Cristãos egípcios relatam sua angústia de viver sob opressão

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cristãos-egitoUma insurgência islâmica ameaça uma das mais antigas comunidades cristãs do mundo. Meses após a revolta popular que derrubou o presidente egípcio, os muçulmanos radicais seguem culpando os cristãos. Eles são atacados quase que diariamente e agora duvidam do futuro que os espera em sua terra natal.

No dia 03/07/2013… Enquanto o sol se põe sobre o Cairo, milhares de egípcios celebram na Praça Tahrir.

Era o fim do jogo para Mohammed Morsi.

“Mohamed Morsi era um líder islâmico com grandes sonhos para o Egito”, diz Bolous Georgas, um cristão egípcio.

Morsi foi o primeiro presidente islamita eleito democraticamente, mas também liderava a radical Irmandade Muçulmana.

Bolous Georgas juntou-se aos milhões de pessoas que exigiram sua renúncia. “A Irmandade Muçulmana pensava que Morsi iria devolver a glória do Islã, purificar o Egito dos não muçulmanos e que criaria um país islâmico”.

Isso preocupava Bolous,porque ele é parte dos dez porcento da população egípcia, que é cristã. “Todos sabiam que também protestávamos contra o governo de Morsi”.

Samir Abaskhiroune, um proeminente cristão egípcio, acredita que a remoção de Morsi foi um milagre.

“Os cristãos sentiram que se levantou um fardo pesado em nossa nação. Mal sabíamos que isso era possível, mas oramos e Deus respondeu”, explica o homem que é superintendente das Assembleias de Deus.

Mas então vieram as ameaças islâmicas…

“Começamos a escutar mensagens na televisão, nas mesquitas, nas ruas, pessoas dizendo que iriam matar os cristãos por ter protestado contra Morsi e a Irmandade Muçulmana. Disseram que nossa família, filhos, casas e negócios seriam seus alvos”, disse Boulos.

No entanto, os cristãos egípcios tinha razão por tal preocupação.

Dor e amor

Feby Zakrya esposa de Bolous  diz que “as ruas estavam quietas naquela noite. Lembro-me de que não havia muitos carros e nem muitas pessoas caminhando”.

A esposa de Bolous estava em casa à noite, quando eles receberam um telefonema que mudaria suas vidas.

“Minha amiga gritava no telefone: ‘Eles atiraram em Jessi. Jessi foi baleada”, relata Zakrya.

 

Era 06 de agosto em cerca de 19:15 horas. Jessi tinha acabado de sair da igreja, depois de nove dias de Escola Bíblica de Férias. Ela caminhou alguns passos e somente um disparo no coração acabou com sua vida.

“Jessi era a nossa única filha. Ela era uma pessoa maravilhosa “, diz Bolous Georgas.

Ela tinha apenas 10 anos.

Podíamos ver que ela estava se tornando em uma bela jovem. Era minha filha, ela era minha amiga”, diz Zakrya.

Ninguém assumiu a responsabilidade, mas os pais de Jessi acreditam que ela foi morta por causa de sua fé.

Porque nós apoiamos a destituição de Morsi e a campanha do exército contra a Irmandade. Os muçulmanos radicais são como bombas, prontas a explodir contra os cristãos”, diz a mãe.

Essa fúria explodiu alguns dias depois do assassinato de Jessi. No dia 14 de agosto, quando o exército desmantelou os acampamentos de protesto da irmandade no Cairo. Os partidários de Morsi se vingaram contra os cristãos.

Ao terminar, haviam destruído mais de 200 propriedades cristãs, incluindo 43 igrejas com danos graves. Lojas, empresas, carros e casas dos cristãos também foram atacadas. . A maioria dos ataques ocorreu no Egito central. Foi a pior violência organizada contra os cristãos em 700 anos.

O Dr. Sameh Sadik, Serviço de Operação Internacional, é um egípcio graduado pela universidade cristã de Regent, disse que as autoridades pouco fizeram para impedir os ataques ou para identificar os responsáveis. Sadic vive nos Estados Unidos e frequentemente viaja para o Egito.

CBN News falou com ele no Cairo, enquanto ministrava  para pastores que perderam seus edifícios durante o assalto.

Portal Padom

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