Pastor que abandonou a família e vivia com prostituta é preso por desviar 1,5 milhões de reais

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Noticias gospel – O pastor Arlem Silva, foi condenado nesta quinta-feira (12) em Divinópolis a 17 anos de prisão. De acordo com informações fornecidas pela 1ª Vara Criminal, o religioso cumprirá pena em regime fechado, mas deverá recorrer em liberdade

De acordo com a reportagem do G1, Arlem tem 40 anos e foi preso no dia 5 de agosto, suspeito de estelionato que movimentou cerca de 1,5 milhões de reais. No dia 6 de agosto, quando foi apresentado na 1ª Delegacia Regional de Polícia Civil, o suspeito se negou a entrar em detalhes sobre o crime. “O tempo vai  mostrar a realidade e a verdade para que essas situações se resolvam. Nada disso vai se sequenciar”, respondeu o pastor na ocasião.

img-20150806-wa0052_1De acordo com o delegado regional Fernando Vilaça, o pastor desapareceu do município em 12 de junho em um veículo de alto valor. “Isso nos causou preocupação. Pensamos que ele pudesse ter sido vítima de roubo, sequestro, latrocínio, homicídio ou algo do tipo. A investigação teve início então, sendo ele uma pessoa desaparecida”.

Porém, a delegada que comanda as investigações, Adriene Lopes, concluiu que, na verdade, o pastor estava praticando estelionato e desviando valores. Passou-se a suspeitar de que ele estivesse escondido e não desaparecido. “Ele foi localizado na cidade de Corinto, na região central de Minas, e preso por uma equipe de investigadores”, explicou Vilaça.

Segundo Adrine Lopes, o pastor era presidente da Associação Somos Amados e pastor da Igreja Pentecostal Independente. “A Somos Amados recebeu em doação, por meio de testamento, vários terrenos nos bairros Jardim Betânia e Planalto, deixados de herança por uma senhora. Arlem vendeu esses imóveis. Ainda não sabemos a quantidade exata desses bens, porque o inventário sobre eles ainda não está pronto. Não sabemos ainda como será, de fato, a partilha desses imóveis entre as entidades citadas no testamento”, afirmou.

A doadora deixou 50% dos bens para o Somos Amados e 50% para as Obras Sociais Frederico Ozanam. “Ninguém dessas obras sociais sabia que o pastor vendeu esses imóveis”, pontuou a delegada.

Por se dizer pastor evangélico, explicou a delegada, muitas pessoas acreditavam no que Arlem dizia. “Ele vendia esses imóveis e fazia um contrato de compra e venda. As pessoas davam de entrada algumas parcelas dos bens e outras pagavam o valor total. Essas pessoas, muitas delas fiéis da igreja em que ele celebrava cultos, agiram de boa fé. Elas não podem ser consideradas como envolvidas no esquema, pois não sabiam que era uma fraude. O inventário desses imóveis ainda está na Vara de Família e Sucessões. Não sabemos ao certo quantos desses ele vendeu”, afirmou a delegada.

Depois de vender os terrenos, Arlem passou a viver de cidade em cidade. Estabeleceu moradias temporárias em vários municípios e se envolveu com outras pessoas. Detalhes que a delegada evitou informar, para não comprometer as investigações. “O que dá para dizer é que foi descartada a hipótese de envolvimento da família de Arlem no esquema. Nós estamos investigando e não podemos adiantar muita coisa”, reforçou.

Em Corinto, Arlem foi localizado após um rastreamento feito em conjunto por investigadores de Divinópolis e abriu até um comércio de gêneros variados. “Ele estava morando com uma garota de programa, que é maior de idade. Essa mulher está em liberdade, mas também está sendo investigada”, pontuou a delegada.

A delegada afirma que pediu o bloqueio de cinco contas bancárias em nome de Arlem. “Porém, não havia valor significativo nessas contas. Apenas R$ 50. O dinheiro adquirido nas negociações de imóveis e veículos que ele fez certamente estão em contas que pertencem a outras pessoas”, afirmou a delegada.

A Polícia Civil vasculhou a casa do pastor em Divinópolis para tentar encontrar dinheiro ou objetos de procedência duvidosa, que possam ter sido adquiridos com verba do esquema.

Ainda de acordo com Fernando Vilaça, o suspeito não tem passagens por outros crimes. A Polícia Civil também afirmou que chamaria dirigentes da igreja onde ele atuava para tentar obter novas informações sobre as atividades dele enquanto exercia a função religiosa.

 

André Santos

Portal Padom

Fonte G1

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