Evangélicos agora têm site de relacionamento

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SÃO PAULO – O grupo Meetic, dono do ParPerfeito, iniciou, esta semana, uma nova cruzada virtual: o Divino Amor, um site de relacionamentos para evangélicos.
É um recurso privado, que segue o mesmo molde dos outros sites da empresa. O usuário cadastra seu perfil gratuitamente na rede, mas precisa pagar uma mensalidade para se comunicar com outras pessoas. A ‘missão’ do projeto, segundo Claudio Gandelman, presidente do Meetic para América Latina, é experimentar um mercado em potencial, os 26 milhões de brasileiros que fazem parte de alguma divisão evangélica.
“Algumas pessoas do grupo evangélico trabalhavam aqui na empresa e descobrimos que havia uma série de necessidades especiais, diferentes. Aí resolvemos lançar o produto com algumas características próprias”, diz Gandelman, que conta que 8% da base de usuários do ParPerfeito – cerca de 1,5 milhão de pessoas – são evangélicos
A principal diferença entre o Divino Amor e um site de relacionamentos convencional, como o ParPerfeito, está na cautela das informações; a impossibilidade de agir livremente com outros.
De acordo com Gandelman, nesta nova criação não é possível procurar por pessoas do mesmo sexo, tampouco por pessoas casadas. A única intenção é aproximar pessoas de sexo diferentes duma mesma divisão, conta:
“Dentro do público evangélico, há uma série de denominações. As pessoas gostam de se relacionar com gente da sua própria denominação, então, quem é da Assembléia de Deus vai se relacionar com pessoa da Assembléia de Deus, e assim por diante”.
Nesses primeiros dias do Divino Amor, é possível ver, em média, cinco mil pessoas online, de acordo com as estatísticas do site. O presidente do Meetic afirma que as respostas têm sido positivas, no geral, agradecendo por suprir uma carência para o público evangélico.
A felicidade pela iniciativa, porém, não é unanimidade. Para Fernando Ortega, membro da Igreja Cristã da Família e dono do blog Não Morda a Maçã, o Divino Amor “não é atrativo”, nem recomendável.
“Não acredito que um relacionamento deva ser iniciado via web. Dessa maneira é avaliado somente o físico e o que a pessoa escreve. O primeiro passo deve ser dado depois de conhecer bem a pessoa”, opina Ortega.
O blogueiro evangélico ainda diz que não vê necessidade em gastar dinheiro para conhecer pessoas de sua igreja na internet, pois já faz isso via orkut e Facebook. Segundo ele, o site “é um outro meio de ganhar dinheiro e não de ajudar pessoas a se relacionar”.
Gandelman encara tudo como uma prova da eficácia da segmentação dos sites de relacionamento. “É um teste que a gente pode expandir para outros segmentos. Não precisa nem ser para religião, pode ser um site só para quem gosta de esportes, por exemplo”.

Os cuidados e a segurança
A fim de não permitir que qualquer pessoa monte seu perfil e exponha dados falsos, ou imagens ofensivas, Gandelman explica que o Divino Amor tem um monitoramento de 100% das fotos e dos textos.
“O cadastro entra automaticamente, o texto e as fotos que são aprovados num segundo momento”, afirma. “Não é colocada no ar para depois ser tirada. No nosso caso, o conteúdo ofensivo nem entra no site”.

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