Seita islâmica provoca matança na Nigéria

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Cerca de 700 pessoas morream no norte do país africano
A polícia da Nigéria está investigando como uma seita islâmica local conseguiu deflagrar, na semana passada, uma onda de violência durante a qual mais de 700 pessoas morreram no norte do país africano, disse nesta segunda-feira um porta-voz da corporação.
Clérigos moderados e estudiosos disseram ter advertido o governo sobre a tendência violenta do Boko Haram, seita também conhecida como “Taleban nigeriano”. No entanto, disseram eles, ninguém deu ouvidos às advertências até 26 de julho, quando militantes do grupo atacaram uma delegacia no Estado de Bauchi.A violência espalhou-se rapidamente por mais três Estados do norte da Nigéria antes que as forças de segurança tivessem condições de retaliar. Na quarta-feira, um ataque do Exército a um complexo do Boko Haram em Maiduguri resultou na morte de mais de cem supostos combatentes do grupo.
Nos últimos dias, a polícia deteve 20 supostos seguidores da seita, disse Isa Azaza, porta-voz da polícia de Borno. Com alguns deles foram encontrados carregamentos de pólvora, ácido e outros itens para possível fabricação de bombas, além de fuzis de assalto e bandeiras com inscrições em árabe, disse Azaza. “Eles se dividiram e atacaram todas as delegacias de polícia na área metropolitana”, lembrou Azaza. “Foi um ataque bem planejado ”
Ben Ahanotu, um coronel do exército nigeriano, afirmou que muitos integrantes da seita continuam à solta. Segundo Ahanotu, no entanto, “apenas alguns deles ainda representam perigo”. A cidade de Maiduguri estava calma nesta segunda-feira, mas o clima ainda é de tensão, com amplo aparato policial espalhado pelas ruas.
Durante o levante houve choques nos Estados de Borno, Bauchi, Kano e Yobe, todos no norte da Nigéria.
O “Taleban nigeriano” surgiu em 2004, quando estabeleceu uma base em Kanamma, no Estado Yobe, fronteira com o Níger. Dali, o grupo passou a promover ataques contra a polícia. Acredita-se que a maior parte dos integrantes dessa milícia seja composta por ex-estudantes universitários.
A maioria da população do norte da Nigéria é muçulmana, mas há redutos cristãos nas principais cidades da região, o que causa tensão entre os dois grupos religiosos. Desde 1999, 12 Estados do norte da nação estabeleceram a Sharia, código de leis islâmico.
A Nigéria é um país de 140 milhões de habitantes bastante afetado pela pobreza. Analistas apontam a relação direta entre décadas de governos corruptos e ineficazes, incapazes de garantir serviços básicos como água potável e eletricidade, e a violência.
As informações são da Associated Press/padom

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