Igreja consternada com assassínio de padre

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O assassínio de um padre, domingo nos arredores de Joanesburgo, está a gerar consternação na Igreja e comunidades católicas sul-africanas, quase duas semanas depois de ter sido morto um outro sacerdote católico. Numa carta ontem publicada no jornal The Star, a família do padre Lionel Sham afirma que o sacerdote pagou com a vida a dedicação às comunidades pobres, às quais nunca negou auxílio. “A África do Sul matou um homem de Deus. Depois de servir desinteressadamente milhares de sul-africanos, o que é que nós lhe demos em troca? Matámo-lo”, de acordo com a carta.

O padre Lionel Sham, sul-africano de ascendência libanesa e que tinha excelentes relações com a comunidade portuguesa, foi encontrado morto domingo, depois de ter sido dado como desaparecido dois dias antes, logo após ter celebrado um matrimónio na igreja de Mohlakeng, Randfontein, a oeste de Joanesburgo.

O assassínio do padre Sham – o quinto clérigo católico assassinado na África do Sul nos últimos quatro anos – provocou uma reacção de repúdio do arcebispo de Joanesburgo, Buti Thlagale, que segunda-feira enalteceu “o homem conhecido e amado por muitos” e pediu aos católicos que rezem com a família. “Os homens da igreja, católicos ou não, correm os mesmos riscos na África do Sul do que outro qualquer cidadão e cabe a cada um de nós ter cuidados especiais no dia-a-dia”, disse à Lusa o padre católico português Carlos Gabriel, que iniciou em 2001 um movimento contra o crime que viria a dar origem ao actual Fórum Português.

Jornal da Madeira

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