SENTADO À MESA DO REI. (Pr. André Lepre)

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II Samuel 9:6 e 7 Vindo Mefibosete, filho de Jônatas, filho de Saul, a Davi, inclinou-se, prostrando-se com o rosto em terra. Disse-lhe Davi: Mefibosete! Ele disse: Eis aqui teu servo! Então, lhe disse Davi: Não temas, porque usarei de bondade para contigo, por amor de Jônatas, teu pai, e te restituirei todas as terras de Saul, teu pai, e tu comerás pão sempre à minha mesa.

A sorte de Mefibosete, o filho do Jônatas, é muito parecida com a nossa. Tinha só cinco anos de idade quando seu pai morreu. A sua ama, ante o perigo que se apresentava, tomou-o apressadamente para fugir com ele. Mas enquanto fugia, lhe caiu o menino e ficou coxo.
Os dias foram difíceis para Mefibosete, não só por sua incapacidade, mas também pelos tempos que corriam. Morto seu pai Jônatas, e seu avô Saul, o reino de Israel se tornou muito instável politicamente. Houve lutas fratricidas, e nesse ambiente, não havia segurança para um menino aparentado com um rei importante.
Então é levado a viver longe, no deserto, em casa do Maquir, um homem de bom coração. Ali passam os anos. Mefibosete cresce no amparo daquele homem, e de seu servo, Ziba.
Um dia algo aconteceu que mudou a história de sua vida. Davi, lembrou-se de Jônatas seu grande amigo, e perguntou se havia alguém de sua casa a quem pudesse usar de misericórdia. Então disseram: “Existe sim ó rei, é Mefibosete, e trouxeram-no até a sua presença.
Ao ver Mefibosete, Davi deve ter se lembrado do rosto, dos gestos, de seu amigo da alma. Então renasceu no coração do rei o amor íntimo por Jônatas. E lhe falava palavras de consolo a seu filho, devolvendo-lhe os bens que pertenciam à sua família, e lhe disse: “Você comerá para sempre à minha mesa”. Mefibosete replica: “Quem é seu servo, para que olhe para um cão morto como eu?”. Mas Davi insistiu: “Mefibosete comerá à minha mesa, como um dos filhos do rei”.
A história de Mefibosete se assemelha com a nossa em um determinado ponto porque em algum momento de nossa história, tivemos uma grande desgraça, e ficamos aleijados. Nosso caminho se fechou e nossa vida se tornou inútil. Não podíamos caminhar para nos aproximar de Deus. Ao contrário, em vez de nos aproximarmos, fomos para o deserto, muito longe.
Os anos passaram, e nossa miséria foi completa. Talvez não tão material, quanto espiritualmente. Entretanto, um dia, nosso nome foi pronunciado pelo Rei, Jesus Cristo. E fomos levados ao palácio. Ali não recebemos julgamento, a não ser misericórdia. Ali fomos consolados, perdoados, e honrados. E agora o Rei que antes era servido, veio para servir e sentou à sua mesa, e nos deu o manjar de príncipes.
Após, comermos à Mesa com o Rei, cada dia que desfrutamos de sua companhia somos sustentados por sua provisão abundante.
Sentados à mesa com o Rei, parecemos como entre os muitos filhos do Rei, os príncipes de Deus. Entretanto, se nos olharem mais atentamente, verão que temos uma marca, algo parecido como a de Jacó que andava mancando depois do encontro com Deus. A nossa marca hoje é a do sangue de Jesus, que nos faz lembrar que estávamos mortos em pecados e hoje essa marca nos mostra que não somos nada diante Dele. E se quisermos vê-lo face à face, teremos que nos apresentar perante à Ele sem máculas e sem “rugas”.
Deus permite que fiquemos por vezes paralíticos, para que nunca nos esqueçamos de onde fomos comprados, e qual é nossa verdadeira condição.
Dependentes do Senhor Jesus!

Sentado à Mesa com Rei, é só por chamada, por graça bendita de Deus. “Salvou-nos, não por obras de justiça que nós tivéssemos feito, mas sim por sua misericórdia” (Tito 3:5).

Nele, por Ele, para Ele.

Pr. André Lepre

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