É correto o cristão fazer promessas?

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O JORNAL DA ORLA de 31 de dezembro de 2009 traz em manchete um assunto de muito comentário no início de um ano novo. Escrito por Nathalia Ilovatte diz o jornal: “Entrar na ginástica, juntar dinheiro para viajar, se dedicar a uma causa nobre, reformar o apartamento, ter um filho… Quais são seus planos para 2010? E como você pretende alcançar esses objetivos?” Continua ela, “Mas de nada adianta pensar sobre essas questões, anotar as ideias em um papel e abandoná-las no decorrer dos meses seguintes. A acomodação dá a falsa impressão da impossibilidade de cumprir metas e realizar sonhos, e essa sensação de impotência acaba virando uma bola de neve: quanto menos objetivos você atinge, mais incapaz se sente.”É correto o cristão fazer promessas, estabelecer planos e metas para sua vida espiritual ou mesmo sobre problemas ligados à vida secular cada começo de ano?

Não vejo porque não fazer planos ligados à vida espiritual, tanto quanto à vida secular no início de cada ano melhorando nosso relacionamento com Deus e com as próprias pessoas com as quais convivemos durante todo o ano. O problema maior é cumprir os planos ou promessas feitas. Sempre devemos ter em mente o conselho de Jesus em Mateus 5.37 – “Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna.”

E quanto aos votos de um serviço a ser prestado a Deus é certo tal medida?

Sim. Só que envolve muita responsabilidade no cumprimento dos votos que se faz. Quantos votos são feitos levianamente, num momento de irreflexão e depois não cumprimos. Um dos mais conhecidos e firmar um propósito ou voto de ler a Bíblia inteira no decorrer do ano, com determinados números de capítulos todo o dia. Começamos bem, mas quando lá pelos meses de março a maio já desistimos; crentes que freqüentam pouco os cultos semanais levantam um voto de freqüentarem pelo menos duas vezes os cultos semanais e logo se esquecem; outros fazem votos de evangelizar com distribuição de folhetos aos domingos e nas horas vagas e só promessa.

O que a Bíblia declara sobre o não cumprimento de votos?

Diz o seguinte: (Eclesiastes 5:4) – “Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos; o que votares, paga-o. (Eclesiastes 5:5) – Melhor é que não votes do que votares e não cumprires. (Eclesiastes 5:6) – Não consintas que a tua boca faça pecar a tua carne, nem digas diante do anjo que foi erro; por que razão se iraria Deus contra a tua voz, e destruiria a obra das tuas mãos?” Aí está a ameaça em não cumprir votos feitos a Deus: “…; por que razão se iraria Deus contra a tua voz, e destruiria a obra das tuas mãos?”

Pode citar um exemplo de pessoa que fez voto na Bíblia e o cumpriu?

Sim. Ana, mulher de Elcana conforme o registro bíblico em 1 Samuel 1:9-16: “Então Ana se levantou, depois que comeram e beberam em Siló; e Eli, sacerdote, estava assentado numa cadeira, junto a um pilar do templo do SENHOR. (I Samuel 1:10) – Ela, pois, com amargura de alma, orou ao SENHOR, e chorou abundantemente. (I Samuel 1:11) – E fez um voto, dizendo: SENHOR dos Exércitos! Se benignamente atentares para a aflição da tua serva, e de mim te lembrares, e da tua serva não te esqueceres, mas à tua serva deres um filho homem, ao SENHOR o darei todos os dias da sua vida, e sobre a sua cabeça não passará navalha. (I Samuel 1:12) – E sucedeu que, perseverando ela em orar perante o SENHOR, Eli observou a sua boca. (I Samuel 1:13) – Porquanto Ana no seu coração falava; só se moviam os seus lábios, porém não se ouvia a sua voz; pelo que Eli a teve por embriagada. (I Samuel 1:14) – E disse-lhe Eli: Até quando estarás tu embriagada? Aparta de ti o teu vinho. (I Samuel 1:15) – Porém Ana respondeu: Não, senhor meu, eu sou uma mulher atribulada de espírito; nem vinho nem bebida forte tenho bebido; porém tenho derramado a minha alma perante o SENHOR. (I Samuel 1:16) – Não tenhas, pois, a tua serva por filha de Belial; porque da multidão dos meus cuidados e do meu desgosto tenho falado até agora.”

E o cumprimento do voto como se deu?

Assim descreve a Bíblia: (I Samuel 1:20) – “E sucedeu que, passado algum tempo, Ana concebeu, e deu à luz um filho, ao qual chamou Samuel; porque, dizia ela, o tenho pedido ao SENHOR. (I Samuel 1:21) – E subiu aquele homem Elcana com toda a sua casa, a oferecer ao SENHOR o sacrifício anual e a cumprir o seu voto. (I Samuel 1:22) – Porém Ana não subiu; mas disse a seu marido: Quando o menino for desmamado, então o levarei, para que apareça perante o SENHOR, e lá fique para sempre. (I Samuel 1:23) – E Elcana, seu marido, lhe disse: Faze o que bem te parecer aos teus olhos; fica até que o desmames; então somente confirme o SENHOR a sua palavra. Assim ficou a mulher, e deu leite a seu filho, até que o desmamou. (I Samuel 1:24) – E, havendo-o desmamado, tomou-o consigo, com três bezerros, e um efa de farinha, e um odre de vinho, e levou-o à casa do SENHOR, em Siló, e era o menino ainda muito criança. (I Samuel 1:25) – E degolaram um bezerro, e trouxeram o menino a Eli. (I Samuel 1:26) – E disse ela: Ah, meu senhor, viva a tua alma, meu SENHOR; eu sou aquela mulher que aqui esteve contigo, para orar ao SENHOR. (I Samuel 1:27) – Por este menino orava eu; e o SENHOR atendeu à minha petição, que eu lhe tinha feito.” Não esqueçamos: o vosso falar seja sim, sim, e não, não. O que passa disso é de procedência maligna.

Pr. Natanael Rinaldi

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Fonte: CACP / Padom

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