ESPECIAL DIA DOS PAIS: Um pai extremamente zeloso

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O que dói mais:
ter um filho assassinado ou um filho assassino? Pergunte a Adão, pai de Caim, o assassino, e Abel, o assassinado (Gn 4.8-16). Pergunte a Davi, pai de Absalão, o assassino, e Amnon, o assassinado (2 Sm 13.23-39). Pergunte aos pais de Mitchell Johson, de 13 anos, e de Andrew Golden, de 1 1 anos, e das quatro meninas mortas no dia 24 de março na Westside Middle School, de Jonesboro, em Arkansas.
Não, não pergunte. Não vale a pena fazê-los sofrer mais do que já sofreram. E, também, é muito provável que eles não saibam responder.
Para abrandar a dor dessa tragédia e de muitas outras aqui e em qualquer parte do mundo, Ultimato e Padom, publica o artigo desta página (Um pai extremamente zeloso) e das 4 páginas seguintes (Recado aos meus jovens filhos e Mutirão da paz).

Um pai extremamente zeloso

Temos falado sobre o caráter íntegro de Jó, sobre o incrível sofrimento de Jó, sobre a inigualável paciência de Jó e sobre o último estado de Jó. Mas quase nunca falamos sobre o cuidado de Jó com a manutenção da vida religiosa de seus dez filhos.
O homem rico da terra de Uz não se preocupava apenas com o seu comportamento diante de Deus. Ele queria que seus filhos também estivessem na presença dele.
Com receio de que os sete filhos homens e as três filhas mulheres cometessem algum excesso naquele rodízio de banquetes que promoviam uns nas casas dos outros, Jó os chamava à sua presença, ao final de cada rodada, e, então, os santificava. Também levantava-se mais cedo que o costume e oferecia sacrifícios pelo eventual pecado de cada um deles. “Talvez”, dizia com seus botões, “tenham pecado os meus filhos e blasfemado contra Deus em seu coração”. Isso Jó fazia não de vez em quando, mas continuamente (Jó 1.5).
Jó provavelmente ficava matutando: “Talvez meus filhos tenham se excedido na bebida; talvez tenham ficado alegres demais e brincado com o nome de Deus; talvez estejam só pensando neles próprios e nunca no numeroso pessoal que trabalha com eles na fazenda de gado (os banquetes eram exclusivos); talvez estejam valorizando demais as riquezas da família; talvez estejam brigando entre si por causa da herança; talvez sua vida religiosa esteja tão rasa que não suporte nenhum possível revés mais na frente; talvez estejam se embebedando demais com o conforto e o poder da prosperidade; talvez não estejam se importando com a educação dos próprios filhos no temor do Senhor; talvez o casamento deles não esteja indo bem e termine em separação; talvez…”
Esta é uma faceta esplêndida da vida de Jó. Ele conhecia a natureza humana. Não era um pai coruja a ponto de pensar que os filhos dos outros eram capazes de tudo, mas os seus, não. Mesmo não sabendo nada de concreto, Jó oferecia holocaustos para restaurar a santidade possivelmente arranhada por alguma palavra, por algum gesto, por alguma negligência, por alguma loucura. Os dez filhos eram grandes, já estavam criados, já moravam em casas próprias, certamente já tinham família. Todavia,…lá estava o homem mais rico do Oriente de sentinela, levando-os de contínuo à presença de Deus.
O cuidado pastoral de Jó por seus filhos, dia após dia, sem dúvida alguma ajudou-o a suportar a tragédia que se abateu sobre ele, de uma hora para outra, quando um vento muito forte, vindo do deserto, soprou contra a casa do filho mais velho, derrubando-a por inteiro e soterrando as três moças e os sete rapazes e, quem sabe, seus genros, noras e netos. No dia seguinte, Jó os sepultou não como ímpios, mas como mortais sujeitos ao pecado que tinham sido cuidadosamente mantidos na presença de Deus!

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