Juíza se afasta do caso de paternidade contra presidente do Paraguai

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Delsy CardozoA juíza do processo de paternidade contra o presidente do Paraguai, o ex-bispo Fernando Lugo, afastou-se nesta quarta-feira do caso diante de nova recusa dele a ir até Ciudad del Este para fazer um teste de DNA, como ela havia determinado.

A decisão da juíza da Criança e do Adolescente Delsy Cardozo torna nula a ordem que ela tinha emitido para que Lugo fizesse o teste na manhã desta quarta-feira na cidade, a 320 km da capital paraguaia, Assunção, no processo de paternidade movido por Benigna Leguizamón, 27, contra o presidente.Leguizamón diz ter um filho com Lugo, concebido quando ele ainda era bispo. Ela afirmou que a primeira relação entre os dois não foi consentida –ele a teria estuprado quando ela trabalhava como sua empregada doméstica. Segundo Leguizamón, seu filho, Fernando Lucas, de 7 anos, é fruto do relacionamento consentido que os dois passaram a ter depois do estupro.

“O prédio do arcebispado tinha dois andares. Ele me trancou a chave em um quarto e lá tirou minha roupa e me possuiu. Eu não tinha como escapar dele”, contou Leguizamón à rádio Magnificat de Ciudad del Este, onde vive. “Ele pediu que eu não tivesse nojo dele, e continuou a relação até que eu engravidei. Então, ele prometeu assumir.”

Nesta terça-feira, Lugo –que já admitiu ter tido um filho, concebido quando era bispo– desmentiu o estupro e a paternidade da criança.

O advogado do presidente, Mark Fariña, alega que Lugo tem o direito, pela lei paraguaia, de não ir até Ciudad del Este, e depor no palácio presidencial. Mas a juíza rejeita esse argumento.

“Estamos em um exame pericial, de coleta de sangue, que não tem nada a ver com testemunho,” disse a juíza à rádio Primero de Marzo. Ela também rejeitou acusações de que tenha pré-julgado o caso e insistiu que o presidente deve ir até a cidade.

Além e não cumprir a ordem, Lugo apelou nesta terça-feira ao Supremo Tribunal com uma ação de inconstitucionalidade contra a decisão judicial o obriga a ir até Ciudad del Este.

A denúncia de Leguizamón é o segundo escândalo que envolve Lugo. Em abril, ele reconheceu que teve Guillermo Armindo, de dois anos, com Viviana Carrillo. O menino nasceu cinco meses após sua renúncia ao clero para se dedicar à política.

Uma terceira mulher, Hortênsia Morán Amarillo, de 39 anos, também sustenta que Lugo é pai de seu filho Juan Pablo, de um ano, mas assegurou que não pretende apresentar nenhum processo contra o governante.

Folhaonline/padom.com

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