Como Podem os Crentes se Guardar do Adultério?

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Não existe uma resposta simples, mas existem mandamentos claros, nas Escrituras, que receiam a enganosidade de seus próprios corações.

Meditação na Lei do Senhor
Se o perigo principal é o condicionamento de nossas mentes à forma de pensar do mundo, nossa defesa principal é a meditação na Lei do Senhor.
Esse é o ponto enfatizado no trecho da Palavra de Deus citado no início deste artigo: “Filho meu, guarda o mandamento de teu pai… ata-os perpetuamente ao teu coração, pendura-os ao pescoço”. O mundo continua a nos pressionar com a sua visão de casamento, romance, atração, prazer; consequentemente, temos que saber o que as Escrituras têm a dizer sobre cada uma dessas áreas.

Cada novela da televisão, cada propaganda segue martelando a filosofia do mundo. Temos que identificar e expor a mensagem sutil transmitida por esses veículos à luz da Lei de Deus. Somente quando meditamos nessa Lei dia e noite, podemos estar seguros. Isso quer dizer algo mais do que “decorar versos da Bíblia”. Significa o trabalho pesado de identificar cada diretriz e mandamento, verificando como eles desafiam a visão do mundo, aplicando tudo isso em nossas próprias pressuposições e formas de comportamento.

Casamento
A salvaguarda mais excelente contra o adultério é a instituição do casamento (1 Co 7.2). Mais uma vez o livro de Provérbios nos instrui: “Seja bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade, corça de amores e gazela graciosa. Saciem-te os seus seios em todo o tempo; e embriaga-te sempre com as suas carícias. Por que, filho meu, andarias cego pela estranha e abraçarias o peito de outra?” (Pr 5.18-20). Todos que estão convencidos dos perigos contidos em pecados sexuais, deveriam estar preocupados na construção de casamentos satisfatórios e sólidos, pelos padrões da Palavra. João Calvino escreveu palavras de aviso contra os que acreditavam que podiam ignorar essa instituição divina. Esse aviso parece incrivelmente contemporâneo:

“… Os que estão sendo atingidos por incontinência, perdendo a guerra contra ela, deveriam ingerir o remédio do casamento, cultivando assim a castidade na jornada do seu chamado. Aqueles que não conseguem se abster, se não aplicam o remédio permitido e providenciado para a intemperança, colocam-se em pé de guerra contra Deus, resistindo à sua determinação. Ninguém venha me dizer (como muitos, atualmente, estão falando) que pode tudo com a ajuda de Deus. O auxílio divino está presente apenas na vida daqueles que andam pelos Seus caminhos (Sal 91.14). Ou seja, de acordo com a vocação com a qual foram  chamados, da qual se desviam voluntariamente quando desprezam os remédios preparados por Deus e, na sua vaidade e presunção, se envolvem em uma luta sem fim procurando dominar os seus sentimentos naturais”.

Pureza de pensamento
“Ninguém, ao ser tentado, diga: ‘Sou tentado por Deus’; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta. Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte” (Tiago 1.13-15). O ato pecaminoso é o filho do desejo pecaminoso. Sentir o desejo é normal. Deter-se nele e permitir que ele cresça é pecado. O adultério é formado da noite para o dia .

Quando os crentes caem em adultério, é porque eles caíram nele, primeiramente, em suas mentes.
Temos que aniquilar os desejos pecaminosos (Ro 8.13; Gl 5.24). Não devemos discuti-los, pensar neles e muito menos deixar que encontrem abrigo. Eles devem ser mortos sem retardamento ou misericórdia. O desejo deve morrer antes que gere o monstro do adultério.

Senso Comum
Paulo disse a Timóteo que “fugisse dos desejos da juventude”. Em outras palavras, corra deles! Fique o mais longe possível da tentação. O livro de Provérbios traz a mesma abordagem construída sobre o senso comum:
“Afasta o teu caminho da mulher adúltera e não te aproximes da porta dasua casa” (Pr 5.8). Deus promete que seremos protegidos quando cairmos em tentação, mas a promessa não se aplica se voluntariamente escolhemos ser tentados. Se temos certeza de nossa incompatibilidade com alguma pessoa, é melhor evitá-la. Se você sabe que certas músicas despertam pensamentos românticos nostálgicos em você, livre-se das fitas, ou dos CDs. Se sabemos que situações específicas conduzem a tentações, vamos evitá-las.

J. B. Philips parafraseou Romanos 13.14 assim: “Sejamos cristãos da cabeça aos pés, e não vamos deixar a carne ter o seu dia em nossas vidas”.

Disciplina física
Paulo escreveu, “Mas esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão…” (1Co 9.27). Ele não estava falando de auto-tortura, mas está nos ensinando a importância da manutenção da auto-disciplina. O seu corpo sabe quem é que manda nele. Os seus apetites são mantidos sob controle.

A auto-indulgência em uma área qualquer da vida certamente também afetará outras áreas. Crentes que demonstram cobiça, preguiça, e relaxamento disciplinar não apresentam perspectivas de serem controlados e disciplinados quando confrontarem tentação sexual em suas vidas. O adultério de David com Bate-Seba ocorreu quando ele estava ocioso, em Jerusalém, “no tempo em que os reis costumam sair para a guerra” (2 Sa 11.1). Ele abandonou suas responsabilidades e mandou Joabe na liderança do exército, em seu lugar. Sua vida pouco disciplinada deixou-o vulnerável e aberto às tentações sexuais.

A perspectiva eterna

“Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição (imoralidade sexual), impureza, lascívia, … não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam” (Gl 5.19-21). “Fora ficam os … (sexualmente) impuros, os assassinos…” (Ap 22.15). “Não vos enganeis: nem impuros (sexualmente imorais), nem idólatras, nem adúlteros, … herdarão o reino de Deus” 1 Co 6.9- 10). O pecado pode trazer – a curto prazo – o prazer real. Mas a opção pelo pecado é a opção pelo inferno. Temos que preservar a perspectiva eterna.
Temos que viver sob a realidade de um julgamento e com a certeza do veredito divino sobre os imorais perante os nossos olhos. A manutenção dessa compreensão evitará que escorreguemos em pecado.

O trono da graça
“Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado. Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para  socorro em ocasião oportuna” (Hb 4.15-16). Esse é o último recurso na hora da tentação, Nosso Senhor Jesus Cristo experimentou a realidade da tentação. Ele sabe como a solidão pode ser assustadora. Ele conhece a insistência e o apelo dos nossos apetites físicos. Ele sabe como uma outra pessoa pode parecer irresistivelmente atraente aos nossos olhos e sentidos. Ele não é conivente com os nossos pecados, mas Ele se identifica com as nossas tentações e nos concede a Sua graça – precisamente a graça que necessitamos e exatamente na hora em que precisamos.
Deveríamos saber como reagir quando a tentação aparece. Na hora da necessidade deveríamos ir a Cristo sem demora – fazer isso na hora que me apercebo que estou sendo atraído por uma pessoa que não é para mim.
Freqüentemente deixamos de lado as providências preventivas até que o problema atinge proporções inadministráveis. Temos que aprender a dosar a nossa sensibilidade para que reconheçamos os primeiros sinais de uma tentação. Aí temos que lidar com ela radicalmente,sem pensar duas vezes.

Pela graça que Ele nos concede, isso é possível

por: Ray Stephens

Extraído do Livro: Adultério na Igreja – Uma Abordagem Preventiva

Portal Padom

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