua família de forma escandalosa para o Evangelho.

O que Jesus disse em Mateus 16.26 deve soar todos as dias como uma grande advertência para todos nós pastores: “Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma?” Fazendo uma aplicação dentro daquilo que estamos considerando, poderíamos construir este texto assim: “o que adianta o pastor ganhar o mundo inteiro e perder a sua família?” Se por ventura o pastor que está lendo este texto, entender que esse é o seu problema, o caminho para qualquer mudança continua sendo o arrependimento. Nunca é tarde para reconhecer o buscar cura em Deus, onde a graça continua fluindo do seu coração.

Minha oração de todos os dias é essa: “Senhor, não deixe faltar temor em meu coração e continue o processo de cura e libertação em minha vida. Eu quero a cada dia melhorar um pouco mais. Faz de mim um obreiro aprovado. Um pastor que não tem do que se envergonhar diante da família e da igreja. Em nome de Jesus amém!”.

por: Pr. Josué Gonçalves

Portal Padom

 

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