“A vida humana começa na concepção e destruir um embrião humano significa impedir o nascimento de um ser humano”, afirma a Academia de Medicina da Argentina em um comunicado.
Centenas de médicos argentinos recentemente tomaram as ruas para protestar contra o aborto que passou pela câmara baixa em junho e será debatido em 8 de agosto.
Durante os protestos, muitos médicos levavam cartazes com a mensagem: “Eu sou médico, não um assassino”. Alguns disseram que prefeririam ir para a cadeia do que matar bebês em gestação em abortos.
“Até onde estamos dispostos a ir? Prisão”, disse Ernesto Beruti, chefe de obstetrícia do Hospital da Universidade Austral.
Mesmo que a lei seja aprovada, “não vou eliminar a vida de um ser humano. O direito mais importante é o direito de viver”, acrescentou.
ABORTO LEGAL EM 14 SEMANAS
O aborto é proibido na Argentina, exceto em casos de estupro, graves deficiências ou ameaças à vida da mãe.
No entanto, o projeto de lei propõe legalizar o aborto por qualquer motivo até 14 semanas de gravidez, argumentando que a medida reduzirá as mortes de mulheres.
Cerca de 300 hospitais privados e públicos em todo o país mostraram sua oposição à legislação.
Hospitais privados denunciam que a lei não permitiria que eles optassem por não realizar abortos. Embora os médicos individualmente possam ser capazes de recusar, outros aspectos confusos da lei podem torná-los vulneráveis a processos e perseguições por suas crenças.
“Os médicos não podem trabalhar sob a ameaça da prisão”, disse Maria de los Angeles Carmona, chefe de ginecologia do Hospital Público Eva Peron.
INSTITUIÇÕES MÉDICAS CONTRA A CONTA
A Federação de Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia da Argentina emitiu uma declaração expressando preocupação de que “os médicos que se recusam a realizar abortos por motivos morais podem sofrer discriminação profissional”.
Além disso, os objetores teriam que se registrar, e eles estão preocupados que poderiam ser usados para “colocá-los na lista negra” nos hospitais.
A altamente respeitada Academia Argentina de Medicina também é contra o projeto de lei: “a vida humana começa na concepção e destruir um embrião humano significa impedir o nascimento de um ser humano”, apontou em um comunicado.
“Nada de bom pode vir quando a sociedade escolhe a morte como solução“, disse a Academia.
ABORTAMENTOS DE LONGO PRAZO
Os oponentes também alertam que isso poderia abrir o caminho para abortos generalizados de última hora, porque ele renuncia ao limite de 14 semanas em casos de estupro ou quando a saúde de uma mulher está em risco.
Se o projeto for aprovado, a Argentina será o primeiro país a legalizar o aborto desde a votação histórica na Irlanda para derrubar sua oitava emenda, que protege legalmente as crianças não nascidas. Seria uma das únicas nações da América do Sul com o aborto legalizado sob demanda.
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