A igreja na Inglaterra não esta vivendo o seu melhor momento. O Reino Unido agora tem uma das taxas mais baixas de freqüência nos templos em toda a Europa. Apesar de séculos de tradição, muitos se pergunta, que será da religião oficial do estado em 50 anos?
E as respostas, a cada ano, são mais pessimistas. “A estatística é muito triste e as igrejas quase desapareceram. Em media, as visitas 100 mil pessoas com uma população de 60 milhões“, disse Keith Porteous Wood, diretor executivo da National Secular Society.
O Reino Unido é famoso por sua diversidade religiosa, mas tem apenas uma religião oficial do estado. No entanto, parece que na vida cotidiana contemporânea, as pessoas necessitam cada vez menos da fé. Mas os privilégios e a influencia política que tem a igreja, estão longe de ser trivial, e isso é o que alimenta os apelos daqueles que afirmam que é mais justo separá-la do Estado.
“Creio que a multiplicidade de comunidades, a diversidade de vozes em áreas urbanas significa que a voz da igreja não é dominante. Portanto, existe uma lacuna entre o campo e a cidade que vai crescer ao longo do tempo. O que temos agora creio, é que a igreja seja irrelevante para certas partes do país. Creio que qualquer instituição religiosa como a igreja da Inglaterra terá ameaças potenciais no futuro.”, indicou Fiyaz Mughal, diretor da Faith Matters.
O Islã está se firmando no Reino Unido?
Além disso, o numero de paroquianos no Reino Unido segue diminuindo. Cerca de 100.000 britânicos se converteram ao islã na ultima década, três quartos deles são mulheres brancas.
“….Quando aprofundei meu conhecimento do Islã e comparei com o cristianismo, me parecia que tinha mais sentido, simplesmente ia comigo. Gostei do que disse o príncipe de Gales, se ele chegar a ser rei quer ser líder da fé, de todas as fé. Nossa sociedade aqui na Grã Bretanha é muito multicultural e muito multiconfessional. Então todos tem que ser incluídos“, disse Kristiane Backer, autora convertida ao Islã.
Alguns destacam que entre as causas da queda da popularidade da igreja da Inglaterra, estaria em algumas decisões não muito populares. Entre elas a recusa de ter mulheres exercendo o cargo de bispo e a desaprovação do casamento gay. Tudo isso reacendeu um velho debate sobre a separação da Igreja e Estado.
“A pessoa se sente alienada se não faz parte da Igreja. E apenas 2% da população freqüenta os cultos de domingo. E por isso que devemos ter certeza, e acredito que a Igreja seja separada do Estado e que os bispos que votam na Câmara dos Lordes (e o Parlamento de nosso país é o único onde eles estão autorizados) tem que serem removidos“, disse Keith Porteous Wood.
A igreja nacional conta com 26 membros eleitos na Câmara dos Lordes, que é a Câmara Alta do Parlamento Britânico. E também desfrutam de privilégios financeiros, cortesia dos contribuintes do Reino Unido. Mas são esses mesmos contribuintes que parecem que estão perdendo a fé. – RT
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