Chocante! – Mães matam os próprios filhos para sobreviver em prisões

Mulher conta os momentos chocantes de sua vida onde viveu a mais de 28 anos em sofrimento e dor, em uma prisão onde as mães matavam os próprios filhos para sobreviver

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Kim Hye Sook

SEOUL – Korea do Sul  – Conheça uma mulher que testemunhou o mal indizível e viveu para contar sobre isso.

Há 28 anos, Kim Hye Sook definhava como uma prisioneira dentro de um dos campos de concentração mais antigo da Coréia do Norte. Ela viu execuções diárias, fome em massa, e as mães matando seus próprios filhos para sobreviver.

Em entrevista a CBN News, Kim discorre os momentos chocantes de sua vida onde viveu mais de 28 anos em sofrimento e dor.

Definhando na prisão

“Eu fui para a prisão quando eu tinha apenas 13 anos e saí quando eu tinha 41”, disse ela.

O ano era 1975. Numa manhã, agentes do governo norte-coreano invadiram sua casa e arrastando todos os membros de sua família.

“Minha família inteira foi para a prisão”, lembra. “Alguns foram levados para as montanhas, outros foram colocados em campos de trabalho diferentes tudo por causa de um erro de meu avô: ele fugiu para a Coréia do Sul durante a Guerra da Coréia.”

Centro de Re-Educação n º 18

Kim e alguns de sua família foram enviados para Centro de Re-Educação No. 18, também conhecido como “Bukchang”.

“Eu perdi sete membros da minha família, inclusive minha avó, mãe, irmão, e meu marido”, disse Kim.

Hoje ela usa óculos escuros para esconder sua identidade.

“Eu uso estes óculos, porque eu tenho família no campo”, disse ela. “Duas das minhas irmãs e irmão ainda estão lá.”

Bukchang mantém cerca de 50.000 prisioneiros. É um dos seis campos de prisioneiros políticos operado pelo governo norte-coreano.

Grupos de direitos humanos estimam que cerca de 200.000 norte-coreanos estejam definhando por trás dos muros destes campos secreto de concentração.

“Eu participava de aulas de doutrinação pela manhã”, disse Kim. “Na parte da tarde as crianças eram enviadas para empurrar carrinhos nas minas de carvão, muitas vezes sem qualquer equipamento de segurança.”

Tratadas como escravas

Kim disse que ela foi forçada a trabalhar de 16 a 18 horas de trabalho por dia, sem descanso.

“As pessoas estavam morrendo nas minas. Havia inúmeros desmoronamentos nas minas, por isso muitos feridos, tinham pessoas que perderam suas pernas, muitos foram enterrados vivos”, lembrou. “Foi horrível.”

“Fui tratado como uma escrava e pior. Eu quase não dormia. Foi desumano”, disse ela. “Mas eu nunca reclamei. Eu apenas segui todas as regras. Eu tinha que encontrar uma maneira de sobreviver.”

Os prisioneiros não tinham comida suficiente para comer. Kim disse que a  uma família de sete membros era dado geralmente apenas 10 quilos de milho por mês.

Fome generalizada

“1996 foi horrível. Naquele ano, muitas pessoas morreram de fome. Não havia nada para comer. Não havia grama, nenhuma plantas estavam crescendo”, disse Kim.

“Você olhava ao redor e havia corpos espalhados por todo o acampamento”, disse ela. “No começo eu fiquei chocada, mas depois você se torna insensível a tudo isso.”

CBN News perguntou Kim, se houve dias em que ela sentiu que talvez não fosse digna de estar viva e que se talvez ela pensasse em se matar.

“Sim, pensei em cometer suicídio centenas de milhares de vezes nesses 28 anos”, admitiu. “Mas a forma como o campo é criado, há sempre alguém te observando.”

“Cada prisioneiro é atribuído para observar quatro ou cinco outros prisioneiros”, disse ela. “Então, se acontecer alguma coisa, os outros prisioneiros teriam que alertar os guardas porque não queria ter problemas eles.”

Execuções Públicas

Kim disse CBN News que ela testemunhou inúmeras execuções públicas.

“Muitas vezes, os prisioneiros foram mortos por coisas insignificantes como roubar comida”, explicou ela.

“Os guardas sempre reuniam os outros presos para assistirem à execução. Era uma forma de intimidação”, disse ela. “O comando era dado então a disparavam contra os prisioneiros.”

Talvez o mais assustador do relato de Kim, era das prisioneiras matando seus próprios filhos para evitar a fome.

Mães matando as crianças

“Uma vez uma mãe colocou a filha de nove anos em um grande jarro de ferro fundido e a cozinhou”, disse. “Ela era grande demais para a panela então a mãe teve que cortar as pernas e a cabeça para encaixar o corpo no pote.”

“Em outra ocasião, uma senhora matou seu filho de 16 anos de idade, picando-o em pedaços e levou para um açougue para obter um pouco de milho em troca”, disse ela.

Kim disse que falar sobre esses detalhes horripilantes não é fácil.

“É difícil falar, mas eu quero que o mundo veja estas imagens e ouça o meu testemunho”, disse ela.

Recontada em Lágrimas

Ela escapou de Bukchang em 2003. Cujos detalhes estão sendo mantidos em sigilo por razões de segurança. Agora ela vive na Coréia do Sul.

Este verão Kim lançou seu livro de memórias chamado, A Concentration Camp Retold in Tears  ( Um Campo de Concentração Recontada em Lágrimas). Ele inclui neste livro, imagens em que tirou de sua memória dos horrores testemunhado.

“Estou agradecida por estar viva, mas eu não consigo superar o fato de que eu perdi metade da minha vida”, disse ela.

Derrubar Estes Muros

Em setembro, Kim viajou para Washington, DC, para dar testemunho perante uma coletiva no Congresso dos Estados Unidos sobre os maus tratos, fome e execuções brutais que ela testemunhou no acampamento Bukchang.

“Minha mensagem ao mundo é que temos que fechar estes campos de trabalhos forçados e deixar os prisioneiros livres”, Kim declarou.

“Todos os dias pessoas estão morrendo. Todos os dias as pessoas estão matando uns aos outros”, disse ela. “Eu sou a prova viva de que não há direitos humanos na Coreia do Norte”.

Fonte: Portal Padom

Com Informações CBN News 

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