Casal cristão em Marrocos luta pelo direito de se casar no país de maioria muçulmana

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Um casal cristão em Marrocos casou-se recentemente em uma cerimônia privada enfrentando ameaças da comunidade local em sua cidade natal, já que o islamismo é a religião do estado neste país de maioria sunita e somente os casamentos muçulmanos e judeus são considerados legais.

A cristã convertida Loubna e seu marido Kamal se casaram esta semana, mas seu casamento não será considerado legal, enquanto “fornicação” é punível sob o código penal do país, segundo a Reuters.

Além disso, Loubna terá que usar um niqab (véu) quando aparecer em público em sua cidade natal.

“Queremos ser tratados em pé de igualdade com os judeus marroquinos“, disse Chouaib El Fatihi, coordenador do comitê cristão da associação marroquina de direitos e liberdades religiosas. “Queremos ser reconhecidos como cidadãos cristãos marroquinos e desfrutar do direito a casamentos legais e cerimônias funerárias de acordo com a nossa religião.”

Marrocos, cuja população é de cerca de 34 milhões, tem cerca de 3.000 judeus e cerca de 50.000 cristãos nativos, de acordo com o comunicado. O país permite que apenas expatriados cristãos odorem nas igrejas, e evangelismo é uma ofensa criminal.

Além disso, Marrocos é uma monarquia parlamentar constitucional e sua constituição reconhece a liberdade de pensamento, expressão e reunião dos cidadãos, bem como a liberdade de “praticar” seus “assuntos religiosos”. No entanto, também proíbe qualquer crítica ao Islã ou qualquer atividade que vise à conversão de muçulmanos.

As leis também proíbem qualquer indivíduo de criticar o Islã em plataformas públicas, como em mídia impressa, on-line ou discursos públicos, de acordo com o Relatório Internacional de Liberdade Religiosa de 2017 do Departamento de Estado dos EUA.

O rei Mohammed VI convidou o Papa Francisco a visitar o Marrocos pela primeira vez em mais de três décadas, segundo o Morocco World News, que também aponta cristãos e muçulmanos xiitas que temem ser perseguidos pelo governo caso realizem reuniões religiosas em público e, portanto, eles escolhem se encontrar em casas particulares.

Portal Padom

Com informações de CP

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