Humilhado por Deus | Rev. David Wilkerson

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Humilhar significa “reduzir, rebaixar a dignidade e o orgulho de uma pessoa”. Pretendo mostrar nesta mensagem que Deus humilha aqueles a quem ama. Em verdade, a menos que você tenha experimentado esta humilhação divina, não estará preparado para ser plenamente usado por Deus; não estará preparado para receber de Sua plenitude.

humilhado-por-deusDeus humilha Seu povo apenas com o intuito de prepará-lo para um maior aproveitamento – princípio que vemos em operação por toda as escrituras. Esta humilhação vinda de Deus é melhor ilustrada através das experiências dos filhos de Israel. Deus libertou Seu povo operando grandes milagres – depois o levou a um deserto estéril e o humilhou inteiramente!

Depois de 430 anos de escravidão, os israelitas perderam a esperança de algum dia conhecer a liberdade, ou possuir sua própria terra. Então apareceu entre eles um profeta chamado Moisés pregando a esperança. Ele ia de uma fornalha de tijolos à outra, de um campo para outro, e de casa em casa falando ao povo: “Então disse o Senhor: De fato tenho visto a aflição do meu povo, que está no Egito, e tenho ouvido o seu clamor por causa dos seus opressores, e conheço os seus sofrimentos. Por isso desci para livrá-lo das mãos dos egípcios, e para fazê-lo subir daquela terra para uma terra boa e espaçosa, para uma terra que mana leite e mel” (Êxodo 3:7-8). “Pois tu és um povo santo ao Senhor teu Deus. O Senhor teu Deus te escolheu para que lhe fosses o seu povo próprio, de todos os povos que há sobre a terra… mas porque o Senhor vos amava, e para guardar o juramento que fizera a vossos pais, o Senhor vos tirou com mão forte, e vos resgatou da casa da servidão, da mão do Faraó, rei do Egito” (Deuteronômio 7: 6,8).

Ali estavam eles, suados, cansados, mal sobrevivendo – enquanto Moisés lhes pregava uma brilhante mensagem de esperança! Viram o tremendo poder de Deus quando os livrou com um milagre após outro, demonstrando ao mundo como Ele protege e livra os Seus.

Na ocasião, Israel vivia em Gósen – um estado egípcio escravo. Mas Deus disse ao Egito: “Farei distinção entre o meu povo e o teu povo” (Êxodo 8: 23). E durante o decorrer de dez terríveis pragas o povo de Deus permaneceu intacto!

Primeiramente, Moisés ergueu sua vara, feriu as águas do Egito e elas se transformaram em sangue. Até mesmo a água guardada nos vasilhames de madeira ou pedra foi contaminada. Os peixes morreram e os rios exalaram mau cheiro! Durante vários dias a água se tornou imprópria para beber – mas em Gósen, o povo de Deus bebia água fresca e pura.

Depois Arão estendeu a mão sobre as águas, e ondas e ondas de rãs surgiram e cobriram a terra. Em toda casa, cozinha, quarto de dormir, no pátio dos palácios, no armazém e templo, não havia lugar para se deitar, ou sentar, por causa da invasão de rãs! Mas em Gósen as rãs ficaram nas águas, e todos os israelitas ouviam o seu coaxar. Que cena para Israel: contemplar os egípcios juntando rãs mortas aos montões; “e a terra cheirou mal!”. Mas não em Gósen!

Como o faraó endureceu o coração contra Deus, de novo a vara foi usada – desta vez para agitar o pó. O pó se tornou em piolhos, que atacaram todo o povo e todos os animais. Alguns interpretam isso como uma praga de moscas ou mosquitos: “Esses mosquitinhos molestavam os animais e as pessoas, entrando-lhes nos olhos e nas narinas, levando-os à fúria. Às vezes os animais eram torturados até à morte por esta invasão.” Mas em Gósen não havia piolho, nem mosquitinho, nem moscas!

A seguir veio a invasão de moscas – enxames de moscas como nuvens negras, “e a terra ficou arruinada com estes enxames”. Alguns dizem que esta praga incluía besouros, moscas de gado, moscas de cães, e todo tipo de mosca. “A terra foi assolada” (Êxodo 8: 24). Mas, em “a terra de Gósen, em que meu povo habita…não haja enxames de moscas” (Êxodo 8: 22).

Depois veio a praga sobre o gado do Egito. Cavalos, camelos, bois, ovelhas, burros e vacas caíram mortos por todo o Egito. “Mas do gado dos filhos de Israel não morrem nem um” (Êxodo 9:6).

A praga seguinte foi a das feridas na pele. Elas não eram como as que conhecemos; não, eram chamadas de “mal do Egito”, lepra negra, elefantíase – todas causadoras de deformidades.

Após esta veio a terrível chuva de pedras, com relâmpagos, trovões, “e fogo desceu à terra” e “havia saraivada misturada com fogo”. Era “tão terrível que nunca igual em toda a terra do Egito, desde que veio a ser nação”. Ela “feriu tudo o que havia no campo” (Êxodo 9: 23-25). E em Gósen? Nem uma pedrinha em parte alguma!

A seguir veio a invasão de gafanhotos que “cobriram a face de toda a terra” (Êxodo 10:15). Eles escureceram o céu “e não ficou verdura” (vers. 15). Entretanto, em Gósen não houve gafanhotos e o sol brilhou em todo seu esplendor.

Depois dos gafanhotos veio a praga de trevas, tão densas que podiam ser apalpadas (Êxodo 10: 21). Elas duraram três dias, e eram tão intensas que os egípcios não podiam ver uns aos outros. “Mas todos os filhos de Israel tinham luz nas suas habitações” (v. 23).

A décima e última praga foi a visita de um anjo da morte que matou todos os primogênitos: “Levantou-se Faraó de noite…e todos os egípcios; e havia grande clamor no Egito, pois não havia casa em que não houvesse um morto” (Êxodo 12:30). O Egito foi dizimado – completamente desmoralizado. Em Gósen, todavia, nem um morto sequer!

“Nesse mesmo dia, todos os exércitos do Senhor saíram da terra do Egito” (Êxodo 12:41). Os israelitas deixaram o Egito com gloriosas promessas soando nos ouvidos: ‘Tu, com a tua beneficência guiarás o povo que remiste. Com a tua força o levarás à tua santa habitação” (Êxodo 15:13). “Espanto e pavor cairão sobre eles (teus inimigos). Pela grandeza do teu braço emudecerão como pedra” (15:16). “Ele…te abençoará e te fará multiplicar…o fruto da tua terra, o teu cereal, o teu vinho, o teu azeite, a cria das tuas vacas e a cria das tuas ovelhas…Bendito serás mais do que todos os povos…O Senhor desviará de ti toda a enfermidade. Ele não te aligirá com as terríveis doenças que conheceste no Egito” (Deuteronômio 7: 13-15). “O Senhor teu Deus está no meio de ti, Deus grande e terrível…ninguém te poderá resistir” (Deuteronômio 7: 21,24).

Então aconteceu o maior de todos os milagres: viram Deus dividir o poderoso mar, amontoar suas águas e abrir uma via de escape sobre terra seca! Eles cantaram, dançaram e adoraram a Deus enquanto as águas se desmoronavam sobre o Faraó e seu exército. Viram um exército inteiro sendo varrido pelo dedo de Deus!

A seguir os israelitas saíram para o deserto chamado Sur (Êxodo 15:22). Depois se dirigiram ao deserto de Sim (Êxodo 17:1). Como se sentiam prósperos, abençoados e especiais – pois cada oração havia sido maravilhosamente respondida! Eles sabiam que estavam protegidos e guiados por um Pastor bondoso e sábio, e saíram cantando Suas promessas.

Mas no dia seguinte acordaram sentindo dores de fome! Todos os pães sem fermento já tinham sido comidos, e não havia alimento de espécie alguma no arraial. “…foram lançados fora do Egito e não tiveram tempo de preparar para si provisões” (Êxodo 12:39). Trinta dias depois de haverem deixado o Egito, dois milhões de pessoas haviam chegado ao fim dos recursos! As poucas cabeças de gado que possuíam, estavam fracas e magras, só davam para alimentar umas poucas pessoas, e ficariam sem nenhum animal para reprodução na nova terra.

Deus Levou Israel à Humilhação Total

Os filhos de Israel ficaram totalmente desamparados: pais, mães, príncipes, líderes – todos sem ter a quem recorrer. Não havia caravanas de camelos com provisões. Nada de frutas secas, nem peixes secos; não havia pão, nem figos, nem tâmaras, uvas ou castanhas. Sem dúvida tinham visto o comboio de suprimentos do Faraó desaparecendo – enormes lonas carregadas de alimentos flutuando sobre o mar Vermelho!

A lógica do povo deve ter sido: “Deus sabia exatamente o dia e a hora em que deixaríamos o Egito. Moisés conversa com Deus – então por que ele não nos disse que devíamos trazer provisões de alimentos para seis meses? Até os deuses do Egito dispensam melhor tratamento aos seus soldados. Por que nos mandaram pedir todo este ouro, prata e jóias? Isso não é coisa que se possa comer – não tem nenhum valor aqui!”

Não havia nem mesmo grama à vista – não havia animais para caçar, não havia árvores com frutos, não havia estrangeiros para se trocar mercadorias. Não poderiam voltar ao Egito ainda que desejassem: o mar Vermelho bloqueava-lhes a retirada! E ainda que pudessem contornar o mar, os egípcios teriam impedido a volta.

Assim, agora, pela frente nada havia senão um deserto sombrio e que trazia maus preságios. As crianças choravam e as esposas torciam as mãos em desespero. Os pais e maridos estavam desamparados e humilhados. Todos se reuniram em torno de Moisés e se queixaram: “Tu nos trouxestes a este deserto, para matardes de fome a toda esta multidão” (Êxodo 16:3).

Isso era humilhação para Israel – e uma lição para nós hoje. “Ora, estas coisas aconteceram como exemplos, para que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram…estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos” (I Coríntios 10: 6,11).

Israel Não Estava Preparado Para Lidar Com Todas as Bênçãos Que Deus Havia Preparado Para Eles

“Ele te afligiu, e te deixou ter fome; depois te sustentou com o maná…para te dar a entender que não só de pão vive o homem, mas de tudo o que sai da boca do Senhor” (Deuteronômio 8:3).

A primeira lição deste versículo está nas palavras: “e te deixou ter fome”. Foi isso 40 anos mais tarde, e Moisés não queria que Israel se esquecesse desta lição de humilhação. “Lembrar-te-ás de todo o caminho pelo qual o Senhor teu Deus te guiou no deserto estes quarenta anos” (Deuteronômio 8:2).

Lembre-se, foi Deus quem deixou que tivessem fome – foi Deus que os levou para fora despreparados e trouxe esta crise sobre eles – e foi Deus que os colocou contra a parede e deixou os céus como bronze. Foi Deus quem os conduziu à circunstâncias tão humilhantes! Satanás nada tinha a ver com a medonha situação em que se encontravam. Era tudo uma prova para revelar o que havia no coração do povo, “para te humilhar e te provar, para saber o que estava no teu coração” (Deuteronômio 8:2).

Ele sabe o que está em nós, mas quer que nós também o saibamos. A prova a que os israelitas foram submetidos não era para saber o quanto de coragem possuíam para enfrentar poderosos inimigos, ou gigantes, ou carruagens de ferro, porque Deus já se empenhara em lutar as batalhas por eles. Mas era para prepará-los para as bênçãos, pois estavam despreparados – a incrível prosperidade: boas casas, tonéis cheios de vinho, rios de leite, abundância de mel, trigo e gado – para não mencionar todos os tipos de bênçãos espirituais.

“Pois o Senhor teu Deus te introduz numa boa terra, terra de ribeiros de águas, de fontes e de mananciais profundos que manam dos vales e das montanhas; terra de trigo, cevada, vides, figueiras e romãzeiras; terra de oliveiras, de azeite e mel; terra em que comerás pão sem escassez, e nada te faltará nela; terra cujas pedras são de ferro, e de cujas montanhas cavarás sobre o cobre. Comerás e te fartarás, bendizendo ao Senhor teu Deus pela boa terra que te deu. Guarda-te de não te esqueceres do Senhor teu Deus, não cumprindo os seus mandamentos, os seus juízos e os seus estatutos que hoje te ordeno; para não suceder que, depois de teres comido e estares farto, de teres edificado boas casas e habitado nelas, e depois de se multiplicarem as tuas vacas e as tuas ovelhas, e aumentar a prata e o ouro e tudo quanto tens, se ensoberbeça o teu coração e te esqueças do Senhor teu Deus, que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão; que te guiou por aquele grande e terrível deserto de serpentes abrasadoras, de escorpiões, de terra árida e sem água, onde fez jorrar para ti água da pedra dos rochedos; que no deserto te sustentou com maná, que teus pais não conheceram, a fim de te humilhar e provar, e afinal te fazer bem. Não digas no teu coração: A minha força e o poder do meu braço me proporcionaram esta riqueza” (Deuteronômio 8: 7-17).

Aqui o Senhor está falando não só a Israel – mas a nós hoje. O objetivo de Deus ao humilhar o povo nunca esteve em dúvida: Era “a fim de te humilhar e provar, e afinal te fazer bem” (Deut. 8:16). Precisava ensinar Israel a lidar com toda a abundância que Ele estava prestes a derramar sobre Seu povo. E Deus tem de nos humilhar da mesma maneira que os humilhou.

Como se poder ver, embora os filhos de Israel estivessem protegidos e libertos pelo sangue, sendo guiados de modo sobrenatural, objeto do amor de Deus e do poder operador de milagres, uma coisa lhes faltava: eles não eram dependentes de Deus!

O sangue pode cobrir seus pecados, mas não lhe faz dependente de Deus. Os milagres podem lhe livrar do poder de Satanás, mas não podem lhe tornar dependente. Você pode ser guiado de maneira sobrenatural por Deus e ainda não se apoiar inteiramente nEle.

Deus tem de nos despojar de toda auto-segurança, e destruir tudo quanto resta de justiça própria, orgulho espiritual e vanglória. Ele deve (e o faz) humilhar a todos quantos estão destinados a herdar Suas grandes bênçãos espirituais.

Ele tem de pegar um Saulo de Tarso – cheio de auto-confiança, de auto-justificação, consumido com conhecimento das escrituras, cheio do zelo de Deus, pronto para morrer por Jeová – e feri-lo com cegueira! Saulo tinha de ser humilhado perante o mundo, ser conduzido por toda parte como criança e aguardar durante dias, em desamparo, até que Deus agisse. Ele foi humilhado até chegar ao ponto de dependência total!

Estou sob a mão humilhadora de Deus neste exato momento! Quanto a mim, ainda não atingi o alvo. Se você pensa que está no controle da situação, e que tudo está bem calculado, que ouve muito clara a voz de Deus, que nunca está errado, que todas as suas orações são respondidas – então cuidado! Você está indo em direção à fome, porque Deus reune todos num nível de fome e desamparo.

A Igreja de Times Square deve ser humilhada – e é o que está acontecendo agora mesmo! Tivemos seis meses de orações intensas contra uma certa legislação que defende o aborto, contudo ela ainda funciona. Os pornógrafos devastam – e Satanás, atrevido, monta uma peça teatral no mesmo teatro que Deus prometeu dar-nos como lugar de adoração. Por que? Porque Deus está nos examinando e provando, nos despindo de toda confiança depositada no homem e na carne, nos levando à uma situação de total dependência dEle a fim de preparar-nos para o grande derramamento de Si mesmo.

Deus pode lhe conduzir a um lugar onde parece que tudo sai errado: enfermidade, morte, vozes conflitantes, orações aparentemente não respondidas, promessas de Deus que parecem escarnecer de suas petições e lágrimas. É a sua hora de humilhação – o seu tempo determinado de prova.

“Não Só de Pão Vive o Homem, mas de Tudo o que Sai da Boca do Senhor”

Este texto de Deuteronômio 8:3 é tão poderoso que o próprio Jesus o usou contra o diabo durante Sua grande tentação no deserto (veja Mateus 4: 1-4). À semelhança dos filhos de Israel, Jesus também teve fome. Que maior humilhação haveria do que sendo o Filho de Deus, ser levado a um ponto de total dependência?

Como homem, Jesus aprendeu obediência e dependência pelas coisas que sofreu, como esta crise de fome. O que Jesus na realidade estava dizendo era: “Não estou aqui para agradar a mim mesmo ou para afagar a minha carne. Estou aqui para fazer a perfeita vontade de meu Pai.” Jesus entregou cada um de Seus cuidados humanos na mão do Pai. Em outras palavras, disse: “Gastarei toda a minha vida e todo o meu tempo obedecendo Meu Pai, fazendo Sua perfeita vontade – e Ele cuidará de mim a Seu modo.”

Jesus sabia que Deus poderia proferir apenas uma ordem: “Fome – dê o fora!” Mas sabia também que o Pai poderia lhe dar um alimento que ninguém conhece – por isso Ele não vivia pensando em comida, bebida, vestes, ou casas. Pelo contrário, buscaria a vontade de Deus em primeiro lugar, e deixaria que o Pai cuidasse de Suas necessidades.

Jesus estava dizendo algo muito profundo, e de um propósito: “Não vim para pedir ao Pai que cumpra Sua palavra comigo; vim para Eu cumprir todas as Suas palavras!” Jesus não necessitava de um milagre para provar a si mesmo o amor que o Pai lhe votava. Ele descansava nas palavras do Pai. Seu clamor não era: “Deus, cumpre Tua palavra comigo!”, mas, ao contrário: “Deixa-me cumprir a Tua palavra em todas as coisas.”

Multidões de cristãos hoje são o que eu chamaria de crentes “pão”- vivem só de pão, sempre pedindo que Deus prove Sua fidelidade. Eles têm uma fome interior, e pensam que sabem o que a satisfará.

Na maior parte dos meus primeiros anos de ministério eu era um cristão “pão”. Tinha uma fome insaciável, impulsionada por necessidades inexplicáveis. Quando achei que necessitava de uma nova igreja, eu a consegui! Quando achei que precisava de um programa na TV, eu o consegui! Quando precisei de multidões rejeitadas, eu as consegui! Todas eram coisas boas em si; mas eu passava anos orando: “Deus, prova o Teu poder! Envie dinheiro, estou endividado! Abençoa-me Senhor! Abençoa meu ministério! Responde às minhas orações! Deixa-me provar ao mundo que Tu tens todo o poder. Cura os enfermos para provar que Tu ainda és o mesmo hoje!”.

Assim, é raro Deus encontrar um cristão cujo único alvo seja conhecer e fazer a vontade de Deus – como Jesus conhecia e fazia – e que nunca diga: “Deus, onde estás?” mas, ao invés, ore: “Deus, onde estou eu nesta questão de obediência e dependência?”

Quando comparecermos perante o trono do juízo, não seremos julgados pelo número de curas que realizamos, ou por quantos demônios expulsamos, ou pelo número de orações que vimos respondidas, ou por quantas grandes obras realizamos. Seremos julgados com base em nossa dependência e obediência à palavra e à vontade de Deus.

Em nossos dias temos nos tornado muito bons em “dar ordens” a Deus. Damos ordens ao diabo e aos demônios; damos ordens às fortalezas para que caiam. Isso tudo é bom – mas só quando clamamos: “Ó Deus! Ordene a mim! Diga-me o que fazer – mostre-me como fazer a Tua vontade, como obedecer à cada palavra que sai da Tua boca.”

Através de todas as coisas, Deus está nos dizendo: “Quero ser sua única provisão, sua única esperança. Quero ser seu único objeto de confiança.”

Meu clamor é: “Ò Deus, Tu cuidas do dinheiro – apenas dá-me a Tua mente. Tu cuidas da minha saúde, minha família, minhas necessidades – apenas dá-me a Tua palavra.”

Jesus é Toda Palavra que Procede de Deus!

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus…E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós. Vimos a sua glória, a glória como do unigênito do Pai” (Jo. 1: 1,14).

Quanto do Verbo se fez carne? Todo ele! “Pois nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Colossenses 2:9). Assim sendo, como podemos viver de toda palavra que procede da boca de Deus? Será que é pegando um bloco e um lápis, e anotando todos os mandamentos de Jesus, depois nos disciplinando a fixar cada um deles até que os dominemos? Amados, mesmo depois de todos estes anos de pregação, não conheço ainda todos os muito preciosos mandamentos do Senhor!

Segundo meu modo de ver, há apenas um meio de agradar ao Senhor: apresentar seu corpo a ele – tirar o eu do caminho – e deixar Jesus viver Sua vida em você. Paulo diz: “Eu já não vivo, mas Cristo vive em mim” (Gálatas 2:20). Não era uma vida espiritual mística, vivida dentro dos limites da mente. Não! Paulo continua no mesmo versículo: “A vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé no Filho de Deus”. Devemos oferecer nossos membros a Deus “como instrumentos de justiça” (Romanos 6:13).

É para aqui que Deus está nos guiando, àquela terra maravilhosa e boa, cheia de leite, mel, azeite e vinho – as bênçãos espirituais em Cristo para as quais Deus nos vem preparando. Quando tivermos um corpo tão morto, crucificado, humilhado e dependente, Cristo o possuirá e viverá Sua vida nele e através dele. Deus não trabalha por meio da carne – nem mesmo da “boa” carne. Ele só trabalha por intermédio de Seu Filho Jesus!

Paulo era um homem “bom” – santo, imaculado, que guardava os mandamentos de Deus. Mas esse “bom” Paulo tinha de morrer a cada dia, de modo que Cristo pudesse realizar Sua obra e viver Sua vida nele. Há um hino que diz: “Quem dera eu fosse Sua mão estendida, alcançando os oprimidos…” Isso é tão verdadeiro! Quando impusermos as mãos sobre os enfermos, nada acontecerá a não ser que sejam em realidade as mãos de Cristo estendidas, com o eu posto de lado e Jesus realizando as obras de Seu Pai por nosso intermédio.

Quanto a Paulo, o segredo era: “Não eu, mas Cristo” – um desvestir diário de Paulo e um vestir diário de Cristo. Entretanto, muitos de nós não queremos viver Jesus; queremos apenas usá-Lo quando for conveniente – desvestir-nos de Jesus e vestir outra roupa!

Viver Cristo não é complicado. Primeiro, você deve querer a vida dEle – de todo o coração e entendimento. A seguir você deve sair do caminho, jogar tudo sobre Ele, confiando que Ele o possuirá por completo.

Finalmente, creia que o tanto que de você for esvaziado, Ele encherá – conSigo próprio! Amém!

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