Moradores denunciam que Aranha mandou matar líder comunitário

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Comunidade do Bom Parto está assustada e cobra o esclarecimento do crime
Moradores do bairro do Bom Parto e um policial militar – que não quis ser identificado – denunciaram que foi o traficante ‘Aranha’, que atualmente está preso na Penitenciária Baldomero Cavalcante, que mandou matar o líder comunitário Carlos Alves de Lima, que tinha 48 anos. A vítima foi assassinada no final da noite desta quinta-feira(13), dentro de casa.“Os três assassinos mataram o Carlinhos e saíram pelas ruas gritando, afirmando que tinha sido a mando do chefe ‘Aranha’. Estamos aterrorizados com o que aconteceu e precisamos que a polícia tome providências. Jau, Peu, que também é conhecido como Baiano e Valtinho foram os homens que mataram o nosso líder. Eles estão aqui, andam tranquilamente pelo bairro e ainda dizem que ninguém vai prendê-los”, desabafou um pequeno comerciante do Bom Parto.
Segundo ele, seus filhos já foram mandados de volta para Maribondo, cidade natal da família. “Sou evangélico e combato o tráfico de drogas aqui no bairro. Vivo ligando para a polícia vir fazer batidas aqui e já houve prisões em flagrante por causa das minhas ligações. Por isso, o Aranha já mandou me matar uma vez e eu tive que passar uns tempos desaparecido. Agora a ameaça foi contra os meus filhos e tirei todos eles de perto de mim. Já estou providenciando a venda da minha mercearia para também poder voltar para o meu município. Isso aqui não é lugar para ninguém viver”, denunciou o morador.
Ainda segundo o comerciante, o traficante ‘Aranha’ possui um aparelho celular dentro do Baldomero Cavalcante e, seria de lá, que continuava comandando o tráfico de drogas no Bom Parto.
Triage, sozinho, observado 24 horas. Hoje o GAP entrou dentro do Baldomero. Foram encontrados dois celulares no módulo II.
“Ele continua mandando em tudo, todo mundo sabe disso. Por isso, estamos nos organizando para segunda-feira fazermos uma grande passeata aqui no Bom Parto. Vamos cobrar mais presença da polícia e a apuração do homicídio do qual o Carlinhos foi vítima. Ele era um lutador, uma pessoa que trabalhava por nós e combatia as drogas”, disse o evangélico.

PM também denunciou ‘Aranha’
Um capitão da Polícia Militar, que se identificou à Gazetaweb , mas pediu para que seu nome não fosse revelado na matéria, também informou que foi o traficante ‘Aranha’ que teria mandado matar o líder comunitário.
“A polícia já sabe, mas não faz nada. Faço parte dela e sei que muitos colegas comentam que ninguém vai invadir aquela área. Infelizmente esses traficantes estão ficando cada dia mais poderosos”, comentou o oficial.

Líder foi morto dentro de casa
Carlos Alves de Lima foi assassinado com vários tiros, dentro de sua própria casa, que fica na Rua do Campo, nº 32, no bairro do Bom Parto.
Testemunhas relataram à polícia que os assassinos foram até a residência do líder comunitário, chamaram por ele e, quando a vítima chegou à porta, foi recebida com um tiro.
Carlos Alves ainda tentou correr para dentro de casa, mas outros disparos foram efetuados contra ele.
Ainda no local do crime, moradores chegaram a dizer à polícia que os traficantes estavam incomodados com o trabalho de combate às drogas que vinha sendo desenvolvido pelo líder comunitário.

PM e Intendência negam domínio de Aranha bom Parto
A assessoria de comunicação da Intendência Penitenciária de Alagoas negou que ‘Aranha’ mantenha um celular sob a sua posse. Também informou que o traficante está preso, sozinho, numa cela da triagem e é observado 24 horas.
Ainda segundo a assessoria, nesta sexta-feira (14) foi realizada numa varredura dentro do Baldomero Cavalcante e dois aparelhos celulares foram encontrados no módulo II. “Portanto, na triagem, onde está recolhido o ‘Aranha’, não havia nada”, garantiu o órgão.
Já o 4º Batalhão da Polícia Militar assegurou que a PM atua no combate ao tráfico de drogas na região e já conseguiu prender criminosos que atuam na área. “Não procede a informação que a gente sabe onde os traficantes atuam e não fazemos nada. Pelo contrário, nosso trabalho é constante, diário e visa à proteção dos moradores do bairro. Não há lugar dentro do Bom Parto que a polícia não atua”, explicou o aspirante Lima Júnior.
gazetaweb/padom

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