Chegou «A Bíblia para todos»

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Projecto apresentado em Lisboa procura uma aproximação mais informal aos 72 livros bíblicos
O projecto nasceu há 40 anos, demorou 20 a ser traduzido por católicos e evangélicos, e outros 10 de revisão. “A Bíblia para Todos”, ontem lançada em Lisboa, apresenta-se numa edição traduzida sem indicação de capítulos, versículos e notas explicativas. Mas dentro de dois meses, a mesma edição será enriquecida o aparato crítico.

Durante a sessão de apresentação, o escritor Francisco José Viegas lembrou que “a Bíblia como nós a termos aqui não é, ao contrário do que se disse nos últimos dias, um manual de costumes, não é um manifesto para mudar o mundo, não é um repositório de observações sobre política e sexualidade”.

“O mais importante nesta edição – acrescentou – é que se trata de um conjunto de narrativas que transitam de um povo errante para uma civilização que ocupou o seu lugar no mapa”.
Em entrevista ao Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, Tiago Cavaco, protestante baptista, considerou que esta edição promove a aproximação à Bíblia por parte de quem nunca a leu, o que é sempre “motivo de alegria”.
“Uma edição com estas características, que sobretudo se preocupa em verter o texto de uma maneira acessível a todas as pessoas que, não possuindo cultura religiosa, têm um défice de leitura da Bíblia, é um acontecimento impar e uma ocasião de celebração para todos, para os que crêem e para os que não crêem”, refere.
Em relação à polémica lançada por José Saramago, Tiago Cavaco considera que as declarações do Prémio Nobel “ estimularam” a leitura da Bíblia.
“Sem dúvida que José Saramago é um leitor da Bíblia, com as suas divergências importantes. Mas ele acaba por lhe prestar um serviço, e isso é muito saudável”, conclui.

Agencia Ecclesia / Padom

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