Saiba como aumentar a duração da bateria de seu smartphone

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Desligar conexões 3G, Wi-Fi e Bluetooth economizam energia.
Ao contrário do que diz mito, baterias não ‘viciam’ com recargas rápidas.

Smartphones como o iPhone 4, por utilizarem conexões Wi-Fi e 3G e ter tela grande, consomem mais bateria do que um celular comum. (Foto: Divulgação)

A principal desvantagem que o consumidor sente ao migrar de um telefone celular comum para um smartphone é a duração da bateria. Mesmo com tamanho e capacidade de armazenamento maiores do que dos celulares, os recursos do aparelho como navegação pela internet por meio de redes 3G, acesso Wi-Fi, telas grandes, reprodução de vídeos e música, e-mails, games e GPS, por exemplo, exigem que o usuário recarregue a bateria antes de completar um dia de uso – e antes de oito horas, dependendo da usabilidade do aparelho.

Mas há como fazer com que uma carga, ao menos, garanta que você chegará ao final do dia com o celular ainda em funcionamento. Cada smartphone presente no mercado apresenta um modelo de bateria com tamanho e duração diferentes. Entretanto, o tempo que o aparelho ficará funcionando depende exclusivamente do perfil de utilização do consumidor e dos aplicativos utilizados de voz e dados.

É importante que o usuário saiba, também, que um smartphone não apresentará uma duração de bateria de um celular padrão, feito apenas para realizar conversas de voz e enviar mensagens SMS, que chega a durar cinco ou seis dias. Caso um smartphone apresentasse este tempo de duração de bateria, este componente seria muito grande para a tecnologia que existe atualmente.

Para que o usuário possa utilizar o máximo o seu smartphone, o G1 conversou com Fernanda Camargo, gerente de produto da Nokia Brasil, e com Renato Arradi, gerente de produto da Motorola, para trazer algumas dicas para ampliar a duração da bateria dos aparelhos.

Recarga sem ‘efeito memória’
Com as baterias feitas de íons de lítio, presente nos smartphones atuais, o usuário não precisa mais se preocupar em esperar toda a energia acaba para efetuar uma recarga completa. Não existe mais o “efeito memória”. As recargas completas eram necessárias em celulares mais antigos, que usavam baterias feitas de níquel. Caso o usuário não realizasse a carga completa, elas “viciavam” e tinham seu tempo de uso reduzido – com o tempo, sua capacidade de armazenamento ficava tão baixa que era necessário comprar uma bateria nova.

Motorola Milestone possui gerenciador de consumo de bateria. (Foto: Divulgação)

Desse modo, o usuário pode colocar o seu aparelho para uma recarga rápida, de apenas alguns minutos, sem qualquer problema. A vida útil das baterias é medida na quantidade de cargas feitas pelo usuário. Elas são produzidas para durar mais do o tempo médio que a pessoa ficará com o aparelho, até comprar outro.

Entretanto, há um limite que, quando o usuário chegar nele, a bateria começará a ter um tempo de duração menor. Isso não significa que ela está “viciada”, apenas que seu tempo de uso está chegando ao final. A partir desse ponto, recomenda-se que a bateria seja trocada.

Os telefones hoje podem ser carregados por meio de cabos USB, os mesmos que permitem a troca de informações entre os aparelhos e os computadores. Além disso, caso o usuário utilize o telefone como um navegador GPS, é importante ter o smartphone conectado em um carregador veicular.

Alguns comportamentos aumentam a vida útil de baterias de celulares. Um deles é o uso de carregadores originais. Eles evitam a sobrecarga e param de recarregar quando a bateria atinge 100% da capacidade. Recomenda-se não usar baterias ou carregadores genéricos.

Desligar conexões
Ao adquirir um smartphone, o usuário precisa saber o quanto a fabricante garante que a bateria irá durar. Em média, os aparelhos suportam cerca de seis horas de conversação. O mesmo ocorre ao utilizar muito a internet por meio de redes 3G, que, por conta da tecnologia utilizada, consome mais do que a rede 2G ou Edge.

Uma dica para quem utiliza muito as redes 3G é, após o uso, desligar todo o consumo de dados do aparelho ou fazer com que ele use apenas a rede mais simples, como Edge. Nesse caso, contudo, a navegação ficará mais lenta.

As conexões Bluetooth e Wi-Fi, quando ligadas, aumentam o consumo de energia dos aparelhos. O motivo é porque quando estes recursos estão ativados, eles sempre procuram por acessórios e redes para se conectar. O usuário percebe isso quando está andando de carro e o smartphone identifica diversas redes sem fio na rua, ou quando o Bluetooth está ativado e, em um shopping, ele identifica muitos aparelhos próximos.

Caso o usuário não tenha a necessidade de utilizar uma rede Wi-Fi ou não usará um microfone Bluetooth, por exemplo, recomenda-se desligar estas conexões para conseguir obter um maior tempo de duração do aparelho.

Telas menos iluminadas
As telas dos aparelhos também têm influência direta no tempo de duração das baterias. Atualmente, elas chega a ter até 4 polegadas de tamanho, são sensíveis ao toque e possuem uma iluminação que permite visualizar ícones e vídeos em qualquer ambiente. Elas, no entanto, são as maiores vilãs em termos de consumo de bateria.

Para conseguir mais economia de energia, dois pontos precisam ser observados: o tempo em que ela fica ligada e o nível de iluminação. Nos smartphones atuais existem estes dois ajustes. A recomendação é selecionar um desligamento automático da tela. É possível escolher que isso ocorra após alguns segundos ou minutos de inatividade do aparelho – o ideal é deixar apenas o mínimo possível ou o tempo necessário para ler um e-mail e a tela não apagar.

Outro item que influencia no consumo é a luminosidade da tela. Aparelhos que apresentam um sensor que aumenta ou diminui a luz da tela de acordo com o ambiente. Isso garantirá uma economia no consumo da bateria sem a necessidade de um ajuste manual do usuário.

Um telefone sem o sensor com a intensidade de luz no máximo, a bateria terá um consumo de energia elevado. A recomendação neste caso é que o usuário regule esta opção para que a luminosidade fique em 30% e 50% do total.

Vilões da bateria Por que consome? O que fazer?
telaDisplay
As telas grandes, que chega a ter até 4 polegadas, consomem bastante energia das baterias.Configurar os aparelhos para que o display desligue automaticamente após algum tempo. O ideal é 30 segundos. Deixar ligado o sensor de luminosidade ou definir o nível de iluminação para 30% ou 50% do total também ajuda.
Conexão 3GConexão 3G
A tecnologia atual de conexão à internet 3G consome mais energia do que a conexão 2G.Após o uso do 3G, desligar esta conexão no aparelho, deixando apenas a conexão 2G ativa. Caso o usuário não utilize a internet por algum tempo, recomenda-se desligar o tráfego de dados.
BluetoothBluetooth
Utilizar acessórios como microfones, teclados e conectar smartphones a PCs consome energia.Caso o usuário não utilizar a conexão Bluetooth para conversar ou para trocar dados com um computador, por exemplo, ela deve ser desativada e religada quando necessário.
Wi-FiWi-Fi
Enquanto ligada, a conexão Wi-Fi procura constantemente por uma rede sem fio.Quando o usuário estiver na rua, por exemplo, desligar a conexão Wi-Fi. O mesmo vale para se, após o uso da internet, o smartphone ficar inativo por bastante tempo.

Recursos novos

Nokia N900 teve arquitetura de aplicativos feita exclusivamente para economizar energia. (Foto: Divulgação)

Para fazer com que os smartphones tenham uma carga que dure o dia todo, os aparelhos da Motorola possuem um gerenciador de bateria. Os aparelhos que estão sempre conectados em redes Wi-Fi e 3G precisavam ter um consumo reduzido de bateria para uma melhor experiência.

Com o gerenciador de bateria, segundo Renato Arradi, o usuário pode definir um perfil de uso do aparelho para otimizar o consumo de energia, dando maior flexibilidade. Ele apresenta três modos: o desempenho, o econômico e o inteligente. O modo desempenho faz com que o smartphone utilize todos os recursos de comunicação.

O econômico, que define que o usuário parou de usar o telefone depois de certo tempo e desconecta a rede de dados. Ao tocar na tela, todas as comunicações são restabelecidas, trazendo e-mails e dados das redes sociais. Outra característica do modo econômico é, quando a bateria chega em um certo valor, a luminosidade do display é reduzida automaticamente a fim de aumentar o tempo de funcionamento do aparelho. O modo inteligente permite que o usuário defina um horário de pico, fazendo o aparelho funcionar com todos os recursos e, após este período, ir para um modo econômico automaticamente.

A Nokia, de acordo com Fernanda Camargo, investe, por ano, 6 bilhões de eurs em pesquisa e desenvolvimento, o que é equivalente a 14% de seu faturamento global. Esse investimento é dedicado à busca por melhorias em todas as áreas da comunicação móvel, tanto em produtos quanto em serviços, incluindo a questão de energia e baterias.

Toda a arquitetura dos novos aplicativos e serviços desenvolvidos pela Nokia também são criados pensando em um consumo otimizado da bateria, como, por exemplo, o Nokia Messaging, software para leitura de emails no celular. Com ele o usuário pode configurar para sincronizar emails, contatos ou agenda de forma automática ou manual e quando o aparelho está com a bateria fraca ele automaticamente, podendo ser alterado manualmente pelo usuário, para de sincronizar as mensagens para assim poupar o consumo de bateria. Quando a bateria é recarregada a sincronização volta ao que foi definido pelo usuário. Além disso, é possível configurar os aplicativos que trocam dados para que as sincronizações sejam feitas de forma manual, o que também otimiza o consumo de bateria.

G1/Padom

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