Mãe de santo que cobrou R$ 115 mil de fazendeira é condenada

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Uma mãe de santo que cobrou R$ 115 mil para evitar o fim do romance de uma pecuarista com um rapaz 25 anos mais jovem foi condenada a 14 meses de prisão por estelionato pela Justiça de Presidente Prudente (558 km de São Paulo).

O juiz Fabio Mendes Ferreira, que lavrou a sentença no domingo (19), converteu a pena da religiosa Maria de Lourdes Higashino, 76, em “prestação de serviço à comunidade e limitação do fim de semana, pelo prazo da pena imposta”.

Segundo os autos, em junho do ano passado, a mãe de santo recebeu da vítima dez folhas de cheques pré-datados pelo “serviço espiritual”, nove dos quais no valor de R$ 5.000 cada um, e outro, de R$ 70 mil. O dinheiro ia ser usado na aquisição de um imóvel. Além de moradia, o local também abrigaria um templo.

Arrependida e sentindo-se pressionada pela mãe de santo, que, de acordo com o processo, ameaçava tomar “outras providências” caso o dinheiro não fosse pago, a pecuarista Gidelma Aprigio, 47, sustou o pagamento dos cheques e procurou a polícia.

Em sua defesa, Maria de Lourdes negou qualquer pressão e declarou que a vítima lhe entregou o dinheiro “espontaneamente”. Em troca dos valores, a mãe de santo jogou búzios, fez orações e deu banho de ervas na cliente com a intenção de preservar seu namoro.

Interesse financeiro

A mãe de santo afirmou à reportagem do UOL em 2012 que a pecuarista temia que seu enteado, filho do ex-marido que lhe deixou o patrimônio, atrapalhasse seu relacionamento amoroso. Ele estaria desconfiado de que o namoro com o rapaz mais jovem existia apenas por interesse financeiro.

Mas, nos autos, a pecuarista deu outra versão para a história. Gidelma afirmou em juízo que, na primeira consulta, em 2010, foi alertada pela mãe de santo de que seu casamento ia mal e ela corria o risco de perder o companheiro.

Para evitar a separação, a pecuarista disse que chegou a gastar R$ 50 mil nos trabalhos espirituais. Do total, R$ 35 mil foram a título de “honorários”. O restante foi gasto na compra de velas e materiais usados nos banhos à base de ervas. A mãe de santo nega ter recebido esses valores.

“Pessoa superior à vítima”

Para o juiz, ficou patente que a ré, “que se mostrava pessoa superior à vítima, recebeu dinheiro dela, mantendo-a em erro e abusando de sua boa fé”. O advogado da mãe de santo, Antonio Zimermann Netto, afirmou que vai recorrer da decisão.

“Não houve estelionato porque foi a Gidelma que procurou minha cliente, e não o contrário.” Já a advogada da pecuarista, Luzia Brugnollo Sales, não quis comentar o caso.

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