Depressão A origem do desejo de morrer

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Emil Brunner disse: “O que o oxigênio é para os pulmões, a esperança é para o sentido da vida”.[1] A falta de esperança ou sentido na vida quase sempre acaba levando à depressão. Esse problema sério atinge até mesmo jovens que não têm deficiência física.O maior causador da depressão em muitos casos é o sentimento de solidão. Esse sentimento pode estar presente de diferentes maneiras em pessoas de todas as idades. Nenhuma criança ou adulto é imune a seus ataques.
Pesquisas revelam que a solidão é o maior problema que os adolescentes de hoje enfrentam. Em seu livro Lonely, But Never Alone (Solitário, Mas Nunca Sozinho), Nicky Cruz concluiu:
Embora alguns suicídios sejam provocados por drogas, a maioria dos suicídios e tentativas de suicídio tem como origem a infelicidade, o medo ou a solidão. Os que recorrem ao suicídio sentem-se sós no mundo.[2]
O especialista em ética Paul Ramsey diz: “Se o ferrão da morte é o pecado, o ferrão de quem está morrendo é a solidão. O abandono sufoca mais do que a própria morte, e dá mais medo”.[3] As mudanças nas atuais estruturas sociais estão deixando as pessoas mais vulneráveis à solidão.
Há um século, a maioria absoluta dos lares era normalmente composta de muitas crianças e jovens, e os avós. Havia muita companhia. O centro da vida espiritual e social era o lar.
Como não havia ainda o moderno sistema de previdência social, os idosos eram sustentados pelos filhos e conviviam com os netos. As crianças nasciam na própria casa, e os amigos e os parentes ficavam ao redor da mãe grávida.
O lar era o lugar em que os parentes deficientes recebiam carinho e assistência material e espiritual. O lar também era o lugar em que os parentes doentes ou idosos morriam no aconchego da família, não no ambiente frio e indiferente dos agitados hospitais. Por causa dessa união familiar, a grande maioria das pessoas não estava aberta a aceitar o suicídio como solução para o sofrimento. A força da família prevalecia contra as más idéias e influências.
Em seu livro When Is Right To Die? (Quando é Certo Morrer?), Joni Eareckson Tada, que ficou paralítica do pescoço para baixo por causa de um grave acidente, diz:
Jamais foi a intenção do nosso Criador que carregássemos sozinhos uma carga de sofrimento. Esse é o propósito de as pessoas viverem espiritualmente unidas — Deus deliberadamente planejou as pessoas para precisarem umas das outras. Se queremos que nossas necessidades mais íntimas sejam supridas, temos de nos unir com pessoas de esperança e fé.[4]
Joni reconhece que temos necessidade de companhia de pessoas de fé e esperança. No passado recente, a maior parte dos lares cristãos supria bem tal necessidade e era um lugar onde crianças, jovens, adultos e idosos riam e choravam juntos, trabalhavam e brincavam juntos. Mas agora as pressões são tantas que os lares têm menos espaço para crianças e mais espaço para o materialismo. As tendências sociais estão tornando os lares um lugar tumultuado onde é difícil encontrar companhia. Essa mudança carrega dentro de si não só as sementes da desolação, mas também têm causado distanciamento entre as pessoas dentro da própria família, o que é um solo fértil para a solidão.
Considere, por exemplo, a solidão que existe na vida das famílias chinesas, onde os casais só têm autorização de ter um único filho, que passará grande parte de sua infância não no lar, mas em instituições estatais de educação. Mesmo que a criança pudesse permanecer mais em casa, não haveria ninguém para cuidar dela, pois as leis e costumes atuais chineses, seguindo fielmente as idéias socialistas, estabelecem que tanto o marido quanto a esposa têm a obrigação de sair para trabalhar fora no mercado de trabalho.
A política de planejamento familiar do governo socialista da China só permite um filho por casal, e toda gravidez extra é sentenciada a um aborto médico forçado pelas autoridades. As conseqüências futuras? A população idosa terá, de modo geral, só um filho vivo para ajudá-los. O futuro da China será dominado por multidões de idosos solitários.

Dificuldades para as famílias de hoje
Além disso, o congestionado modo de vida nos conjuntos habitacionais populares desencoraja o desenvolvimento de relacionamentos calorosos e duradouros com outras famílias no conjunto. O estilo de vida das pessoas que vivem em apartamentos também impede a formação desses relacionamentos íntimos tão essenciais para o desenvolvimento saudável de uma família que está crescendo.
Nesse tipo de estrutura social, o idoso acaba inevitavelmente sendo colocado num asilo. Os homens e as mulheres que vivem confinados em asilos são solitários porque estão separados dos amigos e familiares. Na Europa e EUA, o padrão agora é o idoso fora ou distante da família. Uma das conseqüências é que os idosos estão recorrendo às drogas. O noticiário da CNN de 14 de janeiro de 2001 revela:
Aumenta o número de idosos alcoólatras e dependentes de drogas nos EUA. Um estudo realizado pelo governo norte-americano revelou que 17 por cento das pessoas com idade acima de 60 anos nos Estados Unidos são dependentes de álcool e de drogas que exigem prescrição médica.[5]
Além da solidão, outra questão séria é que uma população idosa tende a enfrentar mais doenças crônicas e necessitar de mais assistência. As despesas com a saúde também são elevadas na velhice.
Agora que os especialistas estão acordando para a realidade de que o governo não poderá sustentar por muito tempo os idosos, seria o momento ideal de a família voltar a assumir sua responsabilidade tradicional para com os parentes dependentes. Nenhuma instituição governamental ou particular consegue se igualar à assistência de carinho e atenção que só uma família saudável pode oferecer. Mas as famílias estão diminuindo, em grande parte devido ao sucesso das práticas negativas de planejamento familiar. E em muitos casos o divórcio está destruindo os lares. A família enfrenta grandes dificuldades para desempenhar seu papel tradicional de cuidado de crianças e idosos.
Uma das dificuldades é que as famílias estão sofrendo importantes mudanças. De acordo com a tendência de hoje, as esposas jamais devem depender do marido, nem os idosos depender dos filhos adultos, nem as crianças pequenas depender dos pais. Em vez disso, os cidadãos são condicionados a depender do governo. Para as esposas, o governo dá condiçóes para trabalhar fora. Para as crianças, creches. Para os idosos, asilos. Assim, a família se torna até certo ponto descartável. Mas o governo não tem conseguido preencher as funções espirituais e emocionais que a família foi divinamente projetada para preencher, principalmente quando está unida a Deus.

Por que as pessoas querem a eutanásia
A desestabilização da família é o principal motivo do aumento dos casos de depressão nos idosos, doentes e deficientes nos países ricos. E, na maioria dos casos, a depressão é a responsável pelos desejos e atos de suicídio. É um fato bem conhecido que muitas tentativas de suicídio são uma forma que um indivíduo encontrou de expressar sua necessidade de socorro.[6]
O termo “depressão” tem dois significados relacionados. Uma pessoa saudável normal sofre mudanças de temperamento e fica deprimida às vezes, mas esse não é o tipo de depressão que os psiquiatras discutem e tratam. Diz-se que uma pessoa está deprimida quando a profundidade ou duração da depressão vai além do que as pessoas saudáveis experimentam. Os psiquiatras definem a depressão como uma desordem mental caracterizada por prolongados sentimentos de desespero e rejeição, muitas vezes acompanhados de cansaço, dores de cabeça e outros sintomas físicos.
De acordo com a CNN, a Organização Mundial de Saúde prevê depressão como segunda maior causa de morte em 20 anos. A depressão será a segunda maior causa de morte e incapacidade no mundo, principalmente nos países industrializados, até 2020, e os distúrbios mentais e neurológicos, como Alzheimer e epilepsia, que já afetam 400 milhões de pessoas, deverão aumentar nos próximos 20 anos, alertou a Organização Mundial de Saúde.[7] Assim, enquanto por motivos econômicos e demográficos alguns políticos, filósofos e médicos estarão justificando a eutanásia como solução, fatores como a depressão poderão dar aos doentes e aos idosos a disposição necessária para aceitá-la.
Os defensores da eutanásia promovem o chamado “direito de morrer” como uma forma melhor e mais aceitável de cometer suicídio. A depressão, grave doença crônica e opressão espiritual tornam o suicídio uma opção para quem se encontra doente e desgostoso com a própria existência. Mas, já que o termo suicídio parece pesado e desagradável, o direito de morrer passou a ser utilizado como uma palavra substituta, embora tenha basicamente o mesmo significado e as mesmas conseqüências.

Eutanásia, medicina e a Palavra de Deus

Contudo, quando examinamos essa questão com a ajuda do Espírito Santo e sua Palavra escrita, podemos ver bem claramente que a autoridade de dar ou tirar a vida pertence somente a Deus. A autoridade dele também abrange os doentes, os deficientes, os recém-nascidos com graves problemas de saúde, etc. (cf. Êxodo 4.11).
Não só a Bíblia, mas também os homens mais íntegros da medicina sempre reconheceram que não compete ao ser humano julgar o valor de uma vida inocente, principalmente nas situações envolvendo vulnerabilidade física, emocional e espiritual. Para esses homens, a preservação da vida e da saúde sempre foi a meta mais importante da medicina. Hipócrates, considerado o pai da medicina, disse:
Não darei a ninguém nenhum medicamento mortal, mesmo que me peçam, nem darei conselhos nesse sentido. Da mesma forma, não darei a uma mulher nada que produza aborto.[8]
Essa declaração também é conhecida como juramento de Hipócrates, que os estudantes de medicina sempre fizeram. Esse antigo juramento coloca o médico na posição de protetor, não destruidor, da vida. A Associação Médica Mundial é clara com relação às responsabilidades dos médicos e recomendou que os profissionais da medicina façam o seguinte juramento:
Comprometo-me solenemente a consagrar minha vida para servir a humanidade… Exercerei minha profissão com consciência e dignidade. Minha principal consideração será a saúde do meu paciente… Manterei o máximo respeito pela vida humana, desde o momento da concepção.[9]
A Associação Médica Americana declarou, em 1997, que a depressão clínica é a maior evidência de que o doente terá desejo de cometer suicídio e mostrou que a grande maioria dos que se matam não escolheu o suicídio por causa de algum problema de dor física intratável. Só 4% dos suicidas são doentes terminais, e geralmente eles estão sofrendo de alguma doença mental tratável.
O problema de dor insuportável não é o fator responsável pela esmagadora atitude pró-suicídio nos países avançados. A Associação Médica Americana diz: “Não há nenhuma prova de que um número crescente de doentes esteja morrendo com dores intensas. Pelo contrário, os meios potenciais para controlar a dor progrediram recentemente… As dores da maioria dos doentes terminais podem ser controladas durante o processo em que o paciente está morrendo sem que se precise recorrer a doses pesadas de sedativos e anestesia. Para um número bem pequeno de pacientes, pode ser necessário fazer o doente dormir mediante sedativos em seus últimos dias de vida a fim de impedi-lo de sofrer dores intensas… Considerando o fato de que há hoje mais e mais meios de controlar as dores, não é de surpreender que as reivindicações de suicídio mediante assistência médica não estejam vindo principalmente de doentes que estão buscando alívio de dores físicas… Os sintomas de intolerável dor física não são o motivo por que a maioria dos pacientes pede a eutanásia”.[10]
A principal causa da depressão em pacientes terminais são as dores que não foram controladas ou foram mal controladas. As pessoas conseguem agüentar razoavelmente até certo ponto quando acreditam que a dor será eliminada, mas se o paciente perde a esperança de que a dor será controlada e crê que a dor nunca acabará, ele pode acabar em séria depressão. É uma situação infeliz, principalmente porque os atuais recursos da medicina permitem controlar as dores físicas.[11]
O desespero leva o doente depressivo a recorrer a qualquer meio que o livre do sofrimento, inclusive uma morte deliberada. O movimento pró-eutanásia se aproveita dos casos mais tristes de pessoas doentes para atacar o respeito tradicional pela santidade da vida humana e para defender o “direito de morrer” para elas. Não há dúvida que muitos doentes depressivos não desprezariam a oportunidade de receber o direito de morrer. Uma pessoa desesperada, doente ou saudável, é capaz de fazer qualquer coisa para fugir do sofrimento.

As limitações da medicina
Há muitos recursos modernos para controlar as dores físicas, porém precisamos entender e reconhecer que há também necessidades espirituais e que o ser humano, tendo ou não um diploma de médico, não tem todas as respostas e soluções para o sofrimento dos outros ou até de si mesmo. Só Deus tem essas respostas. Ele tem soluções adequadas para todas as nossas necessidades, físicas ou não.
Apesar de que a medicina oferece muitos recursos, não devemos fazer como Asa, que “confiou nos médicos” (cf. 2 Crônicas 16:12b). Só Deus consegue intervir plenamente na área do sofrimento humano. Só ele merece nossa total confiança. E é preciso considerar também o fato de que há médicos que recorrem ao espiritismo em favor de seu trabalho e pacientes. Conheço médicos que colocam debaixo da cama de seus pacientes hospitalizados objetos de contato para a atuação de espíritos na vida do paciente que está sobre a cama. Ainda que o médico tenha boas intenções, sem perceber o paciente assim acaba sendo envolvido por forças da escuridão que inspiram pensamentos de suicídio e morte. A revista Physician de novembro/dezembro de 2000 traz alguns artigos interessantes e úteis sobre a influência da Nova Era e espiritismo em muitos tratamentos médicos ou nos próprios médicos.
Mas, mesmo sem envolvimento espírita, os médicos não são perfeitos. Às vezes em sua limitação, eles chegam realmente a se contradizer. Janet e Graig Parshal, em seu livro Tough Faith, apresentam uma cronologia das posições que a medicina tem assumido, por exemplo, na questão do consumo do sal e a hipertensão:

Em 1950, os médicos diziam que o sal causa a hipertensão.

Em 1960, eles diziam que o sal não causa a hipertensão.

Em 1970, eles diziam que o sal causa a hipertensão.

Em 1980, eles diziam que, na realidade, o sal alivia a hipertensão.

Em 1998, a revista oficial da Associação Americana de Medicina avaliou 114 estudos nessa questão e concluiu que o sal não afeta a hipertensão de nenhum modo.[12] Se às vezes há contradições assim, o que poderia ocorrer em situações mais sérias envolvendo a própria vida de um paciente? A medicina não é perfeita. O que os médicos aceitam hoje como solução poderá ser amplamente condenado por médicos de amanhã.

O Dr. Payne, que trabalha como médico há anos, afirma:
Outro problema com a ciência médica é sua natureza, que está sempre mudando. É comum os estudantes de medicina aprenderem que 50 por cento do que lhes ensinam será obsoleto dentro de cinco anos. Já que o treinamento que eles recebem para alcançar esse conhecimento requer mais cinco ou dez anos depois da sua formação universitária, é evidente que seu trabalho médico de tempo integral após a formação não lhes permitirá ter o tempo necessário para permanecerem em dia com todas as novidades.[13]

A quem recorrer?
Idealmente, os médicos deveriam fazer o possível para trazer alívio para o doente no sofrimento, sem nunca perderem de vista que as decisões de vida ou morte, o socorro e o alívio mais importantes estão nas mãos de Deus. É ele quem pode ministrar a cura mais importante, para o espírito, alma e corpo. Por isso, tanto pacientes quanto médicos precisam reconhecer a necessidade de se colocar debaixo da autoridade daquele que tem total controle sobre a vida e a morte.
A Bíblia é bem clara que o Senhor é quem guarda, preserva, protege e cuida da nossa vida: “O Senhor te guardará de todo o mal; ele guardará a tua vida”. (Salmo 121:7) O prazer e alegria de Deus é criar, não matar, socorrer, não destruir. Especificamente com relação à depressão, Deus “é socorro bem presente na angústia” (cf. Salmo 46:1). Nos momento de maior tristeza e falta de esperança, ele está de braços aberto para nos ajudar. Basta que o chamemos, pois ele promete responder. Ele promete nos visitar e estar conosco nas horas de aflição. Ele promete também nos livrar e dar honra (cf. Salmo 91:15).
Quase todos os que tentam ou chegam mesmo a cometer suicídio sofrem de depressão. O suicídio não é um fenômeno que não foi estudado. Especialistas na área de suicídio estão de acordo em que a principal causa para as idéias de suicídio são as doenças mentais, embora os cristãos tenham a noção correta de que muitas vezes a origem desses pensamentos é demoníaca. Mas, independentemente da posição cristã, estudos indicam que 95 por cento de todos os que tentam ou cometem suicídio sofrem de alguma desordem mental diagnosticável. O pedido de morte deles na maioria das vezes representa o clamor de alguém pedindo socorro.
Os doentes (inclusive os que sofrem de doenças terminais) ou as pessoas saudáveis pedem a morte como uma maneira de expressar seu pedido de ajuda. É a depressão que os estimula a desejar a morte, não uma doença mortal. E a depressão pode ser tratada.
Tragicamente, a depressão muitas vezes não é diagnosticada nos pacientes, apesar de que o diagnóstico e o tratamento geralmente eliminam o desejo de morrer. A resposta correta para as pessoas que pedem ajuda para se matar com ajuda médica é o diagnóstico e o tratamento da depressão que está estimulando o desejo de morrer.
Não se deve supor que a depressão se limita só às pessoas que não conhecem Jesus. Joni Eareckson Tada, que dirige um ministério evangélico para deficientes, registrou uma experiência que teve:
Hoje de manhã eu tive muita dificuldade de sair da cama. Minha paralisia estava me deixando com raiva. Balancei a cabeça e resmunguei de ódio: “Meu corpo é só sofrimento. Eu o odeio!”
Mas minha atitude foi horrível, porque o inimigo tem profundo ódio do meu corpo e tudo o que eu estava fazendo era concordar com ele. Ele se enche de alegria quando critico meu corpo. E ele gostaria de levar você a fazer a mesma coisa. Quer você esteja se aproximando das dores finais de uma doença terminal, quer você esteja em depressão profunda, o diabo sente prazer quando nos ouve falando mal do nosso corpo.
Por que? Porque nosso corpo, mesmo estando coberto de rugas ou gordura, e apesar dos danos sofridos com doenças ou a velhice, foi feito conforme a imagem de Deus. Nosso coração, mente, mãos e pés estão marcados com o toque das mãos do Criador. Não é de estranhar, nem um pouco, que o diabo queira que nós matemos nosso corpo.
Eu recitava a conhecida e antiga verdade de que “Deus tem um plano para nosso corpo de carne e sangue”. É por isso que o diabo considera o meu corpo uma ameaça. Ele entende que quando entrego a Deus meu corpo (embora esteja paralítico), meus pés e mãos se tornam armas poderosas contra as forças da escuridão.
A sociedade não são as autoridades que se reúnem para inventar tendências políticas e culturais. A sociedade somos nós. Nossas ações e decisões são importantes. O que fazemos ou não afeta todos os que estão ao nosso redor.[14]
Na Bíblia vemos exemplos de homens de Deus que tiveram de vencer a depressão em suas circumstâncias particulares. Elias foi um deles. Depois de derrotar os seguidores do deus Baal e ver a manifestação da glória de Deus, ele ficou muito alegre e realmente achava que todos, inclusive o Rei Acabe e sua esposa Jezebel, o apoiariam no seu desejo de conduzir o povo de Israel de volta aos caminhos de Deus. Mas não foi o que aconteceu¼
“O rei Acabe contou à sua esposa Jezabel tudo o que Elias havia feito e como havia matado à espada todos os profetas do deus Baal. Aí ela mandou um mensageiro a Elias com o seguinte recado: Que os deuses me matem, se até amanhã a esta hora eu não fizer com você o mesmo que você fez com os profetas! Elias ficou com medo e, para salvar a vida, fugiu com o seu ajudante para a cidade de Berseba, que ficava na região de Judá. Deixou ali o seu ajudante e foi para o deserto, andando um dia inteiro. Aí parou, sentou-se na sombra de uma árvore e teve vontade de morrer. Então orou assim: Já chega, ó Deus Eterno! Acaba agora com a minha vida! Eu sou um fracasso, como foram os meus antepassados. Elias se deitou debaixo da árvore e caiu no sono. De repente, um anjo tocou nele e disse: -Levante-se e coma. Elias olhou em volta e viu perto da sua cabeça um pão assado nas pedras e uma jarra de água. Ele comeu, e bebeu, e dormiu de novo. O anjo do Deus Eterno voltou e tocou nele pela segunda vez, dizendo: Levante-se e coma; se não, você não agüentará a viagem. Elias se levantou, comeu e bebeu, e a comida lhe deu força bastante para andar quarenta dias e quarenta noites até o Sinai, o monte sagrado. Ali ele entrou numa caverna para passar a noite, e de repente o Deus Eterno lhe perguntou: O que você está fazendo aqui, Elias? Ele respondeu: Ó Eterno, Deus Todo-Poderoso, eu sempre tenho servido a ti e só a ti. Mas o povo de Israel quebrou a sua aliança contigo, derrubou os teus altares e matou todos os teus profetas. Eu sou o único que sobrou, e eles estão querendo me matar! O Deus Eterno disse: Saia e vá ficar diante de mim no alto do monte. Então o Eterno passou por ali e mandou um vento muito forte, que rachou os morros e quebrou as rochas em pedaços. Mas o Eterno não estava no vento. Quando o vento parou de soprar, veio um terremoto; porém o Eterno não estava no terremoto. Depois do terremoto veio um fogo, mas o Eterno não estava no fogo. E depois do fogo veio uma voz calma e suave. Quando Elias ouviu a voz, cobriu o rosto com a capa. Então saiu e ficou na entrada da caverna. E uma voz lhe disse: O que você está fazendo aqui, Elias? Ele respondeu: Ó Eterno, Deus Todo-Poderoso, eu sempre tenho servido a ti e só a ti. Mas o povo de Israel quebrou a sua aliança contigo, derrubou os teus altares e matou todos os teus profetas. Eu sou o único que sobrou, e eles estão querendo me matar! Então o Deus Eterno disse: Volte para o deserto que fica perto de Damasco. Chegando lá, entre na cidade e unja Hazael como rei da Síria. Unja Jeú, filho de Ninsi, como rei de Israel e unja Eliseu, filho de Safate, de Abel-Meolá, como profeta, para ficar em lugar de você. As pessoas que não forem mortas por Hazael serão mortas por Jeú, e todos os que escaparem de Jeú serão mortos por Eliseu. Mas eu deixarei sete mil pessoas vivas em Israel, isto é, todos aqueles que não adoraram o deus Baal e não beijaram a sua imagem”. (1 Reis 19:1-18 BLH)
Embora tenha ficado tão deprimido que quisesse morrer, Elias abriu espaço em sua vida para o Deus que em tudo intervém. E ele recebeu um socorro, animo e chamado especial na visitação sobrenatural que Deus lhe fez. Tempo de depressão, lembremo-nos, é tempo de abrir a vida para a visitação sobrenatural de Deus.

Notas:

[1] Citado por Billy Graham. Revista Decision (Billy Graham Evangelistic Association: Minneapolis-EUA, 1990), p. 1.

[2] J. Oswald Sanders, Facing Loneliness (Discovery House Publishers: Grand Rapids-EUA, 1988), pp. 35,36.

[3]Beth Spring & Ed Larson, Euthanasia, Spiritual, Medical & Legal Issues in Terminal Health Care (Multnomah Press: Portland, Oregon (EUA), 1988), p. 173.

[4] Citado in: Living (Lutherans for Life: Benton-EUA, inverno de 1995), p. 13.

[5] http://cnn.com.br/2001/saude/01/12/dependencia/index.html

[6] J. C. Willke, Assisted Suicide & Euthanasia (Hayes Publishing Co.: Cincinnati-EUA, 1998), p. 103,104.

[7] http://cnn.com.br/2001/saude/01/09/depressao/index.html

[8] Dr. & Mrs. J. C. Willke, Abortion: Questions & Answers (Hayes Publishing Company, Inc.: Cincinnati-EUA, 1990), p. 189.

[9] Dr. & Mrs. J. C. Willke, Abortion: Questions & Answers (Hayes Publishing Company, Inc.: Cincinnati-EUA, 1990), p. 190,191.

[10] J. C. Willke, Assisted Suicide & Euthanasia (Hayes Publishing Co.: Cincinnati-EUA, 1998), p. 109,110.

[11] Robert L. Sassone, How To Protect Your Loved Ones From Pain (American Life League: Stafford, EUA, 1996), capitulo 2.

[12] Janet & Graig Parshal, Tough Faith (Harvest House Publishers: Eugene-EUA, 1999), p. 21.

[13] Franklin E. Payne Jr, Biblical/Ethical Medics (Mott Media Inc: Milford, EUA, 1985), p. 40.

[14] Citado in: Living (Lutherans for Life: Benton-EUA, verão de 1995), p. 12.

Fonte: Blog do Julio Severo / Padom

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