Rock in Rio, show de Ghost BC. provoca à igreja

344

rock-in-rio-show-igreja-Ghost BCOs chifrinhos na plateia do show do Ghost BC nunca pareceram fazer mais sentido. Com um visual obscuro e referências nada elogiosas à cultura cristã, o grupo sueco foi a segunda banda a subir ao Palco Mundo nesta quinta-feira (19), quarto dia de festival e o primeiro claramente dedicado ao heavy metal..

 O vocalista com nome em latim de Papa Emeritus 2 não é rasgado e gutural como o de Derrick, do Sepultura, ou agudo como o de Sebastian Bach, para citar atrações que já passaram pelo Rock in Rio 2013. Mas o Papa do Ghost BC é simpático.

Já o som é, curiosamente, menos pesado do que as bandas de metal normalmente associadas com satanismo e afins. Os suecos misturam influências que vão desde o heavy metal clássico desenvolvido pelo Black Sabbath até o thrash metal atual, sempre com músicas marcadas por um tom macabro.
Logo após a faixa “Infestissumam”, que integra o álbum homônimo lançado em 2013, o cantor sueco saudou o público brasileiro com um “boa noite” em claro e bom português. Sua verdadeira identidade, assim como a dos demais integrantes, é desconhecida. Nada novo no rock, Slipknot e Brujeria já fizeram isso há anos; no Brasil, o Pavilhão 9 começou a carreira com gorros na cara. Os demais integrantes são conhecidos como “ghouls” — algo como morto-vivo em tradução livre para o português.

O “Papa”, por sinal, canta como se estivesse no comando de um coral, balançando os braços e orientando seus pupilos — no caso, a plateia na Cidade do Rock, pouco menor do que na apresentação anterior, do Sepultura.

Mas as pessoas não pareceram ser muito fiéis. O Ghost BC pouco conseguiu arrancar da plateia além de palmas e risos por conta da indumentária da banda — com maquiagem carregada, similar ao que se observa em festividades mexicanas.

Ao término das músicas, o “Papa” perguntava como a plateia estava. Como não obtinha resposta, seguia tocando. Faixas mais famosas como “Secular Haze” estiverem no repertório da banda, sem empolga uma plateia que parecia mais ávida a esperar pelo Metallica do que a entrar no clima sinistro emanado pela banda.

Formada em 2008, o grupo traz um som menos pesado do que as atrações da noite no Palco Mundo, mas tão cheio de camadas como os das demais bandas que vão tocar no Rock in Rio. Letras que aludem a satanismo, catolicismo e entidades como zumbis são misturadas com uma sonoridade influenciada por hard rock e heavy metal, mas com forte presença de teclados.

Com apenas dois álbuns, a banda entrou para o circuito de festivais mundo afora como o Lollapalooza e o Coachella.

UOL / Portal Padom

Deixe sua opinião