Noticias gospel – O empresário Sebastião Donizete Pereira, de São José do Rio Preto, no último domingo foi destaque no jornal Diário da Região, por ter investido cerca de R$ 10 milhões de reais na construção do maior templo religioso da cidade.
Leia abaixo a matéria na íntegra
Fica bem no meio do Jardim Paraíso, bairro carente da zona norte de Rio Preto conhecido como ponto de prostituição e tráfico de drogas, o maior templo religioso da cidade, misto de igreja, livraria e lanchonete, ao estilo de um shopping, que será inaugurado no fim deste mês.
A iniciativa é do empresário Sebastião Donizete Pereira, que investiu R$ 10 milhões no empreendimento. De origem humilde, Pereira enriqueceu com a exportação de miúdos bovinos. Recentemente, deixou a Igreja do Evangelho Quadrangular para fundar a sua própria, sugestivamente batizada de Igreja do Paraíso.
“Em um momento de dificuldade para a minha família, tive que tomar frente como filho mais velho, então pedi ajuda para Deus. Ele disse ‘eu te abençoarei’. Naquele momento, prometi que iria construir o maior templo desta cidade, onde todos se unirão”, diz Pereira, que além de empresário é pastor.
A grandiosidade do que foi construído no bairro Jardim Paraíso é notável já da entrada. São aproximadamente 8 mil metros de construção. A igreja tem capacidade para até 5 mil pessoas. Apenas como curiosidade, o Templo de Salomão da Igreja Universal, em São Paulo, considerado a maior estrutura religiosa do País, comporta 10 mil pessoas sentadas. Até agora, o maior templo religioso da cidade é o da Iurd na Redentora, com capacidade para 2,5 mil pessoas.
A área ainda conta com estacionamento para aproximadamente 400 carros em área fechada, com câmeras monitorando, e um anexo onde os frequentadores encontrarão um restaurante, uma livraria e uma academia. Comparável à estrutura de um shopping center.
Mas não é só isso. Dentro do templo há dois berçários, com capacidade para cerca de 80 crianças, construídos para que os pais possam deixar seus filhos durante os cultos, tudo devidamente monitorado por câmeras, e dois camarins, um para os músicos e outro para pastores e artistas que se apresentarem no espaço. Há também uma cortina automática, que será usada para casamentos, sistema de iluminação digno de uma casa de shows e equipamento de última geração.
“Temos o melhor som existente no mercado, o JBL, profissional, que normalmente não é vendido para igrejas. A bateria é uma DW, que é considerada a Ferrari das baterias. Essa é a melhor que há no mercado. Além disso, compramos um piano elétrico que faz tudo em um só instrumento. O dinheiro que gastei aqui eu não gastaria nem os juros dele na minha vida toda, mesmo que vivendo muito bem”, afirma o pastor.
O pastor afirma que o dízimo não será uma obrigação, mas que a Bíblia ensina esse dever. “Isso não é um pensamento humano, é um ensinamento bíblico. Assim, as pessoas que quiserem ser dizimistas, serão dizimistas. Aqueles que quiserem ofertar um terreno, por exemplo, poderão. O que Deus colocar no coração delas. Não vamos ficar pedindo, daremos a liberdade para a pessoa contribuir da forma que ela quiser e, se ela não quiser contribuir, tudo bem”, diz Pereira.
Ele garante que a arrecadação não é uma preocupação, afinal, a manutenção da igreja e todas as suas necessidades serão cobertas com seu próprio dinheiro. “Além disso, queremos transparência. Vamos prestar contas aos fiéis sobre todo o dinheiro arrecadado.”
O bairro Jardim Paraíso há muitos anos é reconhecido em Rio Preto como uma área dominada pela prostituição e pelo tráfico de drogas, mas a Igreja do Paraíso chega à região no próximo dia 29 com a intenção de transformar essa concepção e os moradores da região aprovam a novidade.
“Sempre digo que é melhor abrir uma igreja que um novo bar. Precisamos disso, precisamos de mais igrejas por bairro e que as pessoas se apeguem à religião. No entanto, não vejo a abertura de uma igreja como uma forma de melhorar o bairro, para isso seria necessário um esforço verdadeiro por parte da prefeitura”, afirmou o auxiliar de manutenção U.J.S., de 43 anos.
A igreja parece um oásis em meio a um deserto de descaso de anos. Os arredores são marcados por imóveis antigos, terrenos abandonados, motéis e casas de prostituição. Há ainda casas entre esses estabelecimentos marcadas com placas e inscrições nos muros indicando que ali é uma residência de família, para que não frequentadores que estão em busca de programas ou drogas não incomodem.
Segundo o pastor da Igreja do Paraíso, Sebastião Pereira, quando buscava por um terreno para construir o templo já tinha predileção pela área próxima ao Jardim Paraíso. “Queríamos, desde o início, fazer um trabalho social. Por isso, escolhemos esse lugar para construir o templo, o lugar que mais precisa. Se fosse investir para ter retorno, eu poderia ter aberto a igreja em qualquer lugar de Rio Preto, mas aqui há uma necessidade maior. Estamos no centro do tráfico de drogas e da prostituição, próximos às pessoas que mais precisam.”
Uma moradora do bairro que não quis se identificar afirmou que a abertura da igreja desse porte na região é muito bem-vinda. “Não temos nenhum tão perto assim e isso pode ajudar o bairro em outras questões.”
O pastor promete que a igreja estará aberta todos os dias, das 7 horas às 23 horas, e oferecerá uma série de serviços aos seus frequentadores, como aulas de caratê, judô e de música gratuitas para as crianças. “O trabalho social será iniciado após a inauguração, mas já estamos fazendo o cadastro dos interessados”, afirma.
O Diário também conversou com as prostitutas que trabalham nos arredores e todas se mostraram favoráveis ao empreendimento. “Acho muito bom”, disse uma delas antes de acrescentar que frequentaria sem nenhum problema. “É bom ter uma igreja aqui, mas não acho que seja a solução. As melhorias aqui precisam ser feitas pela prefeitura. Além disso, muito do que vem sendo noticiado foge da realidade.”, disse um comerciante da região que também não quis se identificar.
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