Vereadores voltam a criticar Santa Casa

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Pastor João Luiz diz que hospital tem discriminado evangélicos, proibidos de visitar pacientes; assessoria nega: ‘Do católico ao ateu, todos entram’.
A sessão plenária da manhã desta quarta-feira, na Câmara de Vereadores de Maceió, foi marcada por uma discussão ‘acalorada’ envolvendo denúncia sobre a Santa Casa de Misericórdia de Maceió. O vereador Pastor João Luiz (DEM), ao utilizar a tribuna, afirmou que a instituição, reconhecidamente católica, estaria ‘barrando’ a entrada de evangélicos no hospital.“A portaria baixada pela direção da Santa Casa proibindo a entrada de evangélicos já foi revogada, mas a proibição persiste. Não queremos desrespeitar as normas do hospital, mas temos bispos treinados a realizar visitas a pessoas enfermas. Queremos que a instituição também abra as portas aos umbandistas, espíritas, sem qualquer discriminação”, afirmou o vereador, que requereu a realização de uma sessão pública para debater o tema, no próximo dia 14.
Já o colega vereador Marcelo Gouveia (PRB), que também é pastor, acompanhou o discurso de João Luiz. “A discriminação não é só nos hospitais. Mas até 2015, os evangélicos serão maioria no País”, complementou. A vice-presidente da Câmara, a médica e vereadora Fátima Santiago (PP), posicionou-se favoravelmente à manifestação, ressaltando, contudo, a necessidade de se respeitar os horários das visitas.
Quem também pediu a palavra foi a vereadora Heloísa Helena. “Existem normas para preservar o trabalho dos profissionais, assim como o próprio paciente. Mas restringir as manifestações apenas a uma religião é muito grave, impedindo a complexa subjetividade humana”, comentou. “Existe uma disputa vexatória entre as religiões. Há espaço a todas elas. A ciência mostra como a religião contribui a auto-estima do cidadão. Só não vê quem não quer, por preconceito ou por pura ignorância”, emendou Heloísa.
Em resposta, a assessoria de comunicação da Santa Casa negou veementemente a denúncia. “Todos sabem que a Santa Casa é uma instituição católica. Temos um padre presente em cada turno, e missas são realizadas todos os dias. Mas todos são autorizados a fazer visitas, do católico ao ateu, dentro dos horários estabelecidos, seja nos apartamentos ou na enfermaria”, assegurou o assessor.
A assessoria lembra ainda algumas restrições à segurança do próprio paciente. “Só não podemos é liberar geral, permitindo que, por exemplo, alguém adentre nos apartamentos suado ou com as mãos sujas”, emendou.

GazetaWeb

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