Esposa de sequestrador do Boeing 737 pede desculpas

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CIDADE DO MÉXICO – A esposa do boliviano José Mar Flores Pereira, responsabilizado pelo sequestro de um Boeing 737 da companhia Aeroméxico que levava 104 pessoas a bordo, pediu desculpas pelas ações de seu marido e o qualificou como um “homem exemplar”. Elizabeth Melgar, também de origem boliviana e radicada no estado de Oaxaca, no sul do México, foi entrevistada na noite desta quarta-feira (9) pela emissora W Radio, à qual disse que Pereira pretendia chamar a atenção da imprensa.
O avião, que fazia o voo 576, com uma rota que partiu da Bolívia, foi tomado por sequestradores durante uma escala em Cancún. Posteriormente, a aeronave seguiu para a capital, onde pousou no aeroporto internacional em uma área destinada a emergências.
Após a libertação dos passageiros, por volta das 15h locais de ontem (17h em Brasília), agentes da Polícia Federal invadiram a aeronave e capturaram oito supostos sequestradores. Logo após a normalização da situação, o ministro da Segurança Pública, Genaro García Luna, apontou Flores Pereira, de 44 anos, como o responsável pela ação.
“É um homem muito nobre, jamais quis machucar ninguém, peço desculpas em nome do povo evangélico, de minha família e em nome de meu esposo, que no momento certo também pedirá”, disse Melgar.
Segundo a mulher, seu marido se dedica à “luta para que viciados em drogas e álcool saiam desse mundo” do vício. “Todos cometemos erros e felizmente não aconteceu nada”, completou.
Durante o voo, o suposto sequestrador e cantor de uma Igreja cristã ameaçou detonar uma bomba na aeronave. Ao ser detido, ele disse estar cumprindo “uma missão divina”, que teria o intuito de alertar a população sobre um terremoto no país.
Segundo as autoridades, o boliviano alegou como motivação a data de hoje, 9 de setembro de 2009 (9/9/9), que de maneira invertida corresponde ao chamado “número da besta”, 666.
Ainda de acordo com a secretaria, o homem não carregava explosivos e, além das ameaças, exigiu conversar com o presidente Felipe Calderón.
“Felizmente, as coisas saíram bem e foram resolvidas sem vítimas a lamentar”, disse, por sua vez, o mandatário do país, que disse ainda que este sequestro representou uma “prova para todos”.

DCI/padom

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