Uma banda que não é gospel, mais é formada por jovens “evangélicos” …

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Entre o hard e o emocore
É neste universo que trafegam as duas bandas independentes, Dusty e Agnez, cujas histórias você vai conhecer um pouco agora
Entre ânimos e desânimos. Quem experimentou tocar no começo dos anos 2000 vive entre essas duas palavras, numa linha tênue, pois a vontade de reviver aquele momento especifico se confunde com as novas ondas do mercado musical. As duas bandas de hoje estão divididas em meio aos percalços naturais. São elas Dusty e Agnez. Uma é experiente outra começa a sentir o mercado musical agora. Ambas, querem levar suas carreiras adiante.

Em 2004, os integrantes da Dusty, que tocavam covers do Guns´n´roses, sabiam que um dia sairiam do quarto de instrumentos dos irmão gêmeos Thiago e Mateus, para fazer um som próprio. Anos se passaram, no entanto, e o pequeno grupo sem pretensão se dispersou. “Por circunstâncias da vida a gente acabou se afastando e ficando um tempo sem se falar. Eles se mudaram pra longe da nossa casa também, o que contribuiu”, conta Renan.

Porém, a amizade com outros dos parceiros, Samuel, continuou e, juntos, começaram a frequentar casas de shows undergrounds, os pontos de encontro de adolescentes em busca da música que lhes agrada. Nesse clima, os amigos Samuel e Renan tiveram a idéia de formar um grupo – sob inspiração de outros amigos que já tinham banda.
Circulando pelo cenário musical hardcore, os roqueiros que até então curtiam Angra, U2 e afins, perceberam que esta “nova onda” era um meio legal de se estar. Na época com idade entre 17 e 19 anos, nem se quer sabiam quem eram as bandas que causavam frisson em Curitiba e no Brasil. “Eu não fazia idéia de quem era Duffs, Sugar Kane, A- ok, Dead Fish e muito menos conhecia alguma banda gringa. Eu ouvia mais rock tipo Guns´n´roses, metal melódico tipo Angra. Amigos começaram a tocar e nós a ir em apresentações e conhecer a galera. Comecei a gostar do meio em si, não só da música. E pensei vou montar uma banda pra mim”, diz o guitarrista Renan.
O fato de serem evangélicos não causou problema algum. Todos pertencem a Igreja do sétimo dia. “Somos batistas. A gente costuma dizer que somos evangélicos mas a banda não é. As músicas não tentam passar uma mensagem sobre Deus ou o que é certo ou errado. No meu modo de ver e de pensar, as músicas seriam assim, mesmo que fossemos de outra religião”, comenta Rennan.
A banda segue na ativa, mas a vida deles tomou um rumo diferente, pois todos escolheram o caminho da Faculdade e formar família. Dilema que não é nunhuma novidade neste meio, aliás. “A gente não é meio desanimado. É que tudo pra gente sempre foi difícil. Vimos muitas bandas por aí que tinham apoio de fotógrafos e um monte de coisa, enquanto nós tínhamos que tirar tudo do bolso. Tudo tinha que pagar e cada vez mais crescendo esse esquema de vender ingresso”, relata.

Mas apesar disso a banda continua, embora os shows sejam esporádicos.
A banda Agnez representa aquilo que os “tiozões” que escutam hardcore, têm pavor ou medo de encararar (fica a pergunta): o emocore. Com a produção de Reneé Fernandes do Hevo 84 – uma banda curitibana em ascensão no mainstrean –, os garotos do Agnez estão lançando o seu primeiro CD oficial.
“Agora em 2010 vamos lançar o nosso primeiro registro mesmo. Conforme manda o figurino”, comemora o vocalista Criz Costa.

Com um pouco menos de dois anos, a primeira demo gravada “foi mais naquela empolgação de moleque. Querendo jogar tudo pra cima e ir tocar, o que não deu muito certo. Agora é diferente. Estamos com um projeto muito bacana e sólido. E uma das fases do projeto atinge diretamente a questão de divulgar nosso trabalho, abrindo shows de bandas importantes”, acrescenta sobre a atual fase do Agnez.

Viver na independência ou correr atrás de uma gravadora ainda é um mistério para eles. “Hoje em dia quase todo músico vem trabalhando de forma independente. É diferente das antigas em que um produtor descobria um artista. Todo mundo, gravadoras e artistas querem alguém que esteja em evidência com as próprias pernas, então não saberíamos responder de cara. Pois ter gravadora é dividir lucros, mas, por outro lado, é ter acesso maior na mídia. O que podemos ter certeza é que tudo depende da proposta”, conclui Costa.

Serviço
myspace.com/bandadusty
e myspace.com/agnezoficial

Bem Paraná/Padom

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