História dos passageiros do voo 447: “A vida muda muito rápido”

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kristian-berg-andersenNo ano passado, o norueguês Kristian Berg Andersen renovou seu contrato de trabalho. Pretendia morar no Rio até o fim de 2009. Era um dos passageiros do voo 447
O norueguês Kristian Berg Andersen – um dos 228 do voo 447 da Air France – mudou-se para o Brasil em outubro de 2007. Pouco antes, a Petrobras assinara um acordo para a produção de etanol com a StatoilHydro, uma das maiores petrolíferas do planeta. Funcionário da empresa escandinava havia 5 anos, Andersen enxergou no negócio uma nova oportunidade profissional. Decidiu gerenciar o departamento jurídico da StatoilHydro no Rio de Janeiro. Trouxe de Oslo para o Leblon, bairro de classe média alta na zona sul carioca, a mulher e os dois filhos pequenos: uma menina de 3 anos e um menino de 5. Era a primeira vez que Andersen trabalhava fora da Noruega. Parecia feliz.“A vida muda muito rápido”, disse a ÉPOCA na tarde de 13 de maio do ano passado. Eu preparava uma reportagem sobre o crescimento do número de estrangeiros no Brasil. Andersen, um homem agradável e bastante polido, era um deles. “Minha família e eu ainda estamos nos adaptando. A cada dia, descobrimos coisas novas no Rio”. Da janela do escritório, Andersen avistava o Pão de Açúcar. De camisa azul clara e calças escuras, posou para fotos. “Gosto muito da cidade, das praias e da energia dos brasileiros”, afirmou. “Até quanto pretende viver no Brasil?”, perguntei. “Estendi o meu contrato até o fim de 2009”, respondeu Andersen.

Falamos sobre futebol, música, gastronomia. Até aquele dia, Andersen ainda não havia se decidido por um time. “Adoro futebol. No momento, aprecio o Vasco e o Flamengo. Gosto da atmosfera do Maracanã em dia de jogo. Já fui assistir a uma partida entre Flamengo e Botafogo”. Acostumar-se à vida no Rio, segundo Andersen, não era uma tarefa difícil. “Só sinto falta de esquiar”. Nos dias livres, ele costumava correr em Ipanema – onde afirmava sentir-se seguro – e jogar tênis. Na semana seguinte à entrevista, levaria a mulher e os filhos a Salvador. Seria a primeira viagem da família para fora do estado. Paraty, Búzios e Angra dos Reis eles já conheciam. Andersen ainda estava aprendendo português, mas já havia percebido a sonoridade da língua. “Adoro ouvir música brasileira. Talvez seja o melhor idioma para combinar letra e música”, disse.

Época/padom.com

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