PARIS – A revista semanal satírica “Charlie Hebdo” publicou mais uma vez charges do profeta Maomé, em uma decisão criticada por autoridades francesas, que enviaram a polícia para proteger os escritórios do semanário. Temendo uma onda de reações violentas no exterior, o governo mandou reforçar a segurança de sedes diplomáticas e fechará embaixadas, escolas e consulados franceses em ao menos 20 na próxima sexta-feira – dia de orações no mundo árabe.
A polícia reforçou a segurança nos arredores da redação da “Charlie Hebdo”, que foi atacada em novembro do ano passado, após a publicação de outra caricatura de Maomé. Desde o incidente, o diretor da revista, que se identifica apenas como Charb, e um cartunista, chamado como Luz, vivem sob proteção judicial.
Em resposta a críticas sobre a divulgação das caricaturas, Charb falou sobre liberdade de expressão e disse a questão da representação de Maomé tem que ser abordada.
– Se não levantarmos a questão sobre se temos o direito de desenhar Maomé ou não, sobre se é perigoso fazê-lo, a questão que virá depois é se podemos falar dos muçulmanos na mídia (…). No final, naõ poderemos fazer mais nada e um punhado de extremistas que protestam na França e pelo mundo terá ganhado – disse o editor.
A publicação já gera críticas na comunidade islâmica francesa. Mohammed Moussaoui, presidente do Conselho Francês de Fé Muçulmana, disse que há um sentimento de “indignação” entre os fiéis e que as charges “insultam o profeta do Islã”.
Na França, onde vivem 6 milhões de muçulmanos, a reação ao filme anti-Islã “Inocência dos muçulmanos” se limitou à uma pequena manifestação em frente à embaixada americana no sábado último.
Em 2005, caricaturas dinamarquesas do profeta provocaram uma onda de protestos violentos em todo o mundo muçulmano, matando pelo menos 50 pessoas. Para o Islã, qualquer representação de Maomé é considerada um pecado, ainda mais as insultuosas.
O Globo / Portal Padom
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