A Corrida Fatal

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“…Corramos com perseverança a carreira que nos está proposta…” (Hebreus 12:1).

A própria palavra carreira sugere competição. O povo de Deus é comparado a corredores numa corrida de longa distância competindo por um prêmio. E o prêmio é uma gloriosa revelação do conhecimento de Jesus Cristo.

Mas estamos corrompendo esta corrida para a eternidade, e a substituímos por um prêmio falso e carnal. A competição está ficando muito intensa, mas agora é o povo de Deus que compete um contra o outro. E o prêmio agora é o sucesso, prosperidade, aplauso, e aclamação. Cristo se tornou nada além de um patrocinador, visto que todos os corredores se declaram estar competindo em Seu nome. Um número grande de competidores veste camisetas escritas “Sou Número Um.” Outros são mais ousados e ostentam as palavras “Recuso-Me Perder”. Virou uma corrida fatal.

Houve um tempo em que a corrida não era para os rápidos, para os prósperos, ou para os ambiciosos – mas sim para os humildes e fracos. Houve um tempo em que a corrida levava à perseguição, privação, perda dos bens, lutas e ao martírio. Alguns competidores vestiam-se só de pele de cabras, alguns foram torturados, serrados ao meio, outros foram espancados, marcados no corpo. Foram interrompidos no meio da corrida para serem queimados vivos; outros foram lançados na prisão e à calabouços imundos. Alguns tiveram os olhos arrancados, e outros foram forçados a assistir seus filhos sendo torturados diante de si. E diga-me por favor, por que todos estes corredores exauridos passaram por tanta agitação e sofrimento? Por que não pularam fora? Simplesmente porque o prêmio para eles valia a pena. Eles não queriam nada além de Cristo! Eles achavam, assim como Paulo, que as coisas deste mundo eram nada senão estrume. Não amavam suas vidas, mas só Cristo. Eram peregrinos aqui na terra – e corriam com toda sua força em direção à cidade cujo construtor e criador é Deus. Eles zombariam se você tentasse substituir isso por prêmios carnais. Teriam gritado: “Pode ficar com o mundo inteiro, mas dê-me Jesus.”

Veja o contraste deste tipo de corrida, com o que vemos se desenvolvendo na casa de Deus atualmente. Ontem, fui informado que um famoso pregador havia abalado os outros evangelistas de TV, porque ofereceu ainda mais dinheiro às estações de televisão para ocupar os melhores horários. Ele “aumentou o valor do prêmio”. Outro, se gabava por estar em busca de mais estações retransmissoras, em número suficiente para lhe assegurar a ocupação de mais emissoras do que qualquer outro evangelista dos tempos modernos.

Pastores e evangelistas estão competindo para construir as maiores e mais singulares igrejas e sedes. Um ministro confidenciou-me, todo sério: “O pastor J___ está construindo uma igreja de 39.270 metros quadrados; então fiz com que o nosso arquiteto refizesse a planta e aumentasse a nossa nova igreja para 39.930 metros. Quero a igreja com o maior número de metros quadrados do estado.”

E as multidões de crentes que agora estão presas à corrida por coisas materiais? Agora eles querem dois de tudo. Uma reserva para tudo que possuem. É quase como se estivessem tentando transformar esta carreira numa maratona de prêmios.

Meus queridos filhos de Deus: esta corrida não é uma loteria para a eternidade. Não é uma competição para prosperidade, saúde, e sucesso. Se nossa fé for recompensada por qualquer coisa menor que o prêmio do alto chamamento em Cristo Jesus, então não valerá a pena se competir. Só ganha este prêmio, o filho de Deus que desejar obter nada senão mais de Jesus; é aquele que lança as coisas deste mundo aos pés da cruz, como sendo lixo sem valor – para que possa ganhar a alegria e a paz gloriosas do Salvador.

O Caminho Para a Perfeita Felicidade Aqui na Terra é Abrir Mão da Corrida Fatal da Competição Humana.

Se o cristão conseguir abrir mão de toda competição pelas coisas do mundo, se conseguir se manter afastado da corrida maluca que tantos estão correndo agora – então poderá descobrir o que significa estar totalmente satisfeito.

O cristão que se retira da corrida da carnalidade pode dizer aos competidores: “Dividam o prêmio; podem ficar com ele; eu saio da corrida.” Poderá dizer para um: “Você fica com a ambição.” Para o outro, pode dizer: “Você fica com o aplauso.” Ao outro, “fique com o dinheiro e com o materialismo”. Ele poderá deixá-los competindo entre si pelos prêmios mundanos, e correrá sua própria carreira solitária, uma corrida diferente, uma corrida para um só prêmio: a glória de Deus em Cristo Jesus.

Mas hoje é quase impossível fazer os cristãos renunciarem à corrida fatal, sem cortar suas pernas. Há tantos na corrida fatal da carnalidade, e tão poucos na corrida por valores eternos.

Em toda a história, só aqueles que aprenderam a renunciar ao mundo e a tudo que nele há, descobriram a verdadeira felicidade. Um grande sacerdote disse: “Nunca soube o que era ser feliz enquanto não parei de me esforçar para ser grande.”

Se conseguirmos cessar de lutar por ambições mundanas, e desejarmos nos tornar nada, avançaremos em direção à um mundo novo de paz e alegria.

Payson, Homem de Oração

O Dr. Edward Payson, conhecido pela maioria como “Payson, homem de oração”, pastoreou em Portland há quase 175 anos atrás. Em 1806, poucos anos após a declaração de independência, o país foi devastado por grave recessão. Foi o período mais negro desde a independência, e o Dr. Payson registrou de maneira vívida a tragédia em sua região. Escreveu:

“Os negócios estagnaram, muitos entraram em falência. Centenas de portuários, marinheiros e outras classes perderam o emprego, e ficaram pobres. Tremo pelo meu pobre país. Temo que os nossos pecados tenham ajudado a trazer julgamento sobre nós. Se escaparmos de uma guerra civil, já estará bom.”

“Alguns de nossos maravilhosos jovens que se converteram perderam tudo, e tiveram seus lares saqueados; mas faz bem ao coração vê-los animados e tranqüilos em tudo isto. Outros, que não têm Deus, perderam o juízo, se preocupam o tempo todo, e

aparentemente estão morrendo de angústia…” O Dr. Payson e a sua dedicada congregação sofreram o confisco de todos os bens. O próprio Dr. Payson viveu de tostões durante aqueles tempos difíceis. Em 28 de dezembro de 1807, numa carta à sua mãe, o Dr. Payson escreveu:

“A situação piorou. Uma grande parte dos negociantes prósperos vive agora na pobreza. Os negócios estão caindo diariamente, e então agora somos ameaçados por uma bancarrota generalizada. Os asilos já estão cheios, e ainda há centenas que não têm onde ficar. Muitos que foram criados na abundância, agora dependem dos outros para o pão de cada dia. Se estas dificuldades continuarem, nove décimos das pessoas daqui se espalharão pelos quatro ventos. Eu mesmo mal tenho o suficiente para me abrigar e comer.”

“Talvez, mãe, a senhora vá se entristecer por mim e dizer: Pobre Edward! Mas a senhora nunca teve mais motivos do que agora para se alegrar por mim, e gritar: Rico Edward! Bendito seja Deus, minha fé não se assenta sobre alicerces tão instáveis, para se abalar por estas perturbações. Deus tem me mantido tranqüilo, resignado, e até feliz em meio a todos estes problemas. Isto não quer dizer que não sinta a dor – eu sinto. Todas as minhas esperanças quanto ao mundo foram destruídas. Meus amigos estão prestes a ser lançados à rua, e muitos poderão morrer de fome. Nestas circunstâncias é impossível não sentir dor. Antes eu pensava já saber que o mundo é traidor, e que seus prazeres duram um só instante; mas as dificuldades de agora ensinaram a me desvincular das coisas criadas, e aspirar às coisas de Deus.”

“A minha oração é que, se Deus tiver bênçãos deste mundo guardadas para mim, que seja do Seu agrado me conceder da Sua graça em lugar delas, ou transformá-las em prosperidade espiritual.”

Edward Payson e seu grupo de crentes haviam aberto mão da corrida fatal. Eles poderiam alegremente aceitar que todos seus bens fossem tomados, porque estavam no mundo – mas não eram dele. O mundo não era digno deles.

Se Pudéssemos Passar Só Cinco Minutos no Céu ou no Inferno, Disputaríamos Uma Corrida Diferente

Se pudéssemos passar só uns minutos no céu, nunca mais iríamos competir numa carreira carnal. Se pudéssemos experimentar um breve caminhar por dentro dos portões daquela cidade de Deus; beber da paz, da beleza, dos esplendores celestiais; ouvir o grande coro de anjos e serafins entoando as glórias do Senhor; misturar-nos aos patriarcas, aos mártires, aos apóstolos, àqueles vestidos de túnicas brancas que vieram de grandes tribulações; outra vez termos a visitação dos amados que já se foram e ouvirmos seus extasiantes relatos de como são as felicidades eternas; se pudéssemos nos sentar junto às águas cristalinas, desfrutar do radiante brilho da luz santa de Deus; maravilhar-nos pelas resplandecentes luzes, pelas árvores, flores e plantas perfeitas desconhecidas pelo olho humano; e mais do que tudo, termos um vislumbre, só um, da face do ressurrecto Cordeiro de Deus; sentir a glória e o calor, e o sentimento de segurança que se irradiam da Sua presença; finalmente contemplar Aquele que era desde o princípio, nosso santo, santo, Deus Onipotente!

Você voltaria à terra e entraria outra vez na corrida fatal? Nunca. Você e eu viveríamos somente para o Senhor, rejeitando o mundo e todos seus prazeres e coisas carnais. Iríamos disputar a Sua corrida! Não mais nos desviaríamos, nos esfriaríamos, ou ficaríamos divididos ao servir ao Senhor.

Se pudéssemos passar só uns minutos no inferno, nunca mais seríamos os mesmos. Sermos puxados para aquela fornalha negra de fogo e de trevas eternas; subitamente sermos lançados dentro de um mundo de impiedade, maldições, ódio, luxúria, e corrupção; ouvirmos os gemidos dos que foram condenados eternamente, testemunharmos seu terror, seu ranger de dentes; juntarmos ombros aos obreiros da iniquidade, aos estupradores, aos assassinos, aos tiranos e ditadores do mundo, aos que crucificaram o Senhor Jesus; ouvirmos o incessante som das preces desesperançadas e inúteis dos condenados; que levantam os punhos contra o Deus da justiça, amaldiçoando o dia em que nasceram; sentirmos o que significa perdição, arrancados da presença de Deus, da verdade, do amor, da paz e de qualquer consolação; testemunharmos incríveis imagens e cenas, acima de todas atrocidades do mundo juntas; e pior do que tudo, ficarmos face a face com o sanguinário assassino do inferno, Satanás em pessoa; sentirmos um perverso e escravizante medo quando o pai da mentira tentar agarrar-lhe pela garganta, para você esganiçar uma confissão de que ele é o senhor de tudo; sairmos das portas do inferno com os gritos dos que foram amaldiçoados para a eternidade zunindo em nossos ouvidos, vozes dos ímpios de todos os tempos, berrando gritos de dor: “Estamos perdidos! Condenados! Condenados para sempre! Presos á escuridão e às torturas eternas!”

Como é que você poderia retornar à terra depois de sua breve visita ao inferno e ser o mesmo de novo? Você voltaria a negligenciar a Palavra de Deus, a Sua casa, o Seu amor? Você continuaria com sua egoísta busca por acumular coisas, amontoar ouro e prata, e orar por mais? Acho que dificilmente. Não – você e eu viveríamos cada hora como se fosse a última. Oh, como iríamos orar, trabalhar, e estudar, e vender em vez de comprar; iríamos jejuar, testemunhar e ajudar os pobres, e ficar constantemente pedindo a volta de Cristo.

Eu costumava dizer à congregação: “Não venha à frente para ser salvo só porque está com medo do inferno. Venha apenas pela fé simples.” Mas eu estava errado – com um erro mortal. O apóstolo diz: “Sabendo o temor que se deve ao Senhor, persuadimos os homens”. Há um temor piedoso que leva ao arrependimento.

É verdade que o inferno foi preparado para o diabo e seus anjos. É também verdade que o cristão é salvo pela graça não merecida, e que a fé em Cristo é a segurança do crente. Além disso, o cristão não deve duvidar do poder que Cristo possui de salvar e guardar.

Mas – há um gigantesco problema. Uma fé passiva, do tipo transitório que vem e vai, em alguns momentos e durante altos e baixos emocionais – este tipo de fé não vai salvar a alma. Só a fé salvadora – aquela nascida da profunda contrição pelo pecado; nascida de um coração que repudiou a iniquidade e os pecados que assediam; de um coração total e diariamente submisso ao senhorio de Cristo – só este tipo de fé garante a graça.

Com a ajuda de Deus – de uma vez por todas abandonei a corrida fatal da carnalidade e da inclinação para as coisas do mundo! Saí da corrida da competição! Não vou mais disputar carreiras movidas à carne, egoismos, para agradar aos homens.

Desejo mais do que simplesmente abandonar meus vínculos mentais com coisas, casas, carros, terras, propriedades. Desejo que o poder e a graça freiem os meus apetites, para deixar de lado todo o lixo, para vender o que não necessito, para parar de comprar, construir e adquirir coisas desnecessárias, e ter os meus olhos tão concentrados em Cristo e na eternidade, que as coisas deste mundo percam toda força que têm sobre mim, e o materialismo deixe de ser o meu senhor.

Amado – se esta mensagem lhe choca, se ela lhe irrita ou perturba o mínimo que seja – talvez você deva fazer o que tenho feito ultimamente. Feche-se com o Senhor, dia após dia, e peça que o Espírito Santo lance o holofote santo de Deus sobre a sua alma. Seja mortalmente honesto com Deus. Peça que Ele revele seu pecado. Ganhe fome por Deus, e convencimento da parte do Espírito. Como eu, você logo descobrirá quanto tempo tem desperdiçado, quantos desejos e vontades tolos estão lhe enfraquecendo – e você prostrará o rosto diante do Espírito Santo, e confessará a frieza e o vazio do seu coração.

E se fizer isso com honestidade no coração, você começará a agradecer a Deus por Ele ficar afligindo sua consciência, fazendo-o se movimentar para disputar uma corrida diferente. Você agradecerá a Deus por mensagens como esta.

Santos de Deus: a trombeta de Deus está prestes a soar. O nosso Senhor está chegando em nuvens de glória para levar Sua noiva. Uma noiva sem mácula ou ruga. Uma noiva que foi purificada da ambição, do orgulho e dos desejos mundanos. Será que vamos gastar nossas horas finais sobre a terra pondo dinheiro em sacos furados?

Não, obrigado! Estou só de passagem. Não quero mais raízes para me prender. Agradeço a Deus pelas coisas boas que me deu, minha família, uma boa casa, transporte moderno – mas agora a cada dia preparo meu coração para sair de tudo isto, para ser abraçado pelos braços do Salvador! Não quero ser um fanático ou fazer qualquer tipo de voto de pobreza, ou negligenciar minha família e o seu futuro. Simplesmente quero ficar liberto de qualquer cobiça.

Você quer parar de correr e de ficar esmurrando o ar? Então abandone a corrida fatal. Determine que sua face e seu coração busquem ao Senhor como nunca fizeram antes.

As mudanças estão chegando! Para você – para mim! Você está pronto?

“A minha oração é que, se Deus tiver bênçãos deste mundo guardadas para mim, que seja do Seu agrado me conceder da Sua graça em lugar delas, ou transformá-las em prosperidade espiritual” – (Edward Payson)

PARTE DOIS — Como Discernir o Falso Ensino e o Erro

Ulrich Zuínglio, o grande reformador suíço, nos deixou um conselho muito bom sobre como julgar doutrinas e ensinos. Apesar de escrito há mais de 450 anos, seu aconselhamento é tremendamente necessário hoje em dia. Estou incluindo esta mensagem porque sinto que todo crente agora precisa testar inteiramente o ensino e a pregação de todos evangelistas e mestres. Há uma Palavra de Deus segura para nos livrar do erro e do falso ensino.

“…não nos desviaremos se buscarmos unicamene a mente do Espírito. Se não fizermos isso, se gastarmos nossa energia para achar base bíblica para sustentar nossas próprias opiniões, apesar de elas serem apenas folhas e ervas, estaremos constantemente em erro. A vontade de Deus é que Ele apenas seja o mestre. Deveríamos ser ensinados por Ele, e não pelo homem. Não devemos julgar as Escrituras e a Verdade divina, mas permitir que Deus faça Sua obra nela e através dela, pois é algo que podemos aprender só por Deus…”

“As Escrituras vieram de Deus, e não dos homens. Como então pode o homem ser juiz? Ver II Pedro 1.”

“Pode-se perguntar: quem vai me dizer se ele é divinamente iluminado ou não? O Deus que ilumina o mestre lhe capacitará a entender que o que ele diz é de Deus, ou não. Pode-se dizer: não tenho tido esta experiência, mas se ocorrer, que nos guardemos para que não sejamos daqueles que têm ouvidos para ouvir e não ouvem, como Cristo mostra em Isaías”

“A palavra de Deus ensina sua própria verdade…Não ousemos modelar o divino ‘Quem lhe declarou a mente de Deus, para que declare coisas que o próprio Deus não disse, que você afirma que recebeu de Deus, mas mente. Você chegaria até mesmo a tentar ensinar a Deus, e a Lhe forçar a aceitar os seus pontos de vista…’”

“Se você necessitar emitir julgamento sobre qualquer assunto, deve pensar assim: antes de dizer qualquer coisa, ou de ouvir os ensinamentos do homem, preciso primeiro consultar a mente do Espírito de Deus. (Salmo 85:1: ‘Escutarei o que Deus, o Senhor, disser.’)

“Então, com reverência deve pedir a Deus por Sua graça; que Ele possa lhe conceder da Sua mente e do Seu Espírito, tal que a opinião não seja sua, mas dEle. Tenha uma firme confiança que Ele lhe ensinará o entendimento certo, pois toda sabedoria é de Deus, que dá liberalmente a todo que crê.”

“A seguir vá à Palavra do Evangelho escrita, sem crer em nada que seja contrário à Palavra revelada. As doutrinas de Deus nunca são ordenadas de modo mais claro do que através do próprio Deus e pelas palavras de Deus. Os homens buscam torcer e forçar as Escrituras segundo sua própria estupidez.”

“Deixe de lado aquele seu ponto de vista que você deseja ler nas Escrituras. Sei que alguns dizem que buscaram as Escrituras e descobriram textos que sustentam suas próprias opiniões. Ah! Chegamos ao câncer que está no coração de todos os métodos humanos. É o seguinte: os homens só querem achar sustentação nas Escrituras para suas próprias concepções; então pegam um ponto em particular e relacionam todos os textos à esta concepção, não importando se isso é artificial – e desta maneira os homens torcem a Escritura a fim de fazê-la dizer o que querem que ela diga…”

“Os falsos mestres nos dizem: ‘Nem tudo nos é dito através dos evangelhos. Há muitas coisas boas das quais nem se fala no evangelho.’ Aí eles pinçam versículos sem respeitar o contexto, e os torcem segundo seus próprios desígnios… estão tão fixados em sua compreensão humana, que têm certeza que não há possibilidade de haver outra…”

“Quando era jovem, me entreguei exageradamente aos ensinos humanos. Há cerca de sete ou oito anos atrás decidi me dedicar inteiramente às Escrituras. Cheguei ao ponto em que, guiado pela Palavra e pelo Espírito de Deus, vi a necessidade de pôr de lado todas estas coisas, e de aprender a doutrina de Deus diretamente de Sua própria Palavra. Então comecei a pedir luz a Deus, e as Escrituras se tornaram muito mais claras para mim – mesmo quando eu não havia lido nada além delas – do que se houvera estudado muitos comentários e exposições. A minha frágil compreensão própria jamais poderia me levar até este ponto.”

Conclusão

Zuínglio não era contra os ensinos bíblicos. Ele cria, como eu, que Deus levanta mestres na igreja. Mas ele insistia em que não se deveria crer em nada enquanto o Espírito de Deus não o revelasse à pessoa, depois de muita oração e busca nas Escrituras. Além disso, ele cria que o menor dos cristãos, mesmo o sem instrução, tinha o direito de questionar qualquer ensino até que isto ficasse provado pela Palavra, e pelo Espírito de Deus. Ele apontava I Coríntios 14 como prova de que os crentes iletrados podem orar e ganhar percepção da verdade, o que poderia revelar até os falsos mestres mais eruditos.

Portanto, ore por compreensão. Teste tudo que você ouvir, pela oração e pela Palavra escrita. Não aceite a vanglória de ninguém que diz possuir revelação especial, que vá além daquelas que os apóstolos receberam. Mais importante do que tudo: ore em favor daqueles que você acha que estão em erro, e jamais discuta com eles.

Há um propósito na existência dos falsos mestres, que é o de nos deixar tão desesperados para conhecer a verdade, que buscamos então as Escrituras para ouvirmos de Deus por nós mesmos.

“E a unção, que vós recebestes dele, fica em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine. Mas como a sua unção vos ensina todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como ela vos ensinou, assim nele permanecei” (I João 2:27).

por: David Wilkerson

Publicado com permissão de:
World Challenge, Inc.
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