A Igreja Católica cubana inaugurará esta semana seu primeiro seminário em mais de meio século, em um símbolo da progressiva normalização de suas relações com o governo comunista.
Operários dão os últimos retoques ao complexo de cor salmão que desponta entre a vegetação tropical 15 quilômetros ao sul de Havana.
O presidente Raúl Castro deverá comparecer à inauguração do novo centro de formação de sacerdotes no dia 3 de novembro, em um importante sinal político.
“Ele sabe o que significa para nós essa construção. Há uma boa disposição do presidente para com a Igreja e ele está demonstrando isso com sua presença na inauguração”, disse à Reuters o reitor do instituto, Antonio Rodríguez.
A nova sede do seminário de San Carlos y San Ambrosio será inaugurada no melhor momento das relações entre a Igreja e o Estado comunista, caracterizada durante décadas por uma forte desconfiança.
A Igreja converteu-se este ano em um importante interlocutor do presidente Raúl Castro.
O arcebispo de Havana, o cardeal Jaime Ortega, negociou com ele a libertação de meia centena de presos políticos e abriu, segundo diplomatas ocidentais, um canal extra-oficial de comunicação entre Cuba e Estados Unidos.
O seminário substitui um complexo similar desapropriado em 1996 da Igreja pelo governo e transformado em quartel militar, que atualmente é uma academia de polícia.
O instituto religioso funcionava desde então em um edifício do século 18 no centro histórico de Havana que, dizem, ficou muito pequeno.
Rodríguez disse que durante muito tempo a construção de um novo seminário parecia “impensável.”
“Indiscutivelmente aumenta a visibilidade da Igreja. Temos de olhar isso com esperança”, ressaltou o sacerdote de 59 anos.
Os católicos cubanos vêem o seminário como um passo para a abertura de novos espaços para a religião na sociedade cubana. Esta é a primeira construção que a Igreja tem a autorização para fazer em meio século.
Para celebrá-los viajarão esta semana para Havana bispos do Vaticano e de vários países, entre eles o arcebispo de Miami, Thomas Wenski.
Reuters / Portal Padom
Deixe sua opinião