Pastor é obrigado a comer vidro com chumbo na prisão

Pastor relata que foi obrigado a comer comida misturada com vidro e chumbo e beber água com gosto de inseticida além de ser espancada na prisão.

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O pastor Nguyen Cong Chinh sempre terá uma cicatriz em sua cabeça para lembrá-lo dos anos em que foi preso, sendo espancado e torturado regularmente por “ousar” pregar o Evangelho, contrariando o governo comunista do Vietnã.

Chinh foi preso mais de 200 vezes durante três décadas, depois de várias acusações falsas, como “minar a solidariedade nacional“, quando fez discursos defendendo os direitos humanos e a liberdade religiosa.

Graças à pressão da comunidade internacional, o pastor que fundou a Sociedade Evangélica do Povo do Vietnã foi libertado no ano passado e forçado a deixar o país com sua família.

Eles agora vivem nos Estados Unidos e têm dado depoimentos em várias igrejas sobre suas terríveis experiências e denunciando as prisões ilegais de outros 170 “prisioneiros de consciência” na República Socialista do Vietnã.

Falando em um evento sobre liberdade religiosa internacional, Chinh explicou que “o governo vietnamita tem uma política de perseguir alguns a fim de intimidar muitos“. Conforme revelado, apenas nas últimas duas semanas, os tribunais vietnamitas condenaram nove defensores dos direitos humanos a um total de 83 anos de prisão.

“Nas prisões do Vietnã, os prisioneiros de consciência estão em situação pior do que os criminosos comuns”, disse ele. “Eles estão sujeitos a várias medidas, como confinamento solitário, impureza na água, falta de comida, falta de acesso a cuidados médicos, acesso negado a suas famílias e são proibidos de outras atividades com outros detidos”.

“Desde 2000, 127 presos cristãos morreram em consequência de tortura ou contaminação de comida ou água”, acrescentou. Ele mesmo enfrentou isso, quando recebeu comida misturada com vidro quebrado e chumbo. A água que ele tinha para beber cheirava a inseticida. Em um dos períodos em que foi preso, o pastor entrou em greve de fome, mas isso teve pouco resultado.

Felizmente para Chinh, ele não morreu como resultado de maus-tratos dentro das prisões vietnamitas. No entanto, ele sabe muito bem como é ser espancado brutalmente por funcionários do governo e passar quase um mês trancado em confinamento solitário, onde sua saúde se deteriorou rapidamente.

“Os guardas batem muito, então muitos dos prisioneiros cristãos ainda estão doentes, feridos, incapacitados e alguns deles até morreram”, disse ele ao Christian Post.

Além da violência direta, os funcionários da prisão também usam prisioneiros violentos como “ferramentas” para punir “prisioneiros de consciência”, como os chamados cristãos e oponentes do sistema.

“Se algum de nós é espancado até a morte, os guardas da prisão dizem: ‘Esta é apenas uma luta entre os prisioneiros.’ Não fomos nós”, revela Chinh.

Portal Padom

com informações CP

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