A visão bíblica do sexo

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“Nós precisamos urgentemente apresentar para as pessoas um Evangelho que traz significado, que alivia a nossa dor, que nos faz entender que temos um papel como homens e mulheres, o de viver para Deus, de vencer a nossa solidão e vazio através de uma vida de prazer em Deus, não em nós mesmos. E essa vida se dá pela perspectiva moral, espiritual, sincera e verdadeira.”

Com o tema Sem Homofobia, Mais Cidadania – Pela Isonomia dos Direitos, aconteceu a 13ª Parada do Orgulho Gay de São Paulo (domingo, 14 de junho de 2009). Neste ano o tema da parada foi escolhido como uma forma de realizar uma campanha a favor da aprovação do projeto de lei que tramita no Congresso que transformaria a homofobia em crime e prevê penas para pessoas com comportamentos ou atitudes homofóbicos. Houve cerca de três milhões e meio de pessoas e algumas autoridades presentes, como o governador José Serra e o prefeito Gilberto Kassab.

Na verdade, o desejo dos participantes era extravasar um pouco e trabalhar o tema, já que é a discussão do momento em vários setores da sociedade. E na igreja a questão tem sido muito debatida, porque ela presencia todos os campos da sociedade e meios de comunicação que dão um apoio maciço para o homossexualismo no mundo inteiro.

Por exemplo, as igrejas britânicas serão forçadas a aceitar homossexuais ou “transexuais” praticantes em posições de líderes de jovens e funções semelhantes, sob a lei de igualdade que está para vir, disse o governo.

A lei de igualdade do governo trabalhista proibirá que as igrejas recusem empregar homossexuais ativos, mesmo que a religião delas sustente que tal conduta é pecado, disse a vice-ministra Maria Eagle, do Ministério da Igualdade.

Essa lei entrará em vigor no próximo ano, e as igrejas temem que ela as force a agir contra suas convicções religiosas em uma ampla extensão de áreas. Eagle indicou na conferência chamada “Fé, Homofobia, Transfobia & Direitos Humanos”, em Londres, que a lei “cobrirá quase todos os que trabalham em igrejas” (encontrado no site www.LifeSiteNews.com).

Nós imaginamos uma questão desta no Brasil. Alguns têm até falado na palavra discriminação e que nos púlpitos não podemos mais falar contra estas práticas.

As perguntas que vêm à nossa mente são: o que a Bíblia tem a dizer sobre o assunto? Como nos comportar diante da pressão tão forte que há na sociedade quanto à liberdade do homossexualismo? Como tratar uma pessoa que tem esta forma de vida?

Nós sabemos que homossexualismo é a tendência à prática sexual com indivíduos do mesmo sexo. Em relação às mulheres é chamado de lesbianismo. Mas na verdade a Bíblia usa este termo como o uso natural do corpo da maneira contrária à natureza.

O texto de Romanos 1.21-28 afirma: … porque, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe renderam graças, mas os seus pensamentos tornaram-se fúteis e o coração insensato deles obscureceu-se. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos e trocaram a glória do Deus imortal por imagens feitas segundo a semelhança do homem mortal, bem como de pássaros, quadrúpedes e répteis. Por isso Deus os entregou à impureza sexual, segundo os desejos pecaminosos do seu coração, para a degradação do seu corpo entre si. Trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram a coisas e seres criados, em lugar do Criador, que é bendito para sempre. Amém. Por causa disso Deus os entregou a paixões vergonhosas. Até suas mulheres trocaram suas relações sexuais naturais por outras, contrárias à natureza. Da mesma forma, os homens também abandonaram as relações naturais com as mulheres e se inflamaram de paixão uns pelos outros. Começaram a cometer atos indecentes, homens com homens, e receberam em si mesmos o castigo merecido pela sua perversão. Além do mais, visto que desprezaram o conhecimento de Deus, ele os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem o que não deviam.

A questão séria é que a Bíblia não é preconceituosa quanto à pessoa, e sim quanta à sua prática. Aliás, a Bíblia enaltece e traz um status singular para o ser humano como pessoa. Ela fala de como o ser humano foi criado. O texto sagrado de Gênesis 1 diz que no princípio Deus criou o homem, e é muito interessante que Deus foi bem enfático em dizer e deixar clara a frase “macho e fêmea” (Gênesis 1.27). Nós não lemos que Deus criou macho e macho ou fêmea e fêmea. Isto com toda certeza seria um absurdo e uma ignorância gramatical no texto.

Quando nos perguntam o que a Bíblia tem a dizer sobre o assunto, respondemos com a maior tranquilidade e ao mesmo tempo com tristeza que o homem deixou a sua forma natural por causa da corrupção interna no seu coração.

O pecado lá do Éden nos afetou profundamente. Ele provocou desajustes profundos na alma e na mente humana. Por isso, o texto de Paulo em Romanos afirma que os homens mudaram a forma natural da natureza. Eu sei que é complicado demais lidar com a situação hoje, mas a resposta bíblica para a questão é que isso é um pecado por causa da natureza pecaminosa em nós. A questão é de pecado mesmo e não algo que tem a ver com a opção sexual.

A Escritura mostra isto de maneira absolutamente clara e objetiva: Não se deite com um homem como quem se deita com uma mulher; é repugnante (Levítico 18.22). E também diz em Levítico 20.13: Se um homem se deitar com outro homem como quem se deita com uma mulher, ambos praticaram um ato repugnante. Terão que ser executados, pois merecem a morte.

Eu não quero ser radical ou extremista, nem puritano, nem santarrão, nem quero ser tratado como perfeccionista, mas quero convidar todos a encararem o problema. Porque as escolas e meios de comunicação têm ensinado que aderir ao homossexualismo é algo natural e comum na sociedade. Isto não é em hipótese alguma.

Você já pensou na possibilidade de seu filho se casar com outro homem, ou sua filha se casando com outra mulher? E perceba que isto não tem a ver com preconceito!

Acredito que devemos ter posturas importantes no meio deste fogo cruzado:

1. Ensinemos nossos filhos sobre a visão bíblica de macho e fêmea

Não precisamos ter medo de ensinar os nossos filhos sobre o padrão da Escritura. Na criação e através da história Deus desejou adoração e culto; Ele, consequentemente, incitou homens e mulheres a adorá-lo e a servi-lo, fazendo-se conhecido como um Deus de beleza, majestade, esplendor e glória. Mas, note bem, Ele criou homens e mulheres. Cada um para desenvolver seu papel na aliança. Homem como homem e mulher como mulher. Não há inversão do ser.

O relato expandido da criação do homem e da mulher declara que Deus criou o macho, e este experimentou uma situação solitária e improdutiva (Gênesis 2.18-20). Deus, sabendo disto, providenciou uma companheira de uma maneira singular com o resultado de que o macho poderia, prontamente, reconhecê-la como sua carne e osso (Gênesis 2.23).

Não tenha medo de seguir o ensino sobre a masculinidade e a feminilidade, que são aspectos da imagem de Deus (GRONINGEN, Gerard Van. Da criação à consumação. São Paulo: Cep, 2006, vol. 1, p. 17).

Ensine seu filho e sua filha que Deus dotou os seres humanos com a capacidade de amar e de reproduzir vida. E isso deve ser feito na perspectiva de “macho” e “fêmea”. Não se esqueça de enfatizar a distinção sexual dentro da humanidade. Não dá para esquecer da expressão zakar no hebraico, que significa macho e tem o sentido de “pontiagudo”.

O termo neqeb é uma forma feminina que significa um buraco ou cavidade. O pensamento principal, no entanto, no contexto de Gênesis 1.27, é que a humanidade tem a bênção da fertilidade. Só que homem com mulher, e não da maneira que alguns meios têm ensinado.

Deus nos honrará com toda certeza ao ensinarmos os princípios bíblicos aos nossos filhos. Eles crescerão com a visão correta do papel do homem e da mulher. Geraremos uma juventude sadia e equilibrada que sonhará em constituir famílias para valorizar a aliança de Deus com o seu povo.

2. Aceitemos as pessoas, não o pecado

Um problema sério na nossa igreja hoje é que não estamos preparados para enfrentar os processos que estão acontecendo hoje. Precisamos olhar para a realidade em que vivemos. As pessoas vivem um vazio enorme, e para compensar isso buscam alternativas como esta a fim de terem um pouco de solução para esse vazio. Nós receberemos pessoas assim em nossas comunidades. E a Bíblia diz claramente que não aceita o pecado, mas aceita o pecador.

Nós não aceitamos a imoralidade do pecado, não aceitamos o erro que é o uso contrário da natureza humana, mas essas pessoas precisam alcançar a verdade, e para isso precisamos amá-las. Precisamos recebê-las com graça em nossas igrejas. Não há outro meio para pessoas assim aprenderem a verdade bíblica sobre macho e fêmea.

É na relação com a igreja do Senhor que elas entenderão e poderão ser transformadas pela graça de Deus. E assim entenderem que o homem deve ser feliz ao lado de uma companheira. Que a mulher deve desfrutar de uma relação profunda com um homem, e não com uma pessoa do mesmo sexo.

A era da comunidade acabou e vivemos o tempo da individualidade, cada um quer ser feliz à sua própria maneira. Precisamos urgentemente apresentar para as pessoas um Evangelho que traz significado, que alivia a nossa dor, que nos faz entender que temos um papel como homens e mulheres, o de viver para Deus, de vencer a nossa solidão e vazio através de uma vida de prazer em Deus, não em nós mesmos. E essa vida se dá pela perspectiva moral, espiritual, sincera e verdadeira.

Que Deus nos dê graça para lidar com este momento tão delicado na sociedade e que não tenhamos medo de mostrar com toda clareza a visão bíblica que é ver o homem realizando seu papel como homem e a mulher também exercendo seu papel como mulher.

– Pr. Alcindo Almeida

Revista Lar Cristão / Portal Padom

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