Projeto que cria o Dia Municipal da Visibilidade Lésbica foi rejeitado

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Na sessão de hoje (19), na Câmara Municipal de Macapá (CMM), o projeto da Comissão de Direitos Humanos que institui 29 de agosto, como Dia Municipal da Visibilidade Lésbica foi rejeitado pelos vereadores Charly Jhone, Antônio Grilo, Marcelo Dias, Jaime Peres, Aldrin, Rusivan e Perecles Santana.Usando dos dogmas religiosos o vereador Charly Jhone discursou contra o projeto, alegou que se aprovasse a Lei estaria indo contra sua religião, já que é evangélico. No inicio no ano o vereador foi contra outro projeto que abordava a temática homossexual, que criava o dia de combate a homofobia, mas depois de muita polemica o projeto acabou sendo aprovado na CMM.
O presidente da CMM, Rilton Amanajás, que não vota, a não ser no caso de empate, também mostrou-se contra o projeto, alegando a mesma defesa de Charly Jhones, por motivos religiosos.
A vereadora Adrianna Ramos, que faz parte da Comissão de Direitos Humanos se pronunciou surpresa com a decisão dos colegas parlamentares, e defendeu o projeto, lembrando aos vereadores que naquela Casa de Lei, eles não trabalham pra um segmento, ou para devotos de uma religião, mas sim para todos os cidadãos da cidade de Macapá, isso inclui as mulheres lésbicas.
A vereadora Cristina Almeida, presidente da Comissão de Direitos Humanos falou sobre o projeto e disse não entender a recusa dos colegas, acreditou que eles não entenderam qual era a razão da criação da Lei, que tem o objetivo de dar visibilidade as mulheres lésbicas. “O projeto não diz que temos que concordar com a opção sexual das pessoas, mesmo porque não é da competência de ninguém, mas é simplesmente mostrar a realidade, existem mulheres Lésbicas, e elas são cidadãs, e por direito devem ser respeitadas”, ressalta a vereadora.
O vereador Gean do Nae em depoimento disse que não poderia votar contra o projeto porque convive com essa realidade em sua família, e disse que combater o preconceito é a melhor saída.

Uso da Tribuna
A sessão contou com a presença da coordenadora do Instituto de Mulheres Negras do Amapá (Imena), Neucirene Oliveira, que usou a Tribuna, a pedido da vereadora Cristina Almeida, para falar sobre o Projeto Respeitando Direito e Reconhecendo Deveres. Em seu pronunciamento ela também mostrou indignação em relação ao projeto rejeitado da Comissão de Direitos Humanos.
Ela mostrou aos vereadores o Documentário Mulheres Quilombolas e a Economia solidária feito nas comunidades do Curiaú, Casa Grande, Maruanum e Campina Grande pelo IMENA, com apoio do Fundo Elas e parceria das comunidades envolvidas e redes locais.

AmapaBusca/Padom

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