A Coronel afirma que Dilma ‘participou de quatro organizações terroristas’

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Brilhante Ustra participou e comandou seções de tortura ao jornalista Luiz Eduardo Merlino, na ditadura militar | Foto: Reprodução Internet
Brilhante Ustra participou e comandou seções de tortura ao jornalista Luiz Eduardo Merlino, na ditadura militar | Foto: Reprodução Internet
Brilhante Ustra participou e comandou seções de tortura ao jornalista Luiz Eduardo Merlino, na ditadura militar | Foto: Reprodução Internet

O chefe de órgão de repressão política durante a ditadura militar, coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra, afirmou nesta sexta-feira, que a presidenta Dilma Rousseff participou de “organizações terroristas” com intenção de implantar o comunismo no Brasil. A afirmação foi feita em depoimento à Comissão Nacional da Verdade (CNV). O Palácio do Planalto vai decidir se haverá manifestação oficial.

“Todas as organizações terroristas, em todos os seus estatutos, está lá escrito claramente que o objetivo final era a implantação de uma ditadura do proletariado”, afirmou. “Inclusive nas quatro organizações terroristas que nossa presidenta da República participou. Ela participou de quatro organizações terroristas que tinham isso, de implantar o comunismo”.

Ustra disse que não estaria falando à Comissão da Verdade se o Brasil tivesse em um regime comunista. “Estávamos lutando pela democracia e estávamos lutando contra o comunismo. Se não fosse a nossa luta, se não tivéssemos lutado, eu não estaria aqui porque eu já teria ido para o paredón”.

Ustra obteve na Justiça autorização para ficar calado durante o depoimento, e foi isso que fez. Perguntado sobre como eram os instrumentos de tortura e que frequência eram usados, o coronel reformado disse que não iria responder. “Está tudo escrito no meu livro, não vou responder”, disse. “Agi com consciência, agi com tranquilidade, nunca ocultei cadáver, nunca cometi assassinatos, sempre agi dentro da lei e da ordem”.

Cadáveres como troféus

O ex-servidor do DOI-Codi de São Paulo Marival Chaves Dias do Canto também falou à Comissão. Ele afirmou que durante a gestão do coronel reformado, cadáveres de militantes mortos em centros clandestinos de tortura eram exibidos como “troféus” a agentes do órgão.

Ustra foi chefe do Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), do II Exército, órgão de repressão política durante o regime militar, de 29 de setembro de 1970 a 23 de janeiro de 1974.

A presidente Dilma Rousseff integrou, nos anos 1960, as organizações clandestinas Política Operária (Polop), Comando de Libertação Nacional (Colina) e Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares), que combatiam a ditadura militar.

Ela passou três anos presa condenada por “subversão” no presídio Tiradentes, em São Paulo (entre 1970 e 1972). No final dos anos 1970, no Rio Grande do Sul, ajudou a fundar o PDT, de Leonel Brizola. Em 1990, filiou-se ao PT.

O Dia / Portal Padom

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