Reverendo anglicano diz que aconselhou Marcos Matsunaga a levar Elize ao psiquiatra

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matisunagaO depoimento de René Henrique Götz Licht, reverendo anglicano, forneceu novos detalhes sobre a relação de Elize e Marcos Matsunaga, morto no ano passado pela mulher. Em entrevista ao Fantástico, programa da “TV Globo”, o religioso, que acompanhava o casal, chegou a citar que Elize “estava num processo de alteração psíquica bastante severa” e disse ter aconselhado que Marcos Matsunaga procurasse um psiquiatra para ela.

Frequentadores assíduos das celebrações dominicais da Igreja Anglicana, o casal se casou no religioso em cerimônia celebrada pelo reverendo René e, por várias vezes, eles chegaram a ter conversas sobre o estado da relação. O religioso informou que o nascimento da filha de Elize e Marcos ajudou a uní-los, pelo menos temporariamente.

Um dos primeiros sinais percebidos pelo reverendo sobre os problemas de relacionamento foi um e-mail enviado por Elize, informando que eles estavam brigando muito verbalmente e que ela desconfiava que seu marido a traía.

Após isso, Marcos procurou o reverendo para comentar sobre a situação e que Elize havia ameaçado contar para a família do marido sobre supostos casos que ele mantinha com outras mulheres. A conversa foi interrompida com uma ligação de Elize para Marcos. Ao saber que o marido estava falando com o religioso ela pede para conversar com Licht.

“Eu pego o celular, só que ela gritava, muito. Tanto que eu precisei afastar o aparelho do ouvido. Mas ela não gritava comigo, ela gritava para mim. E ela me disse duas informações que eu lembro bem. Ela havia descoberto tudo, ele tinha outra mulher e que ela voltaria naquele domingo. E no dia seguinte, segunda-feira, ela se separaria dele”, disse o reverendo René Henrique Götz Licht.

Depois de notar que Elize passava por uma crise nervosa, o reverendo anglicano aconselhou Marcos a esconder as armas que mantinha em casa, a conversar com os pais dele sobre a crise no relacionamento e a recomendar que ela fosse a um psiquiatra.

No dia 21 de maio de 2012, o reverendo relatou o recebimento de um e-mail de Elize dizendo que Marcos Matsunaga havia desaparecido. Ele respondeu a mensagem, mas não teve retorno dela. No entanto, nesta data, o marido de Elize já estava morto há dois dias.

Dois lados: promotoria e defesa

Ambos os lados, promotoria e a defesa de Elize, viram aspectos positivos na declaração que podem ser usados no julgamento do assassinato.

A promotoria alega que as informações dadas pelo reverendo ajudam a mostrar que não houve legítima defesa de Elize, mas um caso de vingança. Já a defesa, alega que o depoimento do religioso tira a ideia de casamento perfeito, que Marcos mantinha “aos olhos dos outros”.

No dia 30 de janeiro, Elize deverá ser interrogada no Tribunal do Júri de São Paulo. Após isso, ela deverá esperar na cadeia a data do julgamento.

O crime

Um suposto caso extraconjugal teria sido o motivo de uma briga entre o casal no último dia 19 de maio, que culminou com a morte do executivo. Elize era casada desde 2009 com Marcos, com quem tinha uma filha de um ano. O crime ocorreu no apartamento do casal, na Vila Leopoldina, zona oeste de São Paulo.

Em depoimento à polícia no dia 6 de junho, Elize disse ter matado Matsunaga com um tiro de pistola calibre 380 na cabeça após uma discussão, quando ela contou ao marido que havia contratado um detetive e descoberto que o empresário havia saído com outras mulheres no mês passado. “O marido deu um tapa no rosto dela e seguiu agredindo-a verbalmente; falou coisas bem pesadas”, disse o advogado.

No dia 20 de junho, Elize Matsunaga foi transferida da Cadeia Pública de Itapevi, na região metropolitana de São Paulo, para o Presídio Feminino de Tremembé, no interior paulista.

O Complexo Penitenciário do Tremembé é conhecido por receber acusados em casos de grande repercussão, como Suzane von Richthofen e Anna Carolina Jatobá.

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