Empresas adotam medidas para garantir segurança de funcionários no Rio

202

TRÁFICO+-+polícia+no+morro
RIO – Os ataques de traficantes em vários pontos da cidade têm deixado empresas preocupadas com a segurança de seus funcionários. Companhias e instituições liberaram os empregados mais cedo nesta quarta-feira e acompanham o noticiário local para decidir se repetem a medida nesta quinta-feira.

– Acho que todas as empresas estão preocupadas com seus empregados. Ontem (quarta-feira) saímos uma hora mais cedo. Nosso horário vai até 17h30, mas fomos liberados às 16h340. Hoje, nossas funcionárias tiveram dificuldade para chegar porque não havia transporte – disse Rosana Alcântara, supervisora de vendas da EBD, uma distribuidora de livros evangélicos com sede na Penha, bairro que é alvo nesta quinta-feira de uma ação conjunta do Batalhão de Operações Especiais (Bope), Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e 30 fuzileiros navais contra o tráfico.
Na companhia Energiletrica, no mesmo bairro, os funcionários estão com dificuldade de deixar o trabalho nesta quinta-feira, por causa da operação da polícia na Vila Cruzeiro.

– Está todo mundo com medo de sair daqui. estamos presos. Da janela nós vemos o helicóptero rondando. Não dá nem para liberar funcionário, porque é muito arriscado descer. Aqui dentro estamos mais seguros – contou Cristina do Vale, auxiliar de escritório.
Rafael Gomes, estagiário de Educação Física, em uma Vila Olímpica no Complexo do Alemão, foi liberado mais cedo do trabalho.

– Disseram que a polícia ia tomar a comunidade e todos foram liberados – contou Rafael.

A vendedora Nathalia Mourinho foi dispensada mais cedo nesta quarta e não deve voltar ao trabalho nesta quinta-feira, no Top Fashion Bazar, feira de moda que acontece na Barra da Tijuca.

– Ontem (quarta-feira), muitos boatos correram por lá, muitas lojas fecharam as portas mais cedo. E hoje eu também não vou trabalhar devido a toda essa insegurança. Nem sei se a loja irá abrir, porque ainda não consegui falar com minha gerente – disse Nathalia.

Na Fundação Oswaldo Cruz, em Manguinhos, os funcionários também foram liberados mais cedo nesta quinta-feira, às 16h. Na quarta-feira, o presidente da instituição, Paulo Gadelha, já tinha liberado todos às 16h30 e orientado que os funcionários deixassem as dependências da Fiocruz pela saída da Avenida Brasil e evitassem a Rua Leopoldo Bulhões, onde policiais civis fizeram na manhã de quarta-feira
uma operação na Favela de Manguinhos.

Fabiano Perdigão, auxiliar financeiro, trabalha em uma empresa em frente ao Carioca Shopping, em Vicente de Carvalho, onde bandidos atearam fogo a um ônibus. Segundo ele, a movimentação de traficantes e policiais levou pânico à região.

– Ontem (quarta-feira) por volta das 15h, os meu chefes liberaram a nossa equipe. Todos aqui ficaram apavorados com a quantidade de viaturas passando pela avenida Vicente de Carvalho, sentido Penha, além dos carros blindados da polícia militar – disse Fabiano. – Hoje também devemos sair mais cedo.

Na sede da Vivo, a assessoria de imprensa informou que a companhia orientou chefes de departamento a não prolongar o turno de trabalho dos funcionários além do necessário. A medida, tomada na quarta-feira, vale enquanto durar o período de turbulência na cidade.

OGLOBO / PORTAL PADOM

Deixe sua opinião