Israel tem fé no papa

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Ministério do Turismo israelense espera que visita de Bento XVI reaqueça o setor na Terra Santa.

O Ministério do Turismo de Israel está esfregando as mãos diante da perspectiva da visita do papa Bento XVI ao país, marcada para maio. A expectativa do governo é de que a presença do pontífice católico na Terra Santa ajude a aumentar o fluxo de peregrinos ao país, que vem caindo desde o início da segunda Intifada (a revolta palestina), em 2000 – justamente no ano do Jubileu do Cristianismo, ocasião quando era esperado grande afluxo de visitantes. Fundamental para a economia do Estado de Israel, o setor é responsável por 5% do produto interno bruto do país.

As imagens do líder católico seguindo os passos de Jesus são a melhor propaganda que a região pode ter para atrair os peregrinos cristãos, que são mais da metade dos turistas que vão a Israel e praticamente todos os que visitam a Cisjordânia. “A visita papal tem um enorme potencial para divulgar a Terra Santa às comunidades cristãs pelo mundo e animá-las a vir em peregrinação”, diz Pini Shani, diretor do Departamento de Marketing do Ministério do Turismo de Israel. Segundo ele, muitos cristãos têm dado preferência a santuários na Europa, como o Vaticano, Fátima, em Portugal, ou Lourdes, na França, por medo da violência no Oriente Médio. O problema se agravou com o recente conflito na Faixa de Gaza, iniciado pelo Exército israelense em dezembro como resposta aos ataques do grupo palestino Hamas ao seu território.
Em Jerusalém, o papa visitará o Cenáculo, onde se acredita que aconteceu a última ceia entre Jesus e seus discípulos; percorrerá a Via Crucis e visitará o local onde supostamente Cristo foi crucificado, no Santo Sepulcro. Bento XVI também visitará o Muro das Lamentações, venerado pelos judeus, e a Esplanada das Mesquitas, lugar sagrado para o Islã, além de localidades bíblicas como Belém, Nazaré e Galileia. As autoridades acham que a visita do papa neste momento dará um empurrão definitivo à recuperação do setor turístico nacional. Ano passado, cerca de 3 milhões de estrangeiros visitaram Israel, seguindo uma tendência de recuperação desde 2005. O presidente israelense, Shimon Peres, comemorou nesta semana o fato de Bento XVI ter aceitado seu convite para viajar à Terra Santa. “Sua presença trará o espírito da paz e esperança”, disse o chefe de Estado. A opinião é compartilhada pelo ministro do Turismo, Ruhama Avraham-Balila, para quem o clima de compreensão, reconciliação e paz entre povos e religiões que o papa inspira servirá para “fortalecer a imagem de Israel e encorajar os peregrinos e turistas a viajar ao nosso país.”
Nos territórios palestinos, o papa só visitará a cidade onde, segundo o Novo Testamento, Jesus nasceu. “Aguardamos o papa com muita esperança e estamos começando os preparativos para recebê-lo”, anuncia o vice-prefeito de Belém, George Saade. Youssef Taher, palestino cristão e dono de uma agência de viagens, espera que a visita ajude a levantar a “maltratada” indústria. “Nos últimos meses, sofremos o duro impacto da crise financeira mundial e do conflito em Gaza, que provocou milhares de cancelamentos de reservas”, lamenta.

Fonte: Cristianismo Hoje

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