Luteranos desenham igreja para o século XXI

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A comunhão de igrejas luteranas terá que colocar, necessariamente, no centro de seu trabalho questões que envolvem injustiça, fome e pobreza, declarou a bispa da Igreja Evangélica Luterana de Hannover, Margot Kaessmann.
Ela foi uma 120 teólogas e teólogos, procedentes de 30 países, que participaram da consulta organizada pela Federação Luterana Mundial (FLM) sobre “Perspectivas e caminhos para a transformação da Igreja hoje”, reunida em Augsburgo, Alemanha, de 25 a 31 de março.
A consulta representou uma etapa preparatória para a 11ª. Assembléia Geral da FLM, agendada para 2010 em Stuttgart, Alemanha, sob o tema “O pão nosso nos daí hoje”, e aos festejos do jubileu da Reforma, em 2017.
Não se trata apenas de apreciar o passado da Reforma, mas muito antes de entender o futuro do luteranismo como movimento no interior da Igreja ecumênica, acentuou a diretora do Departamento de Teologia e Estudos do organismo internacional, pastora Karen Bloomquist.
“Nós somos de fato herdeiros da Refoma, não só por causa do conteúdo das formulações teológicas, mas sobretudo pelo espírito corajoso que sai desse movimento”, frisou o teólogo brasileiro Vitor Westhelle, professor da Escola de Teologia em Chicago.
A própria Reforma continuará existindo enquanto esse espírito de coragem soprar vida na Igreja, definiu Westhelle. “Como teólogos e teólogas precisamos saber reagir às necessidades das congregações”, afirmou o professor Ramathate Dolamo, da África do Sul.
“A teologia transformativa não diz respeito apenas aos nossos pensamentos, mas também está vinculada a nossas mãos e coração”, destacou o professor Norma Cook, do Seminário Teológico Wartburg, de Dubuque, Estados Unidos.
A multiplicidade da teologia luterana é o melhor indicativo de que a identidade luterana não é estática, mas se encontra em vir a ser, definiu o professor argentino Guillermo Hansen, que leciona no Seminário Luterano St. Paul, de Minnesota, Estados Unidos.
O encontro de teólogos e teólogas procurou responder o que significa ser luterano ou luterana no século XXI. Para a pastora Bloomquist, as igrejas luteranas precisam colocar o acento na sua transformação no interior das comunidades espalhadas mundo afora.
A consulta encerra a série de seminários e publicações que o Departamento de Teologia e Estudos vinha desenvolvendo desde 2004, sob o tema “Teologia e vida da Igreja”.

ALC

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