Julgamento dos padres é concluído, mas sentença só sai em setembro

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Monsenhor Luiz Marques deixa o Juizado nesta terça-feira, em Arapiraca
Monsenhor Luiz Marques deixa o Juizado nesta terça-feira, em Arapiraca

A tão esperada última audiência do julgamento dos padres acusados de pedofilia em Arapiraca foi concluída por volta das 22h de ontem (02), mas a sentença dos réus só deve ser dada na segunda quinzena do mês de setembro. Na ocasião, o juiz João Luís Azevedo Lessa, da Vara da Infância e da Juventude, solicitou cópias do áudio de gravação que os religiosos fizeram à CPI da pedofilia no ano passado.

O caso que mexeu com a cúpula da Igreja Católica trouxe à tona o primeiro vídeo de um monsenhor fazendo sexo com um jovem de 19 anos. Mais três ex-coroinhas acusam os monsenhores Luiz Marques Barbosa e Raimundo Gomes e o padre Edilson Duarte de pedofilia. Os ex-coroinhas afirmam que eram abusados sexualmente quando eram menores de idade.

O juiz ouviu vítimas e parentes dos ex-coroinhas, a delegada Bárbara Arraes, que foi denunciada por ter “influenciado” uma testemunha para incriminar os três acusados, os monsenhores Luiz Marques Barbosa e Raimundo Gomes e o padre Edílson Duarte. O padre foi o último a ser ouvido.

João Luiz Azevedo após o julgamento solicitou a regravação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado. O juiz deu dez dias para que o ofício seja encaminhado ao Senado. Ele ressaltou também que, após esta última a audiência, vem a fase das alegações. Somente depois a sentença sai na segunda quinzena de setembro.

O advogado dos monsenhores, Edson Maia, afirmou que não existe nenhuma prova concreta que incriminem os religiosos.

De acordo com o juiz, em caso de condenação os religiosos podem pegar pena que varia entre 4 e 10 anos de prisão, mais pagamento de multa.

Denúncia do MP
A denúncia de pedofilia foi apresentada à 8ª Vara Criminal, em março de 2010, pelo Ministério Público Estadual de Alagoas (MPE-AL). Para o órgão, os religiosos se aproveitaram do poder que tinham para abusar sexualmente dos coroinhas.

O advogado Daniel Fernandes, que fazia a defesa do monsenhor Luiz Marques, alegou no ano passado que as relações sexuais filmadas eram consentidas e negou que se trate de pedofilia. Ele alegou que os jovens tentaram extorquir o religioso e até assinaram um documento no qual se comprometiam a não divulgar o vídeo, em troca de dinheiro.

Entenda o caso
As denúncias de casos de pedofilia em Arapiraca vieram à tona em março de 2010 após a divulgação de uma reportagem revelando o caso. Em um trecho da matéria, um vídeo mostra o monsenhor Luiz Marques Barbosa, de 82 anos, mantendo relações sexuais com um dos jovens, hoje com 19 anos.

A gravação teria sido realizada em janeiro de 2009, por outro jovem que também afirma ter sofrido abusos, segundo as denúncias. O jovem contou que, desde os 12 anos, quando entrou para a Igreja Católica, era alvo do assédio sexual do monsenhor. O caso consternou a opinião pública brasileira e gerou uma onda de denúncias de novos casos na imprensa e na polícia.

AlagoasWeb / Portal Padom

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