Filho guardou restos da mãe por nove anos em mochila no Japão

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A idade média dos japoneses estaria aumentando

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Os restos de uma idosa do Japão, que as autoridades do país acreditavam estar viva, com 104 anos, foram encontrados por investigadores dentro de uma mochila do próprio filho.
Ele disse à polícia que a morte ocorreu em 2001, mas que na época ele não tinha dinheiro para pagar pelo funeral.
O filho decidiu então partir os ossos do cadáver e guardá-los na mochila, que foi encontrada no apartamento dele, em Tóquio.
Durante todos esses anos, ele continuou recebendo a aposentadoria da mãe, além de uma ajuda financeira especial dada pelo governo aos centenários.
O filho está agora sendo investigado por fraude em conexão com o caso.

Decepção e tristeza

A descoberta foi feito em meio a uma operação de busca por pessoas com cem anos ou mais no país, depois que, no mês passado, os restos mumificados de um homem, tido como o mais velho de Tóquio, foram encontrados na casa de sua família.
A morte do idoso, que se estivesse vivo teria 111 anos, foi escondida pelos familiares por 30 anos.
Segundo as autoridades japonesas, no momento há quase 200 centenários cujo paradeiro é desconhecido.
O comentarista da BBC Andre Vornic, especialista em assuntos relativos à região da Ásia e do Pacífico, disse que a possibilidade de que famílias estejam explorando seus parentes mortos para obter benefícios financeiros do governo causa grande consternação no país.
Além disso, a revelação de que um número significativo de pessoas com mais de cem anos está desaparecido coloca em dúvida as estatísticas oficiais sobre a expectativa de vida do Japão, que superaria os 80 anos.

‘Homem mais velho de Tóquio’ pode ter morrido há 30 anos
O homem que vinha sendo considerado o mais velho de Tóquio pode ter morrido há 30 anos, segundo uma linha de investigação que está sendo seguida pela polícia da capital japonesa.
Sogen Kato, que teria 111 anos se estivesse vivo, foi encontrado por policiais morto e mumificado que foram chamados ao local para esclarecer os fatos.
Segundo a agência de notícias japonesa Kyodo News, a polícia de Tóquio suspeita que uma parte da família vinha ocultando o falecimento para continuar recebendo os benefícios que lhe cabiam.
Há anos, parentes que viviam junto com o aposentado rejeitavam a visita de assistentes sociais que queriam se certificar de que ele estava vivo.
Na última delas, no dia 2 de junho, uma filha negou acesso a assistentes sociais alegando que seu pai estava bem, mas não queria receber visitas.
Kato nasceu no dia 22 de julho de 1899. Trinta anos atrás, segundo os parentes, ele decidiu se recolher ao seu quarto para se tornar uma espécie de “Buda em vida”.
Entretanto, policiais acreditam que o homem pode ter permanecido morto todo este tempo, já que nenhum jornal mais recente que uma edição de novembro de 1978 foi encontrado no recinto durante as buscas.
A investigação tentará determinar se os familiares mantiveram a morte de Kato em segredo para continuar usufruindo da pensão por viuvez que lhe cabia desde a morte da esposa em 2004.
De acordo com os cálculos das autoridades reproduzidos na imprensa japonesa, o valor total dos benefícios pagos pode ter beirado os R$ 200 mil.
Citando a polícia, o diário Sankei Shimbun informa que a conta bancária de Kato registrou recentemente uma retirada de dinheiro no valor de 2,7 milhões de ienes, em torno de R$ 54 mil.
A mulher, que morreu aos 101 anos, vivia na mesma casa de Kato, junto com a filha de Kato de 81 anos, seu marido de 83 e os dois filhos do casal, de 53 e 49 anos.

BBC Brasil / Portal Padom

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