Arcebispo de Maceió diz que proliferação de programas evangélicos na tv alagoana não abala catolicismo

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A influência da religião evangélica em redes de rádio e televisão já era sentida pelos alagoanos através de programas da igreja Universal do Reino de Deus, transmitidos pela Tv Pajuçara, afiliada da Rede Record, que pertence ao Bispo Edir Macedo e ainda, da Igreja Quadrangular, exibidos pela TV Alagoas, antiga afiliada do SBT e que em setembro deste ano arrendou sua programação para a igreja Mundial do Poder de Deus, via Rede 21, na tentativa de evitar a falência.O SBT se mostrou surpreendido com o arrendamento da programação pela noticias.gospelprime.com.br/crescimento-da-igreja-mundial-do-poder-de-deus-expoe-a-disputa-por-fieis-no-neopentecostalismo-brasileiro/”>Igreja Mundial do Poder de Deus e afirmou que a emissora alagoana quebrou um contrato, sem aviso prévio, e ainda, que medidas jurídicas e administrativas seriam tomadas para o retorno da transmissão no Estado. O SBT realizou pesquisas de opinião com a população para saber como a mudança foi recebida e para identificar os índices de aprovação de sua programação.
O dinheiro investido pelas igrejas evangélicas nas emissoras seria proveniente de doações de fiéis, que muitas vezes buscam nesses templos – em sua maioria construídos em áreas nobres – promessas de sucesso financeiro, como pode ser observado em depoimentos veiculados nos programas, além da possibilidade de obter a cura de doenças, pois durante alguns cultos televisionados, paralíticos abandonam as cadeiras de rodas e saem andando, exaltando o nome de Deus.
De acordo com especialistas não há dúvidas de que o vigor econômico das igrejas pentecostais e neopentecostais, bancado pelas doações dos fiéis, fortalece politicamente o grupo evangélico, sendo que parte do dinheiro também é utilizada para financiar campanhas eleitorais. Para eles, a surpresa vem do fato de os evangélicos terem uma renda menor do que os católicos e mesmo assim contribuírem com valores mais altos.
A disputa religiosa agora gira em torno da hegemonia entre a Igreja Católica e as evangélicas, que são fragmentadas e nas quais a persuasão para arrecadar dinheiro promete proporcionar sucesso financeiro e a cura de enfermidades. Porém, o arcebispo de Maceió, Dom Antônio Muniz se diz tranqüilo acerca da proliferação das igrejas evangélicas nas redes de televisão e rádio em Alagoas.
“Não quero julgar ninguém, mas para mim, só o que é de Deus prospera. Todos têm direito de crescer honestamente, não tenho receio disso, pois sei o dever da igreja católica, que ao invés de juntar dinheiro, ajuda os pobres. É o povo que deve perceber quando existem interesses econômicos por trás da religião”, afirmou o arcebispo.
Muniz ressaltou que de acordo com pesquisas, a quantidade de católicos em Alagoas subiu de 39% para 43%, devido às evangelizações feitas pela igreja.
“Continuamos com o mesmo trabalho, fazendo missas, caridade, serviço social, ajudando os excluídos e livrando jovens das drogas. Não acumulamos bens, uma vez que quem vai para determinada religião, pensa que ficará rico. A riqueza de Deus é espiritual e não material”, destacou

Correio do Povo de Alagoas / Padom

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