Durante a guerra síria ela foi buscar comida, encontrou o Pão da Vida

Nisreen (nome modificado por questão de segurança), cresceu em um lar muçulmano na Síria, mas desde tenra idade foi misteriosamente atraída pelos cristãos em vez da fé de seus antepassados.

“Eu não tinha uma crença forte em minha religião”, disse ela ao Portas Abertas.

Ela foi atraída pela doce fragrância dos cristãos que conheceu. “O amor de Cristo foi plantado em mim desde que eu era pequena”, diz ela. “Eu costumava ver como o comportamento dos cristãos é melhor do que o nosso. Sempre gostei de cristãos e costumava dizer aos meus pais ‘há algo que conecta a mim e aos cristãos’”.

Como uma estudante, sua falta de interesse pelo Islã era evidente. “Na escola, quando tínhamos que memorizar versículos do Alcorão, eu não queria fazer isso.”

Ela se casou aos 15 anos e nunca escondeu seu amor pelos cristãos de seu esposo. “Pedi a meu marido que me levasse à igreja”, diz ela. “Senti um verdadeiro conforto na igreja. Quando meus filhos ficaram doentes, fui à igreja e orei por eles, eles seriam curados. Eu tinha fé nisso.”

Nisreen e sua família sobreviveram a quase 10 anos de uma guerra brutal no norte da Síria. Sua cidade fica perto de uma área controlada pelo ISIS, mas eles nunca capturaram sua cidade.

Durante a guerra, a família de Nisreen lutou para encontrar o sustento adequado. Um dia ela ouviu falar de uma distribuição de alimentos por meio de uma igreja local.

A primeira vez que ela visitou foi uma decepção. “Eles não podiam cuidar de mais famílias”, disse Nisreen ao Portas Abertas. “Mas eles disseram que eu deveria voltar. Voltei depois de 12 dias.

“Eu estava em uma necessidade desesperada naquele momento; meus filhos não tinham nada para comer. Eu sempre costumava clamar ao Senhor e dizer: ‘Senhor, tu és o refúgio dos meus filhos.’ ”

Quando ela voltou para a igreja, um voluntário disse que não podiam colocar novos nomes em sua lista de distribuição.

“Eu estava muito cansada, emocionalmente exausta, chorando e muito magra”, lembra ela.

Ela pediu a ele um copo d’água e se ela poderia se sentar um pouco.

“É Ramadã, você não está jejuando?” perguntou o voluntário.

“Não estou jejuando, essa não é minha crença”, ela respondeu.

“Você não acredita em Deus?” o homem perguntou.

“Tenho fé em Deus e sinto que Ele está sempre comigo, mas não da maneira como o Islã ensina”, disse ela.

O voluntário surpresa passou uma hora e meia explicando o Evangelho para ela.

“Pois vos entreguei em primeiro lugar o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, que foi sepultado, que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras.” (1 Coríntios 15: 3-4)

Nisreen ouviu com atenção e perguntou: “Você falou sobre Jesus e disse que Ele veio para todas as pessoas; é possível que eu possa me tornar um cristão?”

“Claro”, o homem exclamou. “Cristo veio por todo o mundo!”

Nisreen recebeu Jesus como seu Salvador e Senhor naquele dia e nasceu de novo. Ela voltou para casa, cheia de alegria recém-descoberta: “Encontrei Jesus e ganhei um pacote de comida!” ela disse a sua família surpresa.

Por dois dias, ela falou sobre como o Senhor fez um milagre em sua vida.

Mais tarde, ela voltou para a igreja da Aliança, onde recebeu comida e o Pão da Vida. “Quando me sentei naquele serviço religioso, chorei muito”, disse ela ao Portas Abertas. “Eu estava lá com minha filha. No caminho [lá], na rua já senti uma alegria tão grande. Obrigado Jesus, por me trazer aqui.”

Nisreen se juntou ao programa de discipulado da igreja e começou a crescer em sua fé. Ela concluiu três níveis de treinamento. Suas três filhas e seu filho também se tornaram cristãos e são fiéis frequentadores da igreja com a mãe.

Seu marido ainda não é um seguidor de Jesus “mas parece estar a caminho”, observou ela. “Eu sempre leio a Bíblia, o Antigo e o Novo Testamento e freqüentemente assisto à televisão cristã. Eu espero que um dia eu dê treinamento de discipulado para outras pessoas.”

Surpreendentemente, sua conversão foi aceita pela maioria de sua família. “Meu irmão, que mora na Alemanha, escreveu para meus pais: ‘Vocês deveriam se alegrar, Nisreen agora está no caminho certo’”, relatou Nisreen. “Meu pai disse uma vez: ‘Desde que [Nisreen] era pequena, [ela] ama Jesus; ela sempre procurou por Deus’”.

Apenas sua sogra não está feliz por ela ser cristã. “Ela disse que eu não deveria ir à igreja”, disse Nisreen. “Ela discute comigo, estamos sempre brigando por isso: ‘Você está afastando seus filhos do caminho certo.’Meu filho Bashar sempre compartilha com ela sobre Cristo.”

Ser cristão fez uma grande diferença na vida de Nisreen. “É indescritível, aconteceram milhões de coisas”, contou ela. “A fé me dá força. Não tenho mais medo da vida. Anos atrás, até tentei suicídio. O mais importante para mim agora é Jesus em minha vida. Também vejo a diferença que faz na vida de Bashar, meu filho. Ele estava tão nervoso no passado. A Bíblia o ajudou a ficar mais calmo. Cada vez que ele fica chateado, ele abre a Bíblia e se acalma.”

“Que o mundo veja que amo o Senhor Jesus”, exclamou Nisreen. “Ele disse que todo aquele que tem vergonha de mim, terei vergonha dele na frente de meu pai. Então, por que eu teria vergonha Dele? Ele é o meu refúgio e o abrigo dos meus filhos.”