O Ministério das Relações Exteriores da Grã-Bretanha pediu desculpas neste domingo pela divulgação do conteúdo de um documento que sugere que a visita do papa Bento 16 ao país deveria ser marcada pelo lançamento de uma linha de preservativos com o nome do pontífice.
Intitulado “A visita ideal…”, o documento ainda afirma que o papa poderia ser convidado para inaugurar uma clínica de abortos e a abençoar um casamento homossexual durante sua visita à Grã-Bretanha, marcada para setembro.
No pedido de desculpas, a chancelaria britânica afirma que o documento é o resultado de um ‘brainstorm’ feito para preparar a visita, e não reflete a opinião do governo.
Ainda segundo o ministério, o funcionário responsável pelo documento era um jovem e foi transferido de função.
De acordo com o correspondente da BBC em Roma, David Willey, um porta-voz do Vaticano teria afirmado que a divulgação do documento não afetará os planos da visita do papa.
“A reação imediata do Vaticano parece ter sido a de aceitar as desculpas e tentar superar o que foi claramente uma embaraçosa gafe diplomática”, diz.
Desculpas
Os detalhes sobre o memorando foram revelados pelo jornal Sunday Telegraph.
Após a divulgação do documento, o embaixador britânico no Vaticano, Francis Campbell, se encontrou com autoridades da Santa Sé para pedir desculpas.
Além disso, o ministro das Relações Exteriores da Grã-Bretanha, David Miliband, teria afirmado ter ficado “chocado” com o incidente.
Um porta-voz do ministério também afirmou que o órgão “sente muito” por qualquer ofensa que o documento possa ter causado.
‘Piada’
O texto em questão faz parte de uma série de três documentos com data de 5 de março de 2010 enviados a autoridades britânicas para a discussão de detalhes da visita papal.
Uma fonte ouvida pela BBC afirma que o responsável pelo documento teria convidado outros jovens funcionários para um debate “criativo sobre como fazer a visita um sucesso”, mas que a discussão teria se transformado “em uma piada que foi muito longe”.
Entre outros assuntos, o documento sugere que o papa poderia lidar com as acusações de pedofilia na Igreja demitindo bispos e lançando uma linha de atendimento a crianças que sofreram abusos.
O texto ainda diz que o papa poderia se apresentar cantando junto com a rainha Elizabeth 2ª em um evento de caridade.
Em uma nota na capa do memorando, o funcionário responsável por sua distribuição escreveu que ele “não deveria ser divulgado externamente” e que o texto é fruto de um ‘brainstorm’ que levou em conta “até as ideias mais absurdas”.
BBC Brasil / Padom
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