Prefeito de Macapá é acusado de espancamento e intolerância religiosa

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O prefeito Roberto Góes está sendo acusado de ter comandado uma sessão de espancamento, além de manter em cárcere privado por aproximadamente duas horas o motorista Abraão de Lima Santos, em fato ocorrido na área da residência do prefeito, nas proximidades da Lagoa dos Índios.Abraão contou que havia trabalhado com o então deputado Roberto Góes, dirigindo, durante dois anos um ônibus usado para propaganda dele. No ano passado foi chamado pelo agora prefeito para prestar serviços à sua família, como motorista particular. Foi demitido no dia 30 de dezembro, ficando acertado que receberia sua indenização na primeira sexta-feira após essa data, o que não aconteceu. O pagamento foi sendo protelado, até que na sexta-feira passada no meio da tarde a pessoa encarregada de fazer os pagamentos da residência do prefeito telefonou, avisando para que Abraão fosse pegar a metade do que lhe era devido. O motorista protestou e ameaçou procurar seus direitos, se não lhe fosse pago o que lhe deviam.
Aos vinte minutos da madrugada de sábado o telefone de Abraão tocou novamente. Era a mesma pessoa transmitindo um recado do prefeito: era para o motorista estar na residência dele, no início da manhã do mesmo sábado. Abraão chegou à casa do prefeito quinze minutos antes das seis da manhã. Quando passou pelo portão, conduzido pelo major PM Cláudio e soldado Amoras, percebeu que os portões haviam sido trancados. Levado para a parte de trás da residência, Abraão assinou um recibo de R$ 750, a metade do que tem a receber, e ali mesmo apanhou do prefeito, e continuou apanhando, dominado pelo major Cláudio e pelo soldado Amoras, que participaram da agressão proferindo ofensas, como “crente safado”, em referência à condição de evangélico do motorista.
Já por volta das oito da manhã Abraão conseguiu telefonar para seu irmão Hermon, sargento da Polícia Militar, usando um celular emprestado por uma pessoa que se encontrava do outro lado das grades, fora da residência do prefeito. Levado por seu irmão, o motorista, que é diabético, foi atendido no Hospital de Emergência e fez exame de corpo de delito, e prestou depoimento na Corregedoria da Polícia Militar.

amapabusca / padom

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