Poema de Marina sobre menino projeta comunidade pobre do Recife

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O menino Dado, de cinco anos, com a família na casa onde vive na favela do Coque, no Recife (Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem/AE)
O menino Dado, de cinco anos, com a família na casa onde vive na favela do Coque, no Recife (Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem/AE)

Em debate, ela citou Dado, garoto de 5 anos que conheceu na campanha.
Para professora do menino, episódio lança luz sobre exclusão social.

Após ser citado em um poema pela candidata do PV à Presidência, Marina Silva, no debate da TV Bandeirantes, o menino Dado, de cinco anos, foi o foco das atenções na favela do Coque, na periferia do Recife, nesta sexta-feira (6).
Marina conheceu o garoto no fim do mês passado, durante uma visita à Escola Popular de Direito Constitucional Pequeno Cidadão, fundada pela médica Renê Patriota, candidata do PV ao Senado. Nas considerações finais do debate, realizado na noite de quinta (5), Marina recitou os versos que fez.
“Havia um pequeno dado jogado por sobre a mesa. Ali nada era certeza, tudo era interrogar. Mas, para minha surpresa, na forma de um colosso. Dado era de carne e osso e sabia até cantar”, declamou.
Nesta sexta-feira, professores e alunos se reuniram para assistir ao vídeo do debate. Repórteres também foram lá e entrevistaram Dado.
“Ele está super feliz, radiante. Está louco pra ver a Marina de novo. Achou lindo o poema, pediu pra reprisar [o vídeo] umas quatro vezes”, contou uma das professoras, Angela Maria de Oliveira da Silva, de 29 anos.
Para ela, a repercussão é benéfica para o debate na campanha. “Acho que Marina abriu as portas para que a sociedade veja a exclusão social, que nós existimos, que Dado existe, que ele está aqui”, disse.
Candidata do PV ao Senado, Renê Patriota também comemorou a projeção alcançada por Dado – agora, de certa forma, um personagem da campanha – e pela comunidade.
“Vejo isso como uma coisa muito positiva. É uma maneira de as mães sentirem a importância de colocar as crianças na escola e tirar da rua. A comunidade é conhecida como um lugar que tem muito tráfico, que têm assassinatos, muita violência, O Coque foi referenciado por Marina como um lugar que precisa ser resgatado, que aquele Dado jogado é de carne e osso”, disse.
A escola funciona há cerca de três anos e é mantida pela Associação de Defesa dos Usuários de Seguro e Planos de Saúde, dirigida por Renê. Atende cerca de 60 crianças com aulas voltadas para a cidadania. Além de estudar a Constituição brasileira, as crianças aprendem canto.

G1 / Portal Padom

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