Motorista recusa levar passageira no ônibus por ser “macumbeira”

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Uma moradora de São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, praticante do Candomblé acusa um motorista da Viação Tanguá de intolerância religiosa. Fabiana Figueiredo de Souza, de 23 anos, alega que foi constrangida pelo profissional que, logo depois de dizer que a linha não ia até o destino desejado pela jovem, teria afirmado que “não carregaria uma macumbeira”. O caso está sendo investigado pela polícia.

Não consigo entender como uma pessoa pode me julgar só porque estou vestida de branco. Eu vi claramente que a linha do ônibus era 39 (Marambaia – Coroado), mas ele insistia que só ia até Alcântara! Quando desci das escadas, minha irmã escutou o motorista falando que não levaria macumbeira — diz Fabiana, contando que o incidente aconteceu no dia 31, por volta de 12h40m.

Há menos de um mês, a jovem passou por um ritual de iniciação no Candomblé. Agora, ela precisa seguir algumas regras, por um período de 90 dias, como andar vestida de branco e portando fios de conta. O pai de santo Gilmar Hughes, coordenador da Comissão de Matrizes Africanas de São Gonçalo (Comasg), encorajou a sua Iaô (filha de santo) a fazer um registro de ocorrência sobre o caso.

Para a delegada titular da Deam de São Gonçalo, Débora Rodrigues, trata-se de um típico caso de intolerância:

— Já enviamos um ofício à empresa para que eles possam encaminhar o funcionário para prestar declarações.

A empresa alega que o motorista apenas informou à passageira que o ônibus tinha outro itinerário, por ser de linha diferente. Entretanto, no depoimento dado à Tanguá e enviado para a reportagem, ele afirma que avisou sobre mudança de rota porque “estava com o horário estourado”.

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