Mulher cristã decide viver durante um ano como a Bíblia ensina

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A ideia não é nova, mas ainda assim interessante.
Durante um ano, a escritora e palestrante evangélica Rachel Held Evans viveu segundo a Bíblia como parte de seu projeto “A Year of Biblical Womanhood”.
A experiência chegou ao fim no dia 01/10/11 e vai render um livro em 2012.
Desde outubro de 2010, Rachel – que mora em Dayton, Tennessee – seguiu as instruções e ensinamentos que o Livro Sagrado tem para as mulheres da maneira mais literal possível. O que significou, entre muitas outras coisas, submeter-se ao marido (Colossenses 3:18), deixar o cabelo crescer (1 Coríntios 11:15), confeccionar as próprias roupas (Provérbios 31:22), aprender a cozinhar (Tito 2:3-5), louvar o marido nos portões da cidade (Provérbios 31:23), rezar com a cabeça coberta (1 Coríntios 11:5), chamar o marido de “mestre” (1 Pedro 3:5-6), olhar pelos pobres (Provérbios 31:25), alimentar um espírito quieto e gentil (1 Pedro 3:4), ficar longe das fofocas (Provérbios 20:19) e acampar no jardim durante o período menstrual (Levítico 15:19-33).
A cada mês ela se concentrou numa virtude celebrada pela Bíblia: gentileza, vida doméstica, obediência, valentia, beleza, modéstia, pureza, fertilidade, submissão, caridade, silêncio e fé.
O projeto a colocou em contato com os “Amish”, da Pensilvânia, com monges beneditinos do Alabama e até com moradores rurais da Bolívia.
De um dia para o outro, Rachel se viu até preparando uma ceia de “Dia de Ação de Graças” para oito pessoas, cuidando de um bebê de brinquedo (ela não tem filhos), servindo pão “matzah” caseiro na Páscoa judaica, empoleirando-se no telhado ou sentada silenciosamente entre os religiosos Quakers.
Além de viver experiências pessoais, ela entrevistou mulheres que ainda hoje incorporam às suas vidas práticas antigas – uma polígama, uma judia ortodoxa ou uma “Amish”.
Em seu site, Rachel conta como teve a ideia: “De uns tempos pra cá, tenho ouvido muitos debates evangélicos sobre os papéis masculino e feminino em assuntos como vida familiar, Igreja e sociedade. Enquanto muitos saúdam a condição bíblica da mulher como um ideal, poucos parecem chegar a um acordo sobre o que isso significa exatamente. Então, mulheres como eu recebem mensagens misturadas sobre como honrar a Deus em suas decisões. Um dia, enquanto tomava banho, pensei: ‘Por que não tentar tudo isso?’”.
Apesar de cristã, ela confessa que em vários momentos a Bíblia a toca, mas também a confunde ou a perturba. “Como intérprete, eu reconheço que meu entendimento sobre várias mensagens é falível”.
Portanto, seu propósito de embarcar num projeto como esse nunca foi diminuir, fazer graça da Bíblia ou glorificar elementos patriarcais. “A ideia era começar uma conversa sobre como nós interpretamos e aplicamos o Livro Sagrado no nosso dia a dia”.
Segundo Rachel, o momento mais complicado – além de cuidar de uma boneca durante três dias em maio – foi seguir os “Provérbios”, que ela transformou numa lista com 31 itens. “Era estranho dar satisfação às pessoas sobre porque eu estava andando com uma almofada. Tinha de explicar que durante meu período menstrual era considerada ‘suja’ e não podia me sentar diretamente sobre uma superfície”.
A parte boa foi que ela se tornou mais gentil e tem um espírito muito mais sereno.
O que ela aprendeu? “Quanto mais as mulheres sabem sobre a Bíblia, mais elas podem responder a quem tenta silenciá-las”.
Em 2007, um jornalista e escritor judeu chamado A.J. Jacobs realizou experiência semelhante: “Um Ano Vivendo Biblicamente”. A diferença é que ele é humorista, e não crente.
Numa entrevista ao jornal “Folha de S. Paulo” ele disse: “Aprendi que, se você finge ser uma pessoa melhor, acaba, de fato, se tornando uma pessoa melhor”. SITE DA RACHEL

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